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Ronny Markes enaltece PFL e critica quem reclama do UFC, mas "não larga o osso"

Felipe Paranhos, em Salvador (BA)

Ag. Fight

20/06/2018 06h00

Ronny Markes é um dos 15 brasileiros que estão em busca do prêmio de US$ 1 milhão (cerca de R$ 3,8 milhões) dado para o vencedor da temporada 2018 de cada categoria da Professional Fighters League (PFL), organização que busca inovar no mercado do MMA. O meio-pesado (93 kg), que começa sua participação no torneio nesta quinta (21), contra Sean O'Connell, comentou o novo formato em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight e criticou os lutadores do UFC que reclamam de maus-tratos, mas aceitam qualquer condição para permanecer no evento.

O PFL inspira-se nas ligas esportivas americanas, com uma temporada regular de dois combates por atleta e, em
caso de classificação, um playoff com quartas de final e semifinais realizadas na mesma noite. Durante a
primeira fase, além dos três pontos por vitória, o lutador pode garantir três, dois ou um ponto extra se
nocautear ou finalizar o duelo no primeiro, no segundo ou no terceiro round.

De acordo com Ronny, o método utilizado para escolher o vencedor do prêmio é um estímulo a mais para buscar vitórias indiscutíveis. "Achei muito legal, um formato diferente. Eu, particularmente, estou muito feliz com o que o evento está me proporcionando. E você ainda tem a oportunidade de ganhar o prêmio final e mudar sua vida", declarou.

Questionado se espera uma migração de lutadores do UFC para o PFL, uma vez que tem sido comum alguns atletas insinuarem que podem 'testar o mercado' ao ficar sem contrato, Markes apontou que há um grande número de competidores que fazem o contrário: reclamam do Ultimate, mas aceitam qualquer proposta para continuar lá.

"Vivemos em um mundo tão louco que teriam muitos que lutariam até de graça, só para abrir a boca e falar que lutam no UFC. Disso não tenho dúvidas. Acho que 'nego' fala, fala e não faz nada! Então é melhor ficar calado e não falar nada, porque, se não está feliz com a empresa que trabalha, é simples: é só tu pedir para sair. Agora, fica um monte falando da empresa em que trabalha e não larga o osso. Eles poderiam pagar mais? Sim! Poderiam! Mas você já foi sabendo! Por que não reclamou na hora de assinar? É muita hipocrisia, essa é a realidade", afirmou à Ag. Fight.

Ronny também analisou o teor das críticas que muitos atletas recebem da torcida brasileira pelas redes sociais. Agradecendo aos que apoiam os brasileiros, o potiguar pediu compreensão, uma vez que pouca gente tem noção da jornada de um lutador de MMA até chegar às principais ligas do mundo.

"Antes de abrir a boca para falar o que não sabem, se coloquem do outro lado. Vocês não sabem o que muitos atletas passam pra chegar ali em cima. Lutam machucados, têm problemas pessoais etc. Daí você fala: 'Por que lutar?', né? Mas quem vai pagar as contas do cara? Leio comentários muitas vezes que são totalmente ofensivos e desnecessários com pessoas que nem sabem quem você é!", disse.

Markes, de 30 anos, vem de duas vitórias consecutivas, contra Smealinho Rama e Dylan Potter, ambas no ano passado. Ele deixou o UFC em 2014, com um cartel de três triunfos e duas derrotas dentro da organização. Ao todo o atleta acumula um cartel com 18 vitórias e cinco derrotas como profissional.