Topo

MMA


Jacaré já esperava desistência de St-Pierre dos médios: "Seria uma chacina"

Frank Franklin II/AP
Imagem: Frank Franklin II/AP

Diego Ribas, em Las Vegas (EUA)

Ag. Fight

16/01/2018 08h00

 

Na atração principal do UFC 217, evento que aconteceu em novembro do ano passado, Georges St-Pierre finalizou Michael Bisping e conquistou o cinturão linear dos pesos-médios (84 kg). Pouco mais de um mês depois do seu retorno ao octógono, o canadense, que não competia desde 2013, deixou o posto de campeão da categoria vago para tratar de problemas de saúde antes de tentar unificar os títulos da divisão com Robert Whittaker. Tal postura, no entanto, foi classificada como previsível por Ronaldo "Jacaré", que pareceu não acreditar no potencial do ex-campeão diante dos rivais mais pesados.

Como resultado da saída de GSP da categoria, o australiano Whittaker, então dono do cinturão interino, assumiu o posto de único campeão dos pesos-médios em uma verdadeira "dança das cadeiras", que agora conta com a disputa entre Yoel Romero e Luke Rockhold pelo título interino no próximo dia 11 de fevereiro. Tantas mudanças, ao menos, teriam garantido, de acordo com Jacaré, a integridade de St-Pierre.

"Foi esquisito. Todo mundo sabia que o St-Pierre ia chegar ali e fazer o dele, ganhar o dinheirinho dele e ia arregar. Ele é muito pequeno para essa divisão. Ele quase não lutou com o Bisping, imagina com o Rockhold ou com outro cara mais pesado da categoria. Com o Romero, imagina. Ia ser uma chacina. Lógico que eu esperava. Ele nunca lutou nessa divisão, ele só veio para lutar com o Bisping", opinou o lutador, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight.

Sem lutar no segundo semestre de 2017, período em que se recuperava de uma cirurgia, o brasileiro se mudou com a família para Orlando, no estado americano da Flórida. E para isso, o número três do ranking da divisão explicou que se preocupou primeiramente em encontrar um lugar parecido com o Brasil, antes mesmo de escolher uma academia para dar continuidade ao seu treinamento. Dessa forma, Jacaré justificou a sua escolha por treinar na Fusion Xcel, apesar dos convites para ingressar na American Top Team.

"Sempre tive o convite de treinar na ATT. Fico muito feliz em ter uma equipe gigantesca dessa, uma das melhores equipes de MMA do mundo, com as portas abertas para mim. Mas eu moro longe da ATT, muito longe. Eu estou bem aqui na Fusion Xcel, tenho tudo o que eu preciso, a equipe é fortíssima. Mas de repente eu vou visitar a ATT, fazer uns treinos lá. Tenho uma porta aberta, sempre respeitei todo mundo e eu fico muito feliz de ter a oportunidade de treinar e saber que as portas da ATT estão abertas para eu treinar", explicou o atleta.

Prestes a subir no octógono pela primeira vez representando a nova academia, Jacaré estará na luta principal do UFC Charlotte, evento marcado para o próximo dia 24 de janeiro, nos Estados Unidos. O brasileiro irá enfrentar Derek Brunson, adversário que já derrotou em 2012 com um nocaute no primeiro minuto do confronto. Apesar da revanche marcada com retrospecto positivo, o veterano garantiu que o cenário é outro devido ao amadurecimento de ambos os competidores.

"Muda tudo. Faz muito tempo. A gente é um atleta diferente, um atleta melhor fisicamente, um atleta melhor tecnicamente. O que não muda é que ele fica falando as mesmas coisas que ele falou quando lutou comigo há um tempo atrás. Então, isso é o que não mudou. Ele fala bastante. Ele evoluiu bastante. Estou bem fisicamente e estou aí para fazer um bom trabalho. Na minha luta com o Brunson, meu objetivo é fazer ele andar para trás e fazer o meu trabalho", prometeu.