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'Jacaré' revela por que recusou ser substituto em disputa pelo cinturão do UFC

Diego Ribas, em Las Vegas (EUA)

Ag. Fight

22/03/2019 14h17

Ronaldo 'Jacaré' voltará à ação pelo UFC no dia 27 de abril, quando terá pela frente Yoel Romero, atual primeiro colocado no ranking dos pesos-médios (84 kg). No entanto, antes de a organização agendá-lo contra o cubano, foi-lhe oferecido o posto de substituto na disputa pelo cinturão interino da categoria. E o motivo para o brasileiro ter recusado a oportunidade foi, segundo ele, o baixo valor oferecido pelo evento, que não cobriria nem mesmo os gastos com seu treinamento.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, 'Jacaré' explicou que o UFC ofereceu a ele a chance de disputar o cinturão interino dos médios, caso Israel Adesanya ou Kelvin Gastelum se lesionassem ou não batessem o peso para o duelo do dia 13 de abril, em Atlanta (EUA). Porém, o capixaba ressaltou que um dos motivos para ele continuar em atividade aos 39 anos é a remuneração financeira. E, de acordo com ele, o valor oferecido pelo Ultimate não corresponderia ao esforço que teria de fazer.

"Quando me ofereceram o Romero, eu falei na hora que 'sem problemas, eu luto'. Eles me ofereceram também para ser substituto na luta do Adesanya contra o Gastelum. Mas, quando eles falaram o valor para ser o substituto, e tendo que bater o peso, para mim foi muito pesado. Falei: 'Cara, eu estou nesse esporte para ganhar dinheiro e principalmente para ser campeão'. E o que eles me ofereceram não cobria nem meu camp de treinamento. Tinha que estar lá e bater os 84 kg. Parece que eles não têm noção do quão difícil é você treinar e bater o peso para a luta. E aquele era o valor que eles achavam que tinham que me pagar, mas falei que assim não dava. Menos da metade (da bolsa habitual). É uma coisa que não faz sentido", contou o lutador.

Apesar da recusa em ser substituto na disputa do cinturão interino, 'Jacaré' topou o desafio de enfrentar Romero, algo que a princípio não estava em seus planos. Inicialmente, o cubano estaria escalado para enfrentar Paulo 'Borrachinha', mas, por motivo ainda não esclarecido, o lutador mineiro foi afastado do duelo agendado para a Flórida (EUA). E esta foi a segunda vez consecutiva que Ronaldo apareceu para salvar um confronto, já que, em novembro do ano passado, ele foi escalado no lugar de Luke Rockhold contra Chris Weidman.

"A expectativa é boa, estou feliz de ter a oportunidade de fazer essa luta (...). Eu tenho pedido para lutar contra adversários tops, e essa luta aconteceu meio que por acidente. Na primeira vez (contra Weidman), o Rockhold se machucou. E na segunda vez, agora, não sei o que aconteceu (com 'Borrachinha'). Mas eu estou bem feliz em ter a oportunidade de lutar aqui e fazer a luta principal contra o número um da minha divisão", comemorou.

Após nocautear Weidman no terceiro round em 2018, 'Jacaré' ganhou moral no UFC e voltou a ser apontado como um dos que podem disputar em breve o cinturão, caso mantenha a sequência de vitórias. Apesar disso, o brasileiro não pensa nessa possibilidade no momento e afirma que esta possibilidade depende apenas de Dana White, presidente do UFC.

"Não estou pensando em cinturão. Quero vencer esta luta contra o Romero, estou focado, e as coisas vão acontecer naturalmente se tiverem que acontecer. (...) Tem que perguntar isso para o Dana White (risos). Tem que perguntar para os caras, porque são os caras que controlam o jogo. Eu quero vencer esta luta. No dia 27, estarei pronto para lutar contra o Romero, e é isso. O resto da história a gente vai ver depois. Vai ser um combate eletrizante, como foi o outro. Eu nunca perdi uma revanche. E dessa vez não vai ser diferente", concluiu.

Próximo dos 40 anos, 'Jacaré' não mantém uma sequência de vitórias desde as temporadas de 2016 e 2017, quando superou Vitor Belfort e Tim Boetsch, respectivamente. De lá para cá, alternou resultados negativos e positivos nos últimos quatro duelos. Ao longo da carreira profissional como atleta de MMA, ele somou, até o momento, 26 triunfos, seis derrotas e uma luta sem resultado. Já Romero teve o braço levantado em 13 dos 16 confrontos contabilizados no cartel.