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Treinador de Anderson Silva aguarda punição, mas acredita em inocência

Anthony Geathers/Getty Images/AFP
Imagem: Anthony Geathers/Getty Images/AFP

Ag. Fight

06/12/2017 11h42

 

Anderson Silva foi testado positivo em um exame antidoping surpresa da USADA (agência de antidopagem americana) às vésperas do UFC Xangai, que aconteceu no último dia 25 de outubro, na China. Com isso, o brasileiro foi retirado do evento e suspenso provisoriamente pelo Ultimate. Contudo, a equipe do ex-campeão dos médios (84 kg) defende que o lutador foi vítima de uma suplementação contaminada e que a sua inocência pode ser provada.

O preparador físico do 'Spider' afirmou que o seu pupilo, aos 42 anos, tem maturidade suficiente para tomar os devidos cuidados para não manchar a sua imagem. Por isso, Rogério Camões garantiu, em entrevista ao canal 'Combate', que confia na palavra de Anderson ao alegar que é inocente.

"Eu estou com o Anderson há muitos anos, e, na nossa conversa, a primeira coisa que ele falou foi: 'Mestre, eu não tomei nada'. Eu acredito na palavra dele, porque o Anderson é um cara muito maduro e muito experiente, e tem consciência que não ia usar uma coisa para se comprometer a ser suspenso, manchar a imagem. A gente acredita em alguma contaminação em algum produto ou suplemento. Todos os produtos que ele usou vão ser analisados para a gente comprovar que houve uma contaminação. O processo é lento, não é da noite para o dia, isso requer tempo e investimento, é muito caro", prometeu o treinador.

Mesmo que seja provado que tudo não passou de uma suplementação contaminada, Silva deve enfrentar uma suspensão da USADA. Isso porque a agência responsabiliza os atletas por tudo que é ingerido, acidentalmente ou não. O caso do brasileiro é ainda mais delicado pelo fato da reincidência no doping - o lutador já testou positivo para substâncias ilegais em 2015, na época precisou ficar um ano afastado dos octógonos.

"Na vida, quando tiram uma coisa de você, é quando você mais dá valor. A coisa que ele mais quer é lutar. Acredito que ele vai voltar a lutar. Antes de isso acontecer, eu lembro que, conversando com o Luiz Dórea, falei: 'Esse cara luta ainda mais uns três ou quatro anos'. Ele estava um garoto, numa felicidade. Tudo vai se esclarecer. Claro que vai haver uma pena, a gente conhece as regras da USADA e, mesmo que tenha uma contaminação, a responsabilidade é do atleta pelo que ele toma. Como é reincidente, vai ter mais. A gente está esperando alguma coisa justamente para saber qual caminho tomar depois de tudo", opinou Camões.

O treinador de 'Spider' realiza reposição de testosterona, que é proibido pelo UFC em seus atletas desde 2013. Conhecendo as regras, Camões garantiu que não realizou nenhum procedimento no lutador e que só utiliza o TRT em si mesmo, devido aos seus 60 anos.

"As pessoas que me conhecem há muito tempo e conhecem meu trabalho têm a noção que eu seria a última pessoa a fazer isso, primeiro por conhecer de A a Z os esteroides anabólicos, fui fisiculturista. O primeiro teste antidoping que eu fiz na vida foi em 1987, na delegação de judô que ia competir internacionalmente. Eu fiz controle de doping durante 10 anos da minha vida, então eu seria a última pessoa a indicar uma coisa para uma pessoa tomar e cair no doping. Só se eu fosse maluco e burro. Eu seria a última pessoa estimular o Anderson a fazer uma coisa dessas, pelo contrário, eu sou o cara mais preocupado com isso. Eu sou o Rogério Camões, e ele é o Anderson, não tem nada a ver uma pessoa com a outra. O meu objetivo hoje é estar em forma aos 60 anos, é fazer minha reposição porque tenho 60 anos e tenho que fazer, é responsabilidade minha. Mas não que eu tenha que incentivar alguém", defendeu-se o treinador.

Com o doping, Anderson Silva aguarda o seu julgamento pela USADA, que ainda não tem data definida. Devido à sua reincidência, o ex-campeão do UFC pode enfrentar uma suspensão de até quatro anos longe do octógono.