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"Visionário", Belfort sonha com Olimpíada e royalties por vídeos no YouTube

Lyoto Machida e Vitor Belfort  durante evento prévio ao UFC 224  - Bruno Braz/UOL
Lyoto Machida e Vitor Belfort durante evento prévio ao UFC 224 Imagem: Bruno Braz/UOL

Felipe Castello Branco e Lais Rechenioti, no Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

11/05/2018 06h00

Vitor Belfort foi o primeiro lutador de MMA a ser conhecido para além do público cativo do antigo vale-tudo. E, com esta experiência, o peso-médio (84 kg) avalia ter condições de prever qual será o futuro do esporte. Em entrevista coletiva no media day do UFC 224, realizada nesta quinta-feira (10) na cidade do Rio de Janeiro, o 'Fenômeno' disse ser um "visionário".

Há alguns anos, Belfort é um defensor da transformação do MMA em esporte olímpico, mas a ideia ainda não gerou nenhum avanço concreto, uma vez que a modalidade é comandada por empresas privadas e não por federações nacionais e internacionais. Ainda assim, o brasileiro acredita que veremos as artes marciais mistas representadas nos Jogos.

"Podem me chamar de louco. Me chamavam de louco. A gente vai para as Olimpíadas. Quando a gente for, a gente vai como? Como o basquete, em que os astros podem competir, ou como o boxe, em que os astros não competem?", falou.

Ao classificar-se como "visionário", Vitor lembrou que não se trata da primeira vez que uma ideia sua é vista como impossível. Durante a primeira edição do programa 'The Ultimate Fighter: Brasil', em 2012, quando foi um dos técnicos, Belfort causou polêmica ao casar uma luta entre dois amigos e parceiros de treino; Rony 'Jason' e Anistávio 'Gasparzinho'. Hoje, os combates entre companheiros de equipe são bem mais comuns.

"Me criticavam muito na época: quando eu falei para o Carlson treinar o Marco Ruas, o jiu-jitsu inteiro criticou o Carlson. Ele era o 'traidor'. Hoje em dia, todo mundo treina todo mundo. Quando você é um visionário, vislumbra algo lá na frente, você é criticado", afirmou.

"Eu me lembro da WWE. É um esporte de entretenimento. O UFC veio pra ser um esporte, mas ele está tomando o mesmo caminho da WWE. Os lutadores estão virando 'entertainers'. Na verdade, nós somos entertainers: a gente só ganha quando a gente luta. O artista só ganha quando performa, mas ganha também quando a música dele toca. O artista marcial ganha quando o nocaute dele passa várias vezes no YouTube? Ele deveria ser co-owner , deveria ser participante. Imagina se eu pudesse ganhar royalties do que as pessoas assistem. A gente tem muito pra galgar", completou.

Belfort é atleta profissional de MMA desde 1996. No UFC, fez 25 lutas, com 15 vitórias, nove derrotas e um no-contest. Em seu último combate, venceu Nate Marquardt por decisão unânime, em junho do ano passado.