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Mackenzie Dern detalha dificuldades com o corte de peso e admite vergonha

Isaac Brekken/Getty Images
Imagem: Isaac Brekken/Getty Images

Felipe Castello Branco e Lais Rechenioti, no Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

14/05/2018 07h00

No card principal do UFC 224 - evento realizado nesse sábado (12), no Rio de Janeiro -, Mackenzie Dern finalizou Amanda Cooper ainda no primeiro round, como prometeu. Contudo, a americana - que é filha de um ex-lutador brasileiro - teve problemas com o corte de peso e ficou mais de três quilos acima do limite permitido pela divisão peso-palha (52 kg) na véspera do show. Depois do confronto, a especialista em jiu-jitsu analisou que o seu fracasso na pesagem aconteceu por um erro de meses atrás e garantiu ter vergonha do ocorrido.

Apesar de ficar tão acima do peso máximo da categoria, a americana garantiu que tentou até o último segundo completar o corte de peso com sucesso, mas depois de algumas horas na sauna, na manhã da pesagem, a Comissão Atlética Brasileira de MMA a proibiu de continuar com o processo. Além disso, em conversa com os jornalistas após o show, Mackenzie comparou o seu erro com os grandes campeões da organização que usam drogas.

"Todo mundo está me perguntando o que aconteceu no corte de peso. Posso falar aqui mil desculpas, mas realmente acredito que o problema com o meu corte de peso foi um problema lá trás, meses atrás na minha última luta. O meu problema é a dieta. O fato de eu ter conseguido antes me fez pensar que eu sabia o que estava fazendo, tinha muitas coisas acontecendo também. Mas isso não é desculpa, o fato de eu ter perdido o voo e outras coisas que aconteceram. Desde o dia que eu cheguei, eles tentaram me ajudar, mas eu respondia: 'Não, eu vou conseguir, vou conseguir'. Sofri da última vez, mas achava que dessa vez eu ia conseguir", explicou a peso-palha.

"E chegou na sexta-feira, umas 9h da manhã e não estava saindo mais nada. Eu estava na sauna, mas não suava, não conseguia andar e perceberam que não dava para eu continuar. Ainda bem que a Amanda aceitou a luta, é uma coisa que eu tenho vergonha. Não quero que isso aconteça de novo, mas é um erro. Não que um erro seja maior que outro, mas não uso bomba, não uso drogas. Poxa, tem campeões que usam drogas e cocaína. O UFC está investindo em mim e vou trabalhar com eles para evitar que isso aconteça de novo".

Como perdeu o voo para o Rio de Janeiro, a americana teve um dia a menos no seu cronograma para atingir o peso e ainda precisou lidar com o líquido retido durante o período no avião. Mesmo com algumas horas para subir na balança, na quinta-feira (10), Mackenzie entrou em contato com o seu empresário e garantiu que não tinha a mesma confiança que conseguiria atingir os 52 kg da categoria.

"Quando eu cheguei, cheguei 'pesada'. Tinha perdido o meu voo e estava contando com um dia a mais. Mas assim que eu cheguei, eles me pesaram, eles são muito cuidadosos com os atletas deles, e eles falaram: 'Olha, você está pesada. Você precisa bater o peso amanhã'. E eu tinha acabado de chegar, bebi muita água durante o voo, estava com muito líquido retido. E no dia seguinte eu estava no peso e eles me liberaram para continuar cortando. Continuei lá, confiante que eu ia conseguir. Perdi quatro quilos em um dia, na quinta de noite eu comecei a ficar um pouco nervosa", detalhou a americana.

"Falei com meu empresário: 'Olha, está difícil, não sei o que vai acontecer amanhã, vamos ver'. Na sexta-feira de manhã, fui para a sauna às 6h da manhã, queria continuar tentando, minha cabeça estava boa. A Comissão já estava me acompanhando, fiquei duas horas na sauna e não perdi nada, então eles me mandaram parar. Me garantiram que já estavam correndo atrás para fazer o peso-casado. Tentei o meu máximo, nunca foi minha escolha não tentar".

Com essa falha no UFC 224, Mackenzie não conseguiu chegar ao peso da divisão dos palhas pela terceira vez em sua carreira - ela se apresentou seis vezes nesta divisão. Por isso, existe a especulação de que o Ultimate possa obrigá-la a mudar de categoria e fazer com que ela suba para os moscas (57 kg). Mas, de acordo com a americana, isso não é uma possibilidade.

"Quero continuar como peso-palha. Meu empresário falou que existe a possibilidade do UFC me mandar subir, mas eu acho que não. Na semana passada mesmo eles me ligaram para falar sobre o instituto em Vegas e me mostrar que eles querem investir em mim. Já aceitei trabalhar com eles, não posso perder a oportunidade de receber essa ajuda, de uma organização que é tão grande", garantiu.