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Lyoto admite que adiantou retorno para lutar em Belém e minimiza sonho por cinturão

Diego Ribas, em Las Vegas (EUA)

Ag. Fight

18/01/2018 17h31

Próximo de completar 40 anos e vivendo a pior fase da carreira - que inclui quatro derrotas em cinco duelos e uma suspensão de 18 meses proveniente de um flagra em um exame antidoping -, Lyoto Machida foi escalado para liderar o card do UFC Belém, evento programado para o dia 3 de fevereiro. E se a edição não fosse realizada justamente na cidade em que foi criado, o carateca provavelmente descansaria um pouco mais após o nocaute sofrido para Derek Brunson em outubro passado.

Em conversa via video conferência com jornalistas brasileiros nesta quinta-feira (18), o ex-campeão dos meio-pesados (93 kg) revelou que lutar em casa balançou o seu coração. Afinal, nada melhor para espantar a má fase do que competir com apoio total das arquibancadas.

"Talvez eu esperaria mais um mês, ou um mês e meio para poder voltar um pouco depois. Mas a situação de ter um evento em Belém me motivou muito. Talvez eu esperaria um puco mais, mas por ter evento em Belém, me motivou muito. E tem que estar motivado, comigo não foi diferente", explicou o carateca, pouco depois de exaltar o acerto para que a edição fosse sediada na capital paraense.

"Realmente, as expectativas são as melhores. É uma emoção muito grande fazer uma luta em Belém, lutando no maior evento do mundo na cidade em que fui criado. Tenho ciclo de amizade, têm pessoas que fizeram parte da minha vida", narrou.

Ex-campeão dos meio-pesados, Lyoto também chegou a disputar o título dos pesos-médios (84 kg). Experiente e com nome forte na organização - esta será vez seguida que o atleta lidera um card do UFC -, o veterano, no entanto, afastou pensar em qualquer possibilidade de furar fila rumo a um distante title shot.

"É muita prepotência pensar em cinturão agora. Claro que tem esse objetivo final, mas com toda honestidade, meu foco é voltar bem em Belém, é o que penso. Na minha estratégia e minha tática, procuro viver um momento de cada vez. O momento mais importante", analisou.

Treinando em Los Angeles, onde mora com a família, Lyoto se preparou na academia Kings MMA, liderada por Rafael Cordeiro e que conta com nomes do calibre de Fabrício Werdum e Beneil Dariush. E foi lá que ele e sua equipe estudaram os pontos fortes e fracos de Eryk Anders, invicto adversário com quem medirá forças no dia 3 de fevereiro.

"Ele é um lutador com vigor físico. Tem muitas vitórias, está invicto, é um cara completo que bate forte. O lado da experiência, tenho mais vivência que ele, enfrentei mais situações, cinturão, main event. Isso eu considero que tenho à frente", ponderou.

Aos 39 anos e dono de um cartel com 22 vitórias e oito derrotas como profissional de MMA, Lyoto é um dos grandes nomes da história do esporte no Brasil. Diante de Anders, o carateca terá a chance de se redimir diante de sua torcida. Caso perca, porém, a soma de resultados negativos podem fazê-lo mudar de ideia e cogitar a aposentadoria.

"A idade chega para todo mundo, mas quando eu tiver disposto e com vontade, não tem porque. Se tiver competindo e treinando bem com a galera nova, não tem motivo em penar em parar. Tenho lenha para queimar", finalizou.