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'Moicano' prevê entrada no top 5 dos penas com vitória sobre Swanson no UFC 227

Diego Ribas, em Las Vegas (EUA)

Ag. Fight

17/07/2018 16h55

A trajetória de Renato 'Moicano' Carneiro no UFC é realmente digna de destaque. Com cinco lutas na organização, o peso-pena (66 kg) já ocupa a décima posição no ranking da categoria, tendo vencido adversários como o experiente Jeremy Stephens e o duro Calvin Kattar. E, no dia 4 de agosto, o brasiliense enfrenta o maior desafio da carreira: Cub Swanson, número 5 da divisão, pelo UFC 227. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o lutador afirmou que espera tomar de Cub o lugar no top 5.

Renato, revelado na Constrictor Team, em Brasília, tem feito seus camps na American Top Team, na Flórida (EUA), desde que perdeu para Brian Ortega, no UFC 214. Após treinar em solo americano e vencer Kattar, o brasileiro resolveu repetir a receita para o confronto diante de Cub. Segundo Moicano, o fato de a ATT ser conhecida pelos treinos lotados não é um problema, muito pelo contrário.

"A gente tem vários treinadores, então você acaba vendo qual você se adapta mais, e é ele que faz seus horários, seus treinos. Mas os treinos funcionam mais ou menos assim: segunda-feira, wrestling; terça-feira, sparring; quarta-feira, grappling e jiu-jitsu, com Mike Brown; quinta-feira, sparring; sexta-feira, um treino de jiu-jitsu com Parrumpinha; sábado, light sparring. Então, tem todo um planejamento aí, mas cada treinador vai adaptando conforme a fase de treinamento. Apesar de ter bastante gente, tem muito treinador e fica tudo certo", comentou, citando a parceria nos treinos com Thiago Moisés, atleta peso-leve (70 kg) do LFA.

O brasileiro analisou também o crescimento de seu nome no UFC. Não à toa, estará pela segunda vez consecutiva no card principal de um evento numerado, exibido em pay-per-view - a cereja do bolo do UFC. Esperando "corresponder com a melhor luta que puder", Renato disse acreditar que o casamento de estilos entre ele e Cub tende a entregar um duelo movimentado para o público e a concorrer à premiação de US$ 50 mil pelo melhor confronto do evento.

"Acho que pode render até mesmo a 'luta da noite', vamos ver. Porque o evento está recheado de boas lutas, é difícil, mas a gente conseguiu isso da última vez no UFC 214, que tinha grandes nomes como a Cris Cyborg e o Jon Jones, que lutou contra o Cormier, e eu consegui sair com a luta da noite. Não saí com a vitória, mas tive uma excelente apresentação, e acho que dessa vez a gente vai com tudo, para a vitória, mas vamos dar um show também. Pelas próprias características do Swanson, que já venceu uma vez a 'luta do ano', acho que tem tudo para ser um grande combate", afirmou.

"Acho que ele sempre vai ter vantagem na luta franca, é um cara muito bom, mas ao mesmo tempo eu sei lutar muito bem com quem vai nessa luta franca. Talvez ele tenha vantagem na experiência, eu tenho vantagem na juventude, são muitos fatores. Mas o melhor de tudo é que vai ser uma grande luta para o público", completou.

De olho em subir de patamar dentro da organização, Moicano afirmou que um triunfo diante de Swanson o coloca bem mais próximo de um desafio pelo cinturão da categoria, que hoje pertence a Max Holloway, mas que já tem Brian Ortega ? responsável pela única derrota do brasileiro em sua carreira ? como desafiante, assim que o campeão puder voltar a lutar.

"Acho que entro no top 5, fico bem colocado para lutar com outro top 5 e vamos ver o desenrolar da categoria. Porque a categoria está bem bagunçada, já vimos atletas disputando o cinturão até na 11ª colocação, como foi o caso do Al Iaquinta, que, apesar de não ser um caso corriqueiro, pode acontecer. Do mesmo jeito também foi o Kevin Lee, que era o nono dos leves e disputou o cinturão de uma das categorias mais concorridas do MMA, cheia de talentos. Então, quero estar ali no bolo, quero que meu nome seja lembrado, quero ser conhecido e mostrar o meu trabalho", disse.

Aos 29 anos, Renato já fez 14 lutas profissionais. No Brasil, surgiu no Jungle Fight, evento no qual conquistou o cinturão interino, antes de, invicto, assinar contrato com o Ultimate. Na maior organização do mundo, obteve quatro triunfos e a citada derrota para Ortega.