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Sheymon planeja usar dinheiro da vitória para deixar de morar na academia

Diego Ribas, em Los Angeles (EUA)

Ag. Fight

06/08/2018 09h00

Os desafios de Sheymon Moraes vão muito além dos que ele enfrenta dentro dos octógonos. O atleta, que venceu sua primeira luta dentro do UFC no último sábado (4), revelou em conversa com a imprensa brasileira no ginásio Staple Center que não possui residência fixa em Los Angeles, e por isso vive na academia em que treina.

A batalha para manter seu sonho de lutador é diária e, por isso, Sheymon já até se aventurou em outras profissões para garantir um dinheiro extra, como trabalhar de motorista de Uber e entregador de comida. Por vezes, de acordo com o atleta, parar de competir chegou a ser cogitado, embora o recente triunfo diante de Matt Sayles tenha lhe dado novas energias.

"Eu precisava dessa vitória, estava quase há três anos sem vencer, estava bem desmotivado. A vida vem sendo dura, meu filho crescendo e eu morando na academia. As pessoas acham que por eu estar morando aqui nos EUA são tudo flores, e não é, a gente passa dificuldade. Sou atleta do UFC e não tenho nenhum patrocínio, às vezes dá vontade de desistir, arrumar outro emprego. Mas essa vitória veio para me motivar", confessou o brasileiro em conversa que contou com a presença da Ag. Fight.

"Estou muito feliz, vencer, ainda mais nessa cidade que me acolheu tão bem. Moro aqui há quase 5 anos, meu filho nasceu aqui... Moro na Black House, me separei, meu filho mora com a mãe por enquanto. Agora depois dessa luta vou ver se eu alugo um lugarzinho para mim, quem sabe role uns patrocínios aí para ajudar também. Se Deus quiser vou sair da academia", completou.

À procura de patrocínios, Sheymon afirmou que não faz mais 'bico' em outras profissões, se concentra apenas nos treinos e, em seu tempo livre, visita o filho. Quando dividiu funções e trabalhos, o atleta não rendeu como esperado, como em sua estreia com derrota no UFC. Na ocasião, o brasileiro revelou que mal conseguia andar.

"Na luta contra o Zabit, no final de semana, eu ainda estava dirigindo para o Lyft . Viajei para a China na segunda, e no domingo ainda estava trabalhando. Nisso eu fiquei com uma hérnia de disco. Duas semanas antes de viajar, eu não conseguia andar direito, e ainda tinha que dirigir para pagar o aluguel. Era muita pressão, estava muito triste", desabafou.

"Eu não conseguia entrar na luta, estava vendo tudo em câmera lenta, não era eu ali. Hoje eu já enxerguei a luta melhor, mas nada que outra luta não possa me dar ainda mais ritmo, quero atividade para ficar com ritmo. Porque eu acho que com ritmo de luta eu tenho tudo para chegar nas cabeças ", opinou o peso-pena (66 kg).

Em busca de dias melhores o brasileiro quer lutar o quanto antes dentro da maior organização de MMA do mundo. Ao longo de sua carreira como profissional, Sheymon conquistou dez vitórias e sofreu apenas dois reveses.