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Por saúde, Poliana Botelho muda de categoria para aliviar corte de peso

Poliana Botelho treina na academia Nova União, no Rio de Janeiro - Reprodução/Instagram
Poliana Botelho treina na academia Nova União, no Rio de Janeiro Imagem: Reprodução/Instagram

Gaspar Bruno, no Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

09/01/2019 06h00

Aos 30 anos, Poliana Botelho é uma das lutadoras que representam a nova geração do Brasil no UFC. E após apenas três combates realizados no Ultimate, a mineira tomou uma importante decisão: subir de categoria. Durante entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, a atleta da 'Nova União' revelou o motivo que a fez abandonar a divisão dos pesos-palhas (52 kg) e se aventurar nos pesos-moscas (57 kg).

Apesar de ser uma peso-mosca de origem, Poliana entrou para o plantel do Ultimate como peso-palha pois, ainda em meados de 2017, a divisão até 57 kg não havia sido inaugurada na maior liga de MMA do planeta. Portanto, a brasileira desceu de categoria para assinar com o UFC, mas o desgaste relacionado principalmente ao corte de peso - que chega a quase 20 kg - motivou a mineira a voltar a atuar em seu peso de origem.

"Fiz duas lutas (nos moscas), achei que estava tudo ok. Mas meus professores sempre falando comigo: 'Vamos subir, vamos subir'. Porque realmente a perda de peso para mim era um desgaste muito grande. Na metade do meu camp (contra Calvillo), eu já estava muito debilitada, perdendo peso demais. Eu desço de 70 kg, então perco 18 kg, fico muito debilitada. Mais ou menos no meio do camp - meus treinadores desde o início falavam para eu trocar (de categoria), e eu falava que não - eu mesma falei com eles: 'Não quero mais, não estou aguentando, está sendo muito difícil para mim. Acho que agora é o momento, essa vai ser a última'. Depois a gente vai lutar no 57 kg, a próxima luta já será com 57 kg sim", revelou Botelho, antes de contar como o corte de peso a prejudicou em seu último combate.

"Falo que tenho um defeito terrível, tenho pavor, não aceito perder (risos). Então acho que nunca vou aceitar derrota, mas a gente aprende muito com ela, né? Então sentei com meus professores, a gente viu os erros que foram feitos (contra Cynthia Calvillo). Na verdade, um dos erros foi a questão do peso. Eu ia treinar e tudo, mas não conseguia me dedicar. Meu corpo já não respondia como eu queria, um dos defeitos foi esse. Subir foi a decisão mais certa, até pela minha saúde. Estava me fazendo mal, ficava muito debilitada, e acabava atrapalhando meus treinos", completou a mineira.

Ainda sem previsão de retornar ao octógono mais famoso do planeta, Poliana afirmou que já retomou aos treinos normalmente em 2019. De acordo com a brasileira, basta o Ultimate oferecer uma adversária para que ela aceite o combate e estreie no peso mosca. Apesar de não fazer grandes projeções de início na nova divisão, Botelho projeta um futuro positivo lutando com 57 kg no UFC.

"Acho que as coisas têm que ir acontecendo. Tenho que entrar no octógono, lutar nessa categoria (57 kg), como já lutava antes. E começar a me sentir, ver como vai ser essa nova categoria. Acho que tenho uma estrutura bem grande para 57 kg, não sou uma lutadora baixa. E tenho a cintura larga, sou grande para a categoria. Então acredito que virão muitas vitórias por aí, muitas conquistas", concluiu a atleta da Nova União, em entrevista à Ag Fight.

Ao longo de sua breve trajetória como profissional de MMA, Poliana somou sete vitórias e apenas duas derrotas - a última delas em sua última aparição no UFC, quando foi superada por Cynthia Calvillo, em novembro de 2018. O revés marcou o primeiro resultado da brasileira no Ultimate que, até então, ostentava uma invencibilidade de duas lutas na organização.