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Claudia Gadelha admite erro nos treinos antes de derrota para "Bate-Estaca"

Buda Mendes/Getty Images
Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Laís Rechenioti, no Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

14/12/2017 08h00

 

No último mês de setembro, a derrota de Claudia Gadelha para Jéssica "Bate-Estaca" chamou a atenção dos fãs, principalmente a dos brasileiros, que viram a ex-atleta da academia Nova União ser dominada pela mais jovem rival durante três rounds disputados no evento realizado no Japão. Agora, passados alguns meses da disputa, a atleta consegue analisar melhor sua queda de rendimento no octógono.

De acordo com a ex-desafiante ao título dos palhas (52 kg), que agora curte um momento de descanso antes de retomar os treinos em alto nível, ela não deveria ter aceitado o desafio ao perceber que seu planejamento para o camp não estava adequado às suas necessidades na época.

"Não teria deixado a vontade de lutar tirar a razão do momento. Quando você percebe no começo do treinamento que não consegue ir até o fim bem por vários motivos, você não deve ir. O MMA é um esporte de resultados e se você perde é porque você errou em alguma das fases do treinamento que eu classifico em três: planejamento, trabalho em conjunto para seguir o que foi planejado e a etapa final, que é o corte de peso que vem junto da recuperação de peso também", disse durante conversa com a reportagem da Ag Fight.

Com o erro na preparação, a famosa explosão física de Claudinha ficou limitada apenas ao primeiro round e acabou suplantada pelo volume de jogo da rival, que se apresentou no ápice de sua forma diante do público japonês. O resultado inverteu as atletas em suas posições no ranking oficial do UFC e fez com que Gadelha reavaliasse suas prioridades.

"Existem vários fatores interligados quando você trabalha com resultados. Até alguém que te deixou triste pode atrapalhar a segunda fase, que é a de seguir o que foi planejado, por isso a gente precisa seguir blindados do começo ao fim. Acho que não era o momento de ter lutado no Japão, mas eu queria muito e errei em mais de uma fase. No final até percebi que estava errando, mas não iria nunca deixar o UFC na mão e sair da luta em cima da hora porque estava sentindo que errei quando não deveria errar. A culpa é minha e não deles, eu que tenho que pagar"

Afastada dos treinos fortes desde então, a brasileira viajou com a família e seguiu sua rotina quando não tem lutas marcadas pela frente. Agora, com as energias renovadas, ela pretende lutar em abril ou maio, ainda com tempo necessário para retomar seus treinamentos sem pressa e também para definir como será seu próximo camp que, ao que parece, ainda parece uma incógnita.

Afinal, desde que se mudou para os EUA, a atleta abriu uma academia no nordeste americano, enquanto treina e se prepara para seus duelos no Novo México, estado central no mapa americano. Essa dinâmica, no entanto, pode mudar em breve.

"Tenho um bom relacionando com meu treinador principal que mora lá . Gosto da ideia de procurar o melhor para mim, de contratar treinadores que foquem na minha evolução, que trabalhem para que eu cresça. Tenho feito isso nos meus últimos camps e por isso não tenho uma equipe certa no momento. Ultimamente eu tenho sentido vontade de viajar, conhecer outros lugares e aprender um pouco mais", afirmou, deixando no ar.

Curiosamente, sua partida para os EUA se deu em um momento conturbado com sua ex-equipe Nova União. Na época, cogitou-se que ela e o líder do time André Pederneiras tivessem desavenças, o que foi negado por ambas as partes. No entanto, sempre que viajava para o Brasil, Claudinha visitava e treinava na Kimura, academia que a revelou para o MMA e que tinha parceira com a equipe carioca. Essa união, porém, não existe mais e agora cada bandeira segue seu próprio rumo de forma independente. Cenário que não pareceu surpreender a lutadora.

"Não fiquei nem um pouco surpresa, sabia que ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Acho que é tudo uma questão de negócios. O MMA é o esporte que mais cresce no mundo e virou um grande negócio. A partir do momento em que a parceria com a Kimura deixou de ser importante para os negócios da Nova União, ela anunciou o fim da parceria", analisou de forma direta antes de arriscar seus possíveis próximos passos no evento. "O cinturão sempre fez parte do meu planejamento. Com a derrota da Joanna, deu uma movimentada na categoria e muita coisa pode acontecer. Como eu pretendo lutar em abril ou maio, estou assistindo o que está acontecendo para planejar meu ano. Eu gosto de lutar com as tops, as que vem de vitórias e subindo no ranking são a Felice e a Tecia , então acho que seria o ideal", finalizou.