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Renato Moicano analisa seu estilo cadenciado no octógono

Renato Moicano venceu Calvin Kattar no UFC 223 - Ed Mulholland/AFP
Renato Moicano venceu Calvin Kattar no UFC 223 Imagem: Ed Mulholland/AFP

Diego Ribas, em Los Angeles (EUA)

Ag. Fight

04/08/2018 11h00

Renato 'Moicano' está longe de ser um lutador nocauteador, que atua de forma agressiva. Muito pelo contrário: o brasileiro possui uma forma mais cadenciada e tática dentro dos octógonos, e conquista a maioria de suas vitórias - sete de 12 - por decisão dos juízes. Em entrevista exclusiva à Ag Fight, o peso-pena (66 kg) explicou seu estilo, que por vezes é criticado por seus rivais - assim como foi por Cub Swanson, seu próximo adversário.

Grande parte dos fãs do Ultimate espera sempre ver combates emocionantes e cheios de reviravoltas. A par disso, Moicano prometeu evoluir no aspecto 'show', e mirou Jon Jones como exemplo a ser seguido. Renato justificou sua cadencia no cage ao citar as sequelas que lutadores podem sofrer com golpes sofridos ao longo da carreira.

"Quando a gente está lutando ali, não está botando só a carreira em risco, estamos colocando também a vida em risco, e eu não quero terminar um lutador todo quebrado, sem conseguir formar uma frase direito, como a gente vê muito no boxe. Então eu não luto para me machucar, luto para vencer. Se eu estiver perdendo, vou para o tudo ou nada, como foi o caso do Ortega. Era uma luta que começou dura, vi que não daria para ganhar na estratégia, mas no segundo round parei e pensei: 'Vou botar as cartas na mesa e ver o que pode sair'. E acabou que ganhamos o prêmio de luta da noite", analisou o brasiliense, que foi finalizado.

"Nunca vou me expor numa situação em que eu não precise. É a mesma coisa que você ter uma arma de fogo contra alguém de faca e você se desfazer da arma para também ir de faca contra o cara. Então é isso. Temos que usar as estratégias, que é como o Jon Jones faz. Ele faz melhor porque é um cara diferenciado, mas ele controla a luta, e quando pode dar show, ele dá. É isso que eu quero fazer", projetou.

Renato diz estar pronto para disputar o cinturão, mas não foi sempre assim. O brasileiro contou que se sentia "apenas mais um" e citou sua ida aos EUA como crucial para mudar esse estigma, já que passou a treinar de igual para igual com os melhores atletas da categoria. Moicano revelou que procura ser um lutador equilibrado e admitiu que não sente nenhuma rivalidade com Brian Ortega - seu único algoz na carreira.

"Não tenho nada pessoal contra ele , mas acho que a revanche seria muito interessante para mim, porque quanto mais caras bem ranqueados eu enfrentar, melhor para mim, e como ele está em primeiro na disputa pelo cinturão, acho que a revanche vale. Se ele perde duas ou três, a revanche já não interessa mais para mim", opinou.

"Isso aí é um grande erro que os atletas cometem, que é tornar uma coisa pessoal. Acho que quanto mais pessoal você torna alguma coisa, mais você tende a errar. Vejo atletas que tornam lutas muito pessoais, com muita raiva, e o cara acaba passando do limite. Sou equilibrado, acho que o caminho do meio é o que temos que seguir em todos os caminhos na vida. No esporte não é diferente", completou o peso-galo.

O próximo confronto de Moicano será válido pelo UFC 227, no próximo sábado (4), em Los Angeles (EUA). Sua luta contra o veterano Cub Swanson será o maior desafio da carreira do brasileiro até o momento. Em caso de vitória, ele se aproxima de vez na briga por uma disputa de título na divisão.

Confira abaixo a entrevista exclusiva na íntegra: