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Treinador teme pelo futuro de Jon Jones: "Perdeu a fé em si mesmo"

Diego Ribas
Imagem: Diego Ribas

Ag. Fight

15/09/2017 12h33

Uma suspensão de quatro anos pode acabar com a carreira de Jon Jones. Ao menos é o que acredita Mike Winkeljohn, treinador do lutador, que teme pelo que pode acontecer com o americano durante o período em que ele pode ficar afastado dos octógonos por conta do flagra no doping. A confirmação da contraprova para o exame realizado no último dia 28 de julho, às vésperas do UFC 214, para o uso de Turinabol - substância que melhora o desempenho - pode fazer com que 'Bones' seja suspenso de dois a quatro anos.

Em entrevista dada ao programa 'Submission Radio', Winkeljohn saiu em defesa do seu pupilo, mas disse que tem medo do que pode acontecer com Jones nesses possíveis quatro anos, caso a punição seja a máxima. A suspensão do lutador só será decidida depois que ele for ouvido pela Comissão Atlética da Califórnia, o que deve acontecer no próximo dia 17 de outubro.

"Eu não sei o que vai acontecer. Uma suspensão de quatro anos eu acho que poderia ser devastadora, e não é justa, sabe? Ele pisou na bola, talvez tenha tomado algo que alguém disse que estava tudo bem, ele não usou nada pensando: 'Eu estou ingerindo esteroides'. É isso que torna tudo tão terrível. Ele pode ficar acabado em quatro anos. Quem sabe? É um tempo muito longo para entrar numa espiral negativa, onde coisas ruins podem acontecer. Isso me assusta. Eu acho que se fosse uma suspensão de um ano, Jon Jones voltaria e dominaria o mundo de novo", explicou o treinador.

Jon Jones é reincidente no doping. Em julho de 2016, o atleta também testou positivo para substância proibida e ficou um ano suspenso. Na época, o americano afirmou que tomou um remédio contaminado para melhorar sua atividade sexual. Winkeljohn afirmou que o atleta foi testado várias vezes durante a preparação para a luta contra Daniel Cormier, no UFC 214, e que ele não teria como fazer isso sem ser enganado, mesmo argumento usado pela defesa de Bones.

"Não tem possibilidade de Jon ter tomado esteroides. Jon Jones foi testado muitas vezes durante o camp, ele não faria isso. O problema é a percepção pública. As pessoas acham que ele tem essas agulhas e injeta esteroide em si mesmo. Não me entenda mal, eu sei que Jon estragou tudo no passado, ele foi pego bebendo e dirigindo, fez coisas ruins e idiotas, mas ele amadureceu", ponderou.

"Uma coisa é tomar esteroide, mas ele foi punido por tomar Viagra contaminada no México, isso não é esteroide. Mas foi falado desse jeito. E se eu precisasse adivinhar, eu diria que será revelado que foi algo que ele usou para se reidratar depois da perda de peso ou algo do tipo. Naquela hora, ele achou que fosse uma substância suplementar, alguém deve ter dito: 'Isso vai te fazer sentir melhor, tem eletrólitos e essas coisas', enquanto estava contaminado. Todo mundo pensa: 'Isso é só uma desculpa', mas não. De verdade, é isso que vai ser", defendeu Winkeljohn.

O treinador ainda disse que seu pupilo está se mantendo afastado das redes sociais e passando um tempo com a família para se recuperar do choque. Com o doping confirmado, o UFC removeu Bones do ranking oficial da categoria meio-pesado (93 kg) e o cinturão retornou para as mãos do americano Daniel Cormier.

"Eu vi Jon Jones duas horas antes dele descobrir que tinha sido pego, ele estava animado. Duas horas depois, de repente, eu recebo uma ligação e uma pessoa diz: 'Adivinha só', e eu sei que ele ficou destruído. Eu não vi quando ele foi avisado, ele estava no restaurante com um dos outros treinadores, mas esse treinador me disse que ele ficou devastado, ele parou no tempo e continua assim, ele apenas está passando um período com a família e se mantendo offline", garantiu.

Winkeljohn considerou a situação triste, principalmente pelo fato de que Jones estava no topo. Apesar de todas as alegações, o treinador não duvida da honestidade de seu pupilo.

"Ele perdeu a fé em si mesmo. Ele foi do mais alto ponto para o fundo do poço. Isso é desanimador, porque eu sei que Jon Jones não é um trapaceiro", concluiu Winkeljohn.