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Com risco de punição, Barnett acusa agência antidoping de "caça às bruxas"

Josh Barnett ataca Andrei Arlovski, na luta principal do UFC Alemanha - AP Photo/Axel Heimken
Josh Barnett ataca Andrei Arlovski, na luta principal do UFC Alemanha Imagem: AP Photo/Axel Heimken

Ag. Fight

17/01/2018 06h00

 

A última luta de Josh Barnett foi em setembro de 2016, quando ele finalizou Andrei Arlovski e recebeu os prêmios de 'Performance da Noite' e 'Luta da Noite', em evento realizado na Alemanha. Depois dessa atuação, em dezembro do mesmo ano, o americano testou positivo em um exame antidoping feito fora do período de competição e, devido à sua reincidência, o peso-pesado está próximo de enfrentar uma suspensão de quatro anos - o que, para ele, parece ser melhor do que trabalhar com a USADA (agência de antidopagem americana).

Na ocasião, o americano foi testado positivo para o uso de Ostarine, substância utilizada para mascarar a presença de outros elementos proibidos. Em casos similares anteriores, atletas que comprovaram terem sido vítimas de suplementações contaminadas receberam punições mais brandas, argumentação da defesa de Barnett que não foi aceita pela USADA.

Em entrevista ao site 'MMA Junkie', o americano revelou que foi procurado pela agência para um acordo. No entanto, por não confiar na USADA, Barnett garantiu que prefere enfrentar o que for preciso, mesmo que se depare com a punição máxima de quatro anos longe das competições, o que pode abreviar sua carreira.

"Para ser honesto, não confio neles de qualquer forma. Não tenho interesse em trabalhar com eles ou me tornar parte do programa. Preferiria fazer qualquer outra coisa a trabalhar com a USADA à essa altura. O que você deveria fazer quando não confia em alguém? Continuar dando a eles oportunidades de quebrar a sua confiança?", atacou o atleta.

Esta não é a primeira vez que o lutador fica nos holofotes em função do uso de substâncias proibidas. Em 2009, o americano não recebeu autorização para entrar no cage depois que foi testado positivo para esteroides em um exame pré-luta. Antes disso, Barnett foi advertido, também pelo uso de anabolizantes, depois de atuar no UFC 34. Duas edições depois, o peso-pesado conquistou o cinturão do UFC e teve o posto cassado após outro flagra. Apesar da reincidência, o peso-pesado assegurou que a USADA tem tornado o seu caso mais recente em "uma caça às bruxas".

"Não sou contra a ideia e espírito da USADA ou qualquer outro programa de teste de drogas independente, de forma alguma. Não tenho problema com nada disso e mesmo assim tomei um suplemento contaminado. Estou de acordo em passar pelo processo de testar suplementos. A única coisa que eu protesto é ser martelado depois do fato", defendeu-se o americano.

"É muito frustrante, porque entendo as intenções do programa. Mas isso não me parece ter a ver com as intenções do programa. Isso parece ser outra coisa e aí que está o problema. Sinto que isso não é sobre a segurança do atleta e a santidade do esporte. Se trata de fazer uma caça às bruxas em um nível pessoal. Talvez, para eles, punir pessoas signifique mostrar mais efetividade do que investigar problemas em suplementos contaminados".

Apesar da polêmica, Barnett descartou a ideia de aposentadoria, mesmo que a sua punição oficial não tenha sido revelada. Aos 40 anos, o americano já realizou 43 confrontos, dos quais sofreu oito revezes. Entre suas 35 vitórias como profissional, 21 são por finalização.