Topo

MMA


Lyoto relembra ajuda de Belfort em chegada ao Rio: "Abriu a casa para mim"

Montagem Vitor Belfort e Lyoto Machida - Buda Mendes/Getty Images e Alex Trautwig/Getty Images
Montagem Vitor Belfort e Lyoto Machida Imagem: Buda Mendes/Getty Images e Alex Trautwig/Getty Images

Diego Ribas, em Las Vegas (EUA)

Ag. Fight

07/03/2018 06h00

Em ritmo de lutas de dar inveja às jovens promessas do UFC, o quase quarentão Lyoto Machida fará seu terceiro combate desde que retornou ao octógono em outubro passado. E desta vez o duelo tem todos os ingredientes para entrar para a história, uma vez que a disputa marcará a despedida de Vitor Belfort do esporte. E a história do carateca com o "Fenômeno" é de longa data.

Afinal, os veteranos brasileiros chegaram a treinar juntos anos atrás, quando faziam parte da equipe Black House na cidade do Rio de Janeiro, equipe montada pelo empresário Jorge Guimarães, que gerenciava a carreira de ambos na época. No entanto, mesmo após dividirem os tatames da academia, a maior lembrança que Lyoto guarda do período não é nenhuma das habilidades do agora rival.

"Tínhamos o mesmo empresário, que tentou agregar todos. Anderson , Vitor, Minotauro... Para fazermos camps bons para todos. Treinamos alguns dias, mas o Vitor estava lutando na Inglaterra e eu já estava no UFC. Fizemos alguns treinos específicos, até porque estávamos em momentos diferentes de preparação. Mas ele me ajudou no Rio , me deu uma força grande. Estava lá, recém-chegado, não conhecia nada, e ele abriu a casa para mim, me botou na casa dele com meu irmão: 'Podem ficar aí e terminar o camp de vocês'", revelou durante conversa com a reportagem da Ag. Fight.

Garantindo ter gratidão pela ajuda oferecida por Belfort, Lyoto reiterou que o profissionalismo tomou conta do esporte e que não existe mais espaços para inimizades e recusas de lutas. E como exemplo ele citou seu confronto contra Mark Munoz em outubro de 2013, em sua estreia na divisão dos médios (84 kg).

"Comigo, ele sempre foi muito legal. Depois nos afastamos um pouco. Ele ficou sem empresário, a Black House acabou no Rio de Janeiro e meio que nos afastamos. Nunca mais nos falamos muito ou treinamos. Partindo disso só tenho que agradecer, mas como profissional, temos que lutar. Foi assim com o Mark Munoz também", relembrou.

Amigos e ex-parceiros de treino nos EUA, Machida e Munoz lideraram o card realizado na cidade de Manchester na Inglaterra e saíram para jantar juntos depois do combate (vencido pelo brasileiro com um nocaute logo no primeiro round). O atual cenário, no entanto, é diferente e mesmo longes do cinturão, os veteranos representam um verdadeiro clássico do esporte.

"Sou profissional, gosto de lutar. Preferiria não lutar com brasileiros. Se fosse por um título seria ideal, mas tem muito estrangeiro que a gente poderia representar o Brasil dentro do Brasil. Até porque ele é ídolo no Brasil. Mas é um clássico, muita gente quer assistir. Poderia até ter acontecido no passado", ponderou.

Estilos diferentes

Donos de estilos completamente diferentes, Vitor e Lyoto carregam ingredientes que fazem do confronto agendado para o dia 12 de maio na cidade do Rio de Janeiro uma verdadeira incógnita. Enquanto o carateca é um lutador mais estratégico e que prolonga seus confrontos, o explosivo rival carrega nocautes no primeiro round como grande trunfo no octógono.

"O Vitor, apesar de vir do jiu-jitsu, gosta de lutar em pé. Socar, chutar... É um cara rápido, e é uma luta boa, tanto para mim como para ele. Temos que estar atentos, qualquer golpe pode definir a luta. Precisaremos de foco, vou me dedicar ao máximo, é uma luta muito importante para mim. Quero fazer uma grande apresentação", narrou antes de garantir confiança nas suas habilidades de carateca contra golpeador.

"Não digo que esse casamento me favorece, é interessante justamente pela diferença de estilos. Eu cadencio mais e jogo no ritmo da luta, jogo de um lado para outro para achar um buraco. Ele é mais direto. Ele é mais reto na definição dele. Por isso se torna interessante, acredito muito na minha técnica. Acredito no que eu posso trazer para essa luta", garantiu.