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Após 12 anos e 28 lutas, Gleison 'Tibau' deixa UFC e mira eventos na Rússia e Japão

Diego Ribas, em Las Vegas (EUA)

Ag. Fight

13/08/2018 16h56

Em novembro de 2006, o brasileiro Gleison 'Tibau' estreou no UFC diante do ainda jovem Nick Diaz e acabou nocauteado no segundo round. Apesar da derrota, o combate abriu caminho para uma das carreiras mais duradouras da história da organização. Parceria esta que, no entanto, chegou ao fim em junho passado após 28 apresentações no octógono (foram 17 vitórias).

Quem revelou a notícia foi o próprio atleta que, durante conversa com a reportagem da Ag. Fight, reconheceu que caiu de rendimento nos últimos anos, especialmente após o flagra no exame antidoping que o deixou afastado dos cages por duas temporadas. Apesar de estar ciente de que seu emprego sofria perigo, Tibau garante que não conseguiu evitar a tristeza pela notícia.

"Acabou o contrato e não renovamos. A gente fica chateado. Foram 12 anos na organização e sempre salvando card. Recebi muita luta com uma ou duas semanas . Fiquei abalado, e aí caiu a ficha. Os eventos em geral usam os atletas até onde acham que a gente pode trazer benefícios pra eles. Depois dispensam e pronto. Fiquei um pouco chocado. Quase minha vida toda foi treinando duro e pegando luta em cima da hora", narrou o atleta de 35 anos.

Ao lado do meio-médio (77 kg) Demian Maia, Tibau ocupa o posto de brasileiro com o maior número de lutas no evento. A frente deles, apenas Michael Bisping, Jim Miller e Jeremy Stephens, com 29 cada, o que faz do recorde algo ainda mais notável.

"Sem mágoas. Entendo que faz parte do business. Mas fiquei chateado. Entendo que toda empresa funciona dessa maneira, eu não estava rendendo. Fiquei triste e emocionado, mas procurei entender". relativizou, antes de revelar que não pretende mais competir entre os pesos-leves (70 kg)

"Tive uma suspensão de dois anos que me tirou do ritmo e desmotivou muito. Passei dois anos afastado e quando voltei tava tudo muito mudado e estranho. Voltei em janeiro e tentei ir mais para a luta, e foi tudo muito rápido. Foi um banho de água fria Na minha última luta, senti muito a perda de peso, não recuperei legal. Vou subir de peso. Não vou mais bater 70 kg".

Aos 35 anos e dono de cartel com 47 lutas profissionais de MMA, Tibau treina na America Top Team, academia sediada no estado americano da Florida e local em que divide o tatame com dezenas de outros atletas do UFC. Por isso, encontrar casa nova não deverá ser das tarefas mais difíceis.

"Tem especulação de eventos no Japão, Rússia, Estados Unidos... Não chegou nada ainda de concreto. Estamos na fase de negociação. Onde pintar uma boa organização, vou cair para dentro. Mas, sim, fiquei mais balançado em lutar no Rizin, por ser no Japão. Eles tem muito de cultura de arte marcial e eu gostaria de lutar por lá", finalizou.