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Médico do UFC relata drama ao atender vítimas do ataque em Las Vegas

3.out.2017 - Velas são colocadas na avenida Las Vegas Strip, em homenagem às vítimas do atentado que matou 59 pessoas e feriu mais de 500 em Las Vegas - Mark Ralston/AFP
3.out.2017 - Velas são colocadas na avenida Las Vegas Strip, em homenagem às vítimas do atentado que matou 59 pessoas e feriu mais de 500 em Las Vegas Imagem: Mark Ralston/AFP

06/10/2017 13h24

O ataque a tiros realizado no último domingo (1º) em Las Vegas (EUA) chocou o mundo e alterou a rotina de todos os cidadãos da cidade. Inclusive Jeffrey Davidson, médico do UFC, que imediatamente foi para um dos hospitais que estava recebendo as vítimas para auxiliar com o resgate e primeiro socorros. Presidente do departamento de emergência do Hospital Valley, ele relatou o episódio e garantiu que nunca havia presenciado uma cena tão catastrófica.

A polícia identificou Stephen Paddock, de 64 anos, como o responsável pelo ataque. O atirador disparou contra um festival de música country do 32º andar do hotel Mandalay Bay e se matou antes das autoridades entrarem no quarto. Em entrevista ao programa 'MMA Hour', Dr. Davidson contou que o hospital estava em que trabalha ficou lotação máxima e precisou alocar vítimas em salas e corredores.

"Eu estava em casa, acho que como todo mundo estava me preparando para dormir, quando recebi a notícia de que estava acontecendo um ataque com muitas vítimas e logo foi classificado como desastroso", comentou o médico.

"Eu não sabia o que estava acontecendo e liguei a televisão para entender a situação e comecei a assistir o que o mundo inteiro estava vendo. Eu imediatamente liguei para o chefe da emergência e corri para o hospital. Foi uma cena horripilante! Muitas vítimas sendo levadas por ambulâncias e também por carros particulares. Foi então que eu entendi que aquele era o episódio que mais exigiu dos hospitais aqui na nossa comunidade".

Ao todo, mais de 500 pessoas ficaram feridas e 59 morreram nesse que foi o maior ataque a tiros da história dos Estados Unidos. O médico relatou que divido ao número de feridos, foi necessário analisar a gravidade de cada caso e priorizar os que possuíam mais riscos.

"A estratégia para essa situação foi realizar uma triagem. Ou seja, analisar quem eram as pessoas com lesões mais graves e começar o processo para salvar essas vidas, ressuscitando, entubando, aplicando medicamentos. Você precisa começar com os casos que precisam ser encaminhados para a cirurgia rapidamente e intercalar com as vítimas que precisavam serem ressuscitadas. Tudo isso muito rápido", explicou o Dr. Davidson.

"Eu amo Las Vegas, acho que é uma ótima cidade. Foi muito difícil presenciar tudo isso. Eu tenho dois filhos, e eu consigo me colocar na posição das famílias e dos amigos que chegavam correndo querendo alguma informação. Foi difícil, o meu coração se despedaçou vendo as vítimas, as famílias e os amigos, acho que o pior de tudo foi a comunicação com eles, no dia do ataque e nos dias seguintes".

Apesar do atentado, o UFC decidiu manter a edição número 216 do show para o próximo sábado (7), na cidade. No card principal, Tony Ferguson e Kevin Lee vão disputar o título interino dos leves (70 kg) e Demetrious Johnson fará sua 11ª defesa de cinturão consecutiva, pela divisão peso-mosca (57 kg).