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St-Pierre revela interesse em enfrentar Khabib, mas cita resistência do UFC

O canadense Georges St-Pierre - Mike Stobe/Getty Images
O canadense Georges St-Pierre Imagem: Mike Stobe/Getty Images

Ag. Fight

16/10/2018 11h31

Se Georges St-Pierre voltar ao octógono do UFC, provavelmente será para uma superluta e nada mais. Foi o que deu a entender o próprio canadense, em entrevista ao programa "Ariel Helwani's MMA Show", na última segunda-feira (15). O ex-campeão dos meio-médios (77 kg) e médios (84 kg) afirmou que, embora exista uma "grande chance" de retornar em 2019, não pretende se misturar ao grupo de desafiantes da categoria na qual se encaixar.

E, segundo reiterou GSP, os pesos-leves (70 kg) continuam interessando bastante. De acordo com o lutador, o fato de Khabib Nurmagomedov, atleta invicto, deter o cinturão faz com que ele seja o adversário mais qualificado para um eventual retorno - assim como declarou seu treinador, Firas Zahabi. Segundo o canadense, porém, o UFC não simpatiza com a ideia.

"Sei que Khabib manifestou o desejo de lutar comigo antes da luta com McGregor. Antes da luta, havia muitos contenders. Não acho que o UFC gostaria que eu lutasse por um título nos pesos-leves. Eles não querem que eu vá embora com um título, se isso acontecer. Não acho que vá acontecer", falou.

"Sempre disse que o que mais me empolga é ser o primeiro a fazer algo, quando algo não pode ser feito e as pessoas duvidam de mim. Ele é um grande campeão. Em termos de legado, não penso em um cara, em um lutador que proporcione um legado maior do que Khabib", avaliou.

Independentemente de em qual divisão se instalar, GSP declarou que conseguir motivação é o seu maior desafio. O atleta de 37 anos afirmou que sua "fome" de lutar cresce e se apaga sem motivo aparente, o que o impede de cogitar uma outra jornada longa no UFC.

"Há uma grande chance. Às vezes, sinto como se eu quisesse lutar. Fico muito animado para lutar. E, em outros momentos, fico: 'P****, cara, o que eu tenho a ganhar?' O competidor em mim sempre quer lutar. Sei que sou capaz. Não é que eu não seja. Estou no meu auge agora. Mas, às vezes, acho que a motivação não é mais a mesma que era (...) Não tenho a motivação para subir o ranking de novo e batalhar por outro título. Para mim, isso acabou. Fiz isso por muitos anos. Você atinge um ponto na carreira em que quer fazer as coisas de maneira diferente", disse.

"É por isso que a luta contra Bisping foi diferente. Era uma superluta. É o que eu procuro: algo como uma superluta, se eu voltar a lutar. Não quero voltar ao 'bolo', no qual eu estou a cinco lutas de uma grande luta. Não me importo em lutar com caras novos - grandes lutas, grande legado. Mas não quero voltar como um contender e defender o título de novo e de novo. Não vou mentir: não estou motivado para isso mais. Eu poderia mentir e fingir que estou, mas não estou", completou.

St-Pierre se aposentou em 2013, depois de vencer Johny Hendricks naquela que foi a maior ameaça ao seu cinturão meio-médio desde que o reconquistou, em 2007. Quatro anos após parar, o canadense derrotou Michael Bisping pelo título médio e alegou uma colite ulcerosa para deixar vago o cargo de campeão.