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Calvillo demonstra confiança diante de Poliana, mas admite: "Luta mais dura da vida"

Ag. Fight

14/11/2018 08h00

Cynthia Calvillo e Poliana Botelho abrem o card principal do UFC Buenos Aires no que promete ser um clássico confronto de estilos. Oriunda da luta agarrada, a americana demonstrou confiança para o combate deste sábado (17) contra sua rival especialista na trocação. No entanto, a atleta da 'Team Alpha Male' admitiu, em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, que o duelo contra a brasileira será a luta mais dura de sua carreira.

A americana não atua desde dezembro de 2017, quando foi superada por Carla Esparza e perdeu sua invencibilidade no MMA. A derrota para a primeira campeã dos pesos-palhas (52 kg) da história não parece ter abalado Calvillo - muito pelo contrário. De acordo com a lutadora, após o último revés, seu foco, mais do que nunca, está apenas na vitória contra Poliana no sábado - até por conta do perigo que sua próxima rival lhe oferece.

"Na minha última luta , esperávamos que transcorresse de outra maneira, então agora o foco é somente em vencer. Tudo que ela tentar fazer, estarei pronta. Para mim, toda luta é a mais dura no dia de hoje, sei que ela é realmente muito dura, então estou esperando a luta mais dura da minha vida, mas estamos preparados para tudo. Então estamos analisando, se tivermos que levar para o chão ou o que quer que seja, estaremos prontos", revelou a americana, em conversa exclusiva com a Ag Fight.

"Sobre Poliana, eu sei que ela é uma guerreira, é muito dura. Ela gosta de nocautear suas adversárias, gosta de andar para frente, então tenho que estar preparada para isso. E tenho certeza que ela estar vai estar preparada para mim também, ela sabe que eu tenho um bom grappling, venho de uma renomada equipe de wrestling, e também tenho grandes treinadores e um ótimo time. Então tenho que me certificar de trabalhar bem ofensiva, mas também defensivamente. Tenho que estar preparada para tudo, especialmente para as investidas dela", analisou Cynthia.

Já hospedada na cidade que sediará o evento, Cynthia soube da rivalidade clássica entre Brasil e Argentina assim que chegou em Buenos Aires. A americana de ascendência mexicana admitiu que pode ter a vantagem dentro da arena com o apoio dos fãs - que teoricamente torceriam contra Poliana -, mas que no final das contas, independentemente do clima no estádio, o resultado da luta não será afetado por fatores extra octógono.

"Eu fiquei sabendo disso quando cheguei aqui , ouvi sobre isso. Honestamente, independentemente do jeito que rolar, eu sei como é isso, como na vez que eu fui para a Escócia em território inimigo para lutar contra a Joanne Calderwood, e eu venci ela em sua cidade natal. Lutei lá, sei como é atuar com vaias, é algo difícil para um atleta lidar. Não sei como a torcida irá recepcionar ela . Eu por exemplo não sou do Brasil, mas minha família é do México, eu falo espanhol, o idioma que é falado na Argentina, sei que isso estará a meu favor, mas para mim isso não importa muito, estou realmente focada só na luta. Quero que ela venha com a melhor versão dela, e que eu lute com o que tenho de melhor também, porque quero ser uma campeã e lutar contra todas, então independentemente das circunstâncias, não há desculpas ", opinou a peso-palha.

A americana, inclusive, vê com bons olhos a oportunidade de entrar em um octógono longe de casa. Natural de San Jose (EUA), a lutadora do Ultimate, que já atuou na Escócia e entrará em ação agora na Argentina, revela que sair da zona de conforto pode ser um fator essencial na preparação para um combate. Uma postura que vai de encontro com a de inúmeros atletas, que chegam a recusar confrontos por motivos de distância - como foi o caso recente do brasileiro Rafael dos Anjos.

"Não, acredito que não , acho que faz parte de ser atleta, estar disposta a viajar pelo mundo. É claro, que se você puder lutar no quintal de casa, é sempre bem mais confortável do que o normal. Mas você não pode ficar muito confortável para uma luta, você está indo para uma batalha, uma guerra. Essa é a beleza da coisa, ir até lá e ter total controle de si mesma. Então não, não acho que atrapalha, eu curto na verdade, é algo maravilhoso, estou muito feliz de poder viajar pelo mundo e estar apta a fazer o que eu amo", exaltou Calvillo.

Cynthia e Poliana possuem carteis similares no MMA profissional. Enquanto a americana venceu seis confrontos e perdeu um, a brasileira soma sete triunfos e também apenas um revés. As lutadoras abrem o card principal do UFC Buenos Aires - que será liderado pelo atleta da casa Santiago Ponzinibbio e pelo compatriota de Calvillo, Neil Magny.