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'Minotouro' lembra internação durante camp e afasta aposentadoria

Felipe Paranhos, em São Paulo (SP)

Ag. Fight

23/09/2018 11h00

Aos 42 anos de idade e após 17 de carreira, Rogério 'Minotouro' descobriu, neste sábado (22), uma emoção nova. 22 meses depois de fazer sua última luta, uma derrota por nocaute para Ryan Bader, e de cumprir uma suspensão preventiva por doping, do qual acabou inocentado, o veterano teve a oportunidade de retornar à mesma arena e sair com a mão levantada. Durante a entrevista coletiva realizada no Ginásio do Ibirapuera após o UFC São Paulo, o baiano não conseguia disfarçar a felicidade por ter nocauteado Sam Alvey.

O meio-pesado (93 kg) revelou que teve um camp muito difícil. Sua preparação, que já seria complicada por causa da idade e do longo tempo distante do cage, tornou-se ainda mais complexa após desenvolver uma infecção na perna. De acordo com Rogério, foram dez dias de internação e de remédios para curar o problema. E uma vitória diante de tantas adversidades, segundo ele, servem de motivação para permanecer lutando.

"Eu voltei com vontade, até com mais vontade do que estava antes. Eu treinei muito bem este mês. Não queria falar muito, mas mês passado, 45 dias antes da luta, eu estava meio inseguro, eu estava com 109 kg. Eu estava sem treinar nada. E quando marcou a luta, eu tive uma infecção na perna, passei dez dias hospitalizado. Foi difícil voltar. Estava na minha cabeça que essa não seria uma volta perfeita, porque um mês pra lutar, cheio de antibiótico no corpo... A gente fez um trabalho forte de preparação física, e eu realmente só consegui o gás nos dez últimos dias de treino. Mas eu pretendo lutar novamente. Quero sentir o octógono novamente. Enquanto eu tiver condição de treinar normalmente e enquanto essa lesão nas costas não me tirar, eu pretendo continuar a lutar", afirmou, em referência a uma contusão crônica que já o impediu de fazer alguns combates no Ultimate.

Minotouro, que perdeu o pouco movimentado primeiro round e conseguiu o nocaute no segundo, avaliou seu desempenho contra Sam e reconheceu as dificuldades para colocar em prática o que havia treinado. Mas, como saiu com a vitória, o brasileiro disse esperar que os rumores sobre sua aposentadoria percam força.

"Pela minha idade, eu sou um lutador com 42 anos, talvez não tenham outros lutadores da minha idade. Tinha o Dan Henderson, o Randy Couture, mas hoje tem pouca gente que eu conheço que esteja lutando bem. Com certeza, eu tenho que pensar na época de aposentadoria, não está fora de cogitação. Mas acho que a performance de hoje afasta um pouco esta conversa. Quero lutar ainda este ano ou no início do próximo ano", declarou.

Profissional desde 2001, Rogério nunca havia ficado tanto tempo sem lutar quanto os 22 meses que passou entre a derrota para Bader e o triunfo sobre Alvey. Desde que estreou no Ultimate, em 2009, o baiano obteve seis vitórias e cinco reveses.