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Cris 'Cyborg' critica Amanda Nunes por longa espera e cobra UFC: "Quase um ano"

Diego Ribas, em Las Vegas (EUA)

Ag. Fight

17/07/2018 11h54

Pelo visto, Cris 'Cyborg' não aguenta mais esperar. A campeã peso-pena (66 kg) do UFC fez seu último combate em março, contra Yana Kunitskaya, e aguarda, desde então, uma definição sobre a superluta contra Amanda Nunes, detentora do cinturão da categoria galo (61 kg). Mas a indefinição da baiana vem irritando Cyborg, que, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, cobrou do Ultimate a marcação de um outro duelo, enquanto Nunes não se declara 100%.

Segundo a paranaense, ela topou enfrentar Amanda desde o primeiro desafio da campeã dos galos, em janeiro. Ainda assim, entre idas e vindas, a negociação para o embate entre as principais lutadoras da atualidade já leva sete meses. Na semana passada, Nunes publicou a assinatura do contrato para enfrentar Cris em dezembro, já que não havia aceitado uma proposta para dois meses antes. Cyborg quer, então, fazer outra luta antes de encarar a rival.

"O UFC me propôs lutar em setembro, dia 8, com a Amanda. Eu aceitei, falei que estou pronta para lutar e que faz quatro meses da minha última luta. E como ela não aceitou pela terceira vez - porque teve julho, antes no Brasil , também, e agora -, eu falei: 'Tá. Se ela só quer lutar em dezembro, tudo bem, não tem problema nenhum. Se ela está lesionada, se ela quer um tempo para treinar, eu acho que não tenho nada a ver com isso. Eu estou saudável. Estou treinando, estou no auge da minha carreira. Não é justo eu ficar esperando sem lutar quase um ano, porque alguém está lesionada e porque querem fazer essa luta. Não tem problema nenhum, posso lutar com ela quando ela melhorar a perna dela. Independente disso, posso lutar com qualquer uma", declarou.

Cyborg negou que não existam adversárias em condições de enfrentá-la. De acordo com a atleta, as lutadoras que tentaram e não conseguiram uma vaga no TUF 28 - que reúne, além de homens pesos-pesados, mulheres de sua categoria - podem desafiá-la.

"É injusto isso. Tem menina pra lutar? Tem. Tem um monte de meninas que tentaram entrar na casa do TUF. A maioria da minha categoria não entrou, e mais as gurias que batem 61 kg. As de 66 kg foram liberadas, então elas estão liberadas para lutar. Eles têm o telefone delas, então com certeza elas podem ser chamadas para fazer uma luta", falou à Ag. Fight.

Cris ressaltou ainda a insegurança que o combate contra Amanda lhe traz. A veterana lembrou que, além de a extensão da contusão no pé da baiana ser desconhecida, o episódio de sinusite que a tirou de um confronto contra Valentina Shevchenko, ano passado, deixa uma aura de desconfiança sobre a rival. Se eventualmente Nunes saísse do combate que deve ser marcado com Cyborg em dezembro, só restariam três meses para a última luta do contrato da ex-campeã do Strikeforce, que expira em março.

"Amanda me desafiou em janeiro, após minha luta com a Holly Holm. Aí eu aceitei. Ela me desafiou em janeiro. Aí ela quer um ano para treinar? Assinar um contrato agora para lutar em dezembro. Ela disse que está lesionada, deu entrevista falando que está lesionada, mas também não conseguiu explicar a lesão dela. Eu já falei para o UFC para levar ela nos médicos do UFC, para ter certeza da lesão. Até entendo a parte do UFC, mas não posso assinar um contrato com uma pessoa que está lesionada, esperar quase um ano para lutar com a menina, e quando chega na hora, lá, como aconteceu na luta da Valentina, ela tem um problema de sinusite e não luta. Meu empresário está conversando com o UFC, mas eu quero fazer uma luta antes. Não quero esperar todo esse tempo", falou.

Cyborg também refutou o principal argumento de Amanda para não fazer o combate em setembro. Segundo a baiana, não haveria tempo para que o Ultimate promovesse adequadamente a superluta. Cris, por sua vez, disse acreditar que o trabalho de divulgação do combate não será diferente com mais dois meses de espera.

"Não acredito que vão divulgar essa luta. 'Ah, seis meses para divulgar'. A Amanda lutou com a Miesha Tate, lutou com a Ronda e ninguém divulgou nada dela, só das meninas contra quem ela lutou. E eu também luto com as meninas, e divulgaram mais as meninas que eu lutei. Quando eu lutei com a Holly, divulgaram mais a Holly, não acredito que vá mudar isso. Eu acredito que eles querem um tempo muito maior porque querem um cinturão interino. E eles querem essa luta acontecer com o cinturão interino, enquanto a Amanda vai esperar um ano para lutar", ironizou.

A campeã peso-pena se refere aos crescentes rumores de uma disputa pelo título interino dos galos entre Ketlen Vieira, número 2 da divisão, e Holly Holm, número 1. Invicta, Ketlen venceu Cat Zingano em março, enquanto Holm derrotou Megan Anderson em junho.