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Assunção revela 'empurrãozinho' de Dana White que o fez aceitar luta no UFC Fortaleza

Ag. Fight

13/12/2018 08h00

Em julho deste ano, às vésperas do UFC 226, Raphael Assunção exigiu que, em caso de vitória sobre Rob Font, ele lutasse em seguida pelo cinturão dos pesos-galos (61 kg). No entanto, meses depois, seu desejo não foi atendido, afinal de contas, o brasileiro irá enfrentar Marlon Moraes em fevereiro de 2019, em show em Fortaleza. Apesar da frustração de não disputar o título do Ultimate, o atleta da 'Ascension MMA' revelou o motivo de ter aceitado o duelo contra um adversário que já superou anteriormente em 2017.

Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, Assunção admitiu que a superluta entre Henry Cejudo e T.J Dillashaw, agendada para o UFC 233, em janeiro, complicou seus planos de disputar o cinturão dos galos. Mas um acordo verbal que partiu de Dana White, somado ao interesse particular do chefão do Ultimate em realizar o combate entre ele e Marlon Moraes, convenceu Raphael a aceitar o duelo contra o compatriota em Fortaleza.

"Na verdade, a negociação complicou - para mim do ponto de vista profissional - depois que fecharam a luta do campeão da minha categoria com o campeão da categoria de baixo . Estava sem alternativa, meio que sem oponente. Aí mencionaram com alguns rumores o Marlon. No começo foi normal, como já lutei com ele, não me interessei tanto assim na luta, já tinha ganho dele. Mas o patrão falou que era essa a luta que ele queria, então a gente renegociou algumas coisas e fechou a luta", afirmou Assunção, antes de revelar o acordo verbal firmado com o chefão.

"Verbalmente oficial , verbalmente. O Dana falou em uma chamada, falando dessa luta ele mencionou isso aí. Mas é uma coisa que o próprio Dana fala, que nada é garantido, que ele não tem como garantir 100% isso ou aquilo. Mas verbalmente sim, o vencedor de Fortaleza vai ser o próximo, o número 1 para disputar o cinturão. Depois que o patrão se envolveu mais na negociação - porque o Dana não se envolve em certas lutas, fica a critério de outra equipe. Mas a partir do momento que o patrão, ele próprio, está envolvido e interessado, aí me deu uma motivação a mais para aceitar, e deu certo. Essa vai ser a luta que vai acontecer, estou bem otimista", concluiu o brasileiro.

Apesar de figurar entre os tops de sua categoria há anos, Raphael nunca teve a chance de disputar o cinturão no UFC, talvez por sua postura pouco polêmica fora dos octógonos. Mas apesar disso, o brasileiro prefere que suas performances falem por ele, e em caso de vitória sobre Marlon, Assunção pretende usar o fato de já ter vencido o atual campeão T.J para, enfim, se credenciar como desafiante ao título dos galos.

"Cara, vou tentar pôr isso em prática. Vou tentar com uma próxima vitória em cima do Marlon de novo, quero que seja dito, vou falar com certeza. Tenho sido criticado um pouco porque não falo e tal. Acho que quando você fala dentro do octógono é mais 'massa' do que quando você fala com a boca. O ex-campeão aí , fala, fala, fala, tomou dois nocautes e ninguém nem vê o cara mais. Acho mais viável o cara falar com propriedade dentro do octógono. A tendência é eu disputar o cinturão, sei que esse é o sonho de todos, mas eu já venho trilhando esse caminho, nessa trajetória há um tempo já, estou fazendo de um jeito inteligente, cauteloso, e a meta é essa ", projetou o atleta de 36 anos em conversa com a Ag Fight.

Ao longo de sua carreira como profissional, o pernambucano soma 27 vitórias e cinco derrotas. Nos últimos anos, o desempenho impressiona ainda mais. Raphael só perdeu um duelo - justamente para o atual campeão Dillashaw - nos últimos 12 combates. Uma vitória em Fortaleza diante de Marlon é imprescindível para que Assunção consiga realizar a tão sonhada trilogia contra T.J e desempatar o retrospecto entre os dois.