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José Aldo pretende se aposentar do UFC após três lutas no Brasil em 2019

José Aldo se emociona ao vencer Jeremy Stephens no UFC Calgary - Reprodução de TV
José Aldo se emociona ao vencer Jeremy Stephens no UFC Calgary Imagem: Reprodução de TV

Gaspar Bruno, no Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

16/01/2019 18h05

Ex-campeão dos pesos-penas (66 kg) do UFC, José Aldo carrega experiência e desgaste muito além do que os 32 anos normalmente acusam. Com 31 combates profissionais disputados em cerca de 15 anos de serviços prestados ao MMA, o atleta da academia Nova União parece cada vez mais afoito para terminar seu vínculo com a maior organização de lutas do planeta. Mas não sem antes dar um presente aos fãs brasileiros.

Com duelo marcado para o próximo dia 2 de fevereiro, quando encara Renato "Moicano" em Fortaleza, Aldo mira realizar as outras duas disputas que possui no contrato também em solo nacional para, a partir de 2020, alçar novos voos, possivelmente longe do octógono do UFC.

"Na verdade, a gente pediu que o contato do Aldo fosse finalizado todo no Brasil, que desse aos fãs as últimas três lutas. Passamos para o Dana, e aparentemente isso vai acontecer", narrou André Pederneiras, treinador e empresário de Aldo, durante conversa com a imprensa nesta quarta-feira (17), no Rio de Janeiro.

Para dar continuidade a esse plano, Aldo oficializou o desejo de se apresentar em maio, no card que deve ser realizado em Curitiba e que contará com a disputa entre Rose Namajunas e Jéssica "Bate-Estaca" como atração principal. Para o segundo semestre, a despedida ocorreria no card que possivelmente será realizado em São Paulo, em setembro ou outubro.

A decisão tem um motivo: Aldo não quer encerrar a carreira quando seu corpo não responder como antes. Segundo o ex-campeão dos penas, Dedé Pederneiras será o responsável por avisá-lo se isso acontecer. Assim, aposentar-se este ano daria ao lutador uma oportunidade de aproveitar o resto da vida vida sem pôr em risco a saúde.

"Não quero dar meu dinheiro para comprar minha saúde de volta. Porque hoje eu estou dando a minha saúde para pegar o dinheiro. Mas eu não quero fazer isso: quero estar bem, poder aproveitar o crescimento da minha filha, minha família também, minha esposa, poder viajar, poder sorrir um pouco, brincar, sem esse lado de lutar até os 40 anos, como eu vejo nossos grandes ídolos fazerem e terem uma má performance. Sempre falo isso para o Dedé: no dia em que eu não estiver no meu ritmo, que não puder manter minha explosão física, pode me tirar, porque eu acho que não vai mais ser hora de estar ali dentro. Não quero lutar por dinheiro. Me programei a vida inteira para estar bem financeiramente para, amanhã, quando quisesse parar, poder parar sem problema nenhum", afirmou.

José explicou que, no vínculo padrão de um lutador com o UFC, a conquista do título obriga o atleta a seguir na organização - o que atrapalharia seus planos de se aposentar. Sendo assim, e com Max Holloway - que o venceu duas vezes em 2017 - como campeão dos penas, Aldo disse que prefere encerrar suas obrigações com o Ultimate assim que seu atual acordo acabar.

"Eu tenho que ler o contrato, que é em inglês, mas pode ter certeza que, se eu luto pelo título e venço, o contrato se renova automaticamente. Aí o Dedé tem que entrar em ação, tem que negociar. Isso que eu não quero, entendeu? Eu não quero me prender, porque meu objetivo é esse: quero lutar agora em Fortaleza para todo mundo e quero encerrar minha carreira aqui no Brasil também. Isso que a gente programou com o Dedé, por isso que eu estou já adiantando: pretendo lutar em maio também e depois finalizar no segundo semestre, que eu sei que vai ter outro evento no Brasil, e eles já sabem disso. Então, não tem por que eu chegar e mirar uma luta pelo título. Mas pode ter certeza: eu vou atropelar todo mundo que entrar na minha frente, porque eu vou vencer essas três lutas. Se eu lutasse pelo título, automaticamente poderia renovar o contrato. Eu não quero mais isso", falou.

Apesar da intenção de parar ao fim do ano, Aldo não descartou a hipótese de retornar ao octógono - uma vez que citou Georges St-Pierre como "exemplo" tanto na aposentadoria no auge quanto na volta triunfal para conquistar o título. No entanto, garantiu que, se voltar a lutar após o fim do contrato, será novamente no UFC, declarando gratidão e lealdade à organização.