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Há 5 anos, Anderson Silva perdia reinado e iniciava derrocada na carreira

Anderson Silva esquiva de socos de Stephan Bonnar no UFC Rio 3 - AP/Felipe Dana
Anderson Silva esquiva de socos de Stephan Bonnar no UFC Rio 3 Imagem: AP/Felipe Dana

Felipe Paranhos, em Salvador (BA)

Ag. Fight

06/07/2018 13h07

Foi no dia 6 de julho, há exatamente cinco anos, que Anderson Silva iniciou seu declínio. Naquela data, no UFC 162, na mesma Las Vegas (EUA) em que o Ultimate faz dois eventos neste fim de semana, o brasileiro sofreu o primeiro nocaute da carreira, perdeu a invencibilidade de 17 lutas e foi destituído do título dos médios (84 kg) da maior organização de MMA do mundo. E quem mostrou ao mundo que o 'Spider' era, sim, humano foi Chris Weidman.

Apesar de o americano ter chegado a Vegas invicto em dez lutas, pouca gente imaginava que ele venceria Anderson. E as casas de apostas eram reflexo disso: quem acreditou no triunfo de Weidman recebeu, em média, três vezes o valor investido.

No primeiro round, Chris já mostrou o que poderia fazer. Conseguiu uma queda com pouco mais de 30 segundos de luta e dominou o então campeão durante quase todo o assalto. No curto período em que os dois ficaram em pé, Silva se dedicou mais a provocar o adversário do que a golpeá-lo, o que se seguiu no início do segundo round. Depois de pouco mais de um minuto, a cena fatídica: Anderson volta a provocar o americano ao fingir estar abalado com um golpe e tenta continuar se esquivando dos golpes. Num dos recuos, um gancho de esquerda atinge o queixo do brasileiro, que já cai sem condições de continuar. No chão, o 'All-American' ainda acertou dois golpes fatais.

Depois da derrota, Anderson nunca mais conseguiu se reerguer. Na revanche, em dezembro de 2013, foi protagonista de outra imagem marcante da história do MMA: a perna quebrada. A infeliz lesão, porém, escondeu o fato de que o brasileiro já estava perdendo a luta claramente antes do episódio - tendo, inclusive, sofrido um knockdown no primeiro round.

Silva voltou a lutar após pouco mais de um ano, em uma vitória pouco inspirada diante de Nick Diaz, que subiu de categoria. O triunfo, entretanto, foi transformado em 'no contest' depois que o ex-campeão foi pego no doping pelo uso de duas substâncias proibidas: drostanolona e androsterona. Ele acabou suspenso por um ano, retroativamente à data do confronto contra Diaz.

Em fevereiro de 2016, novo retorno ao octógono, desta vez com derrota para Michael Bisping por decisão unânime. No mesmo ano, Anderson 'salvou' uma das lutas do UFC 200, após Jon Jones ser retirado do card. Sem preparação, ele foi derrotado por Daniel Cormier.

O último combate do Spider como profissional de MMA foi uma vitória diante de Derek Brunson ? resultado muito contestado pelo adversário. Ele retornaria ao octógono em novembro de 2017, contra Kelvin Gastelum, mas, 15 dias antes, a USADA (agência antidoping americana) anunciou que brasileiro havia falhado em mais um exame antidoping. Já neste ano, foi revelada a substância encontrada no corpo de Silva: metiltestosterona, um esteroide anabolizante. Aos 43 anos, Anderson se dedica à carreira de ator.