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Treinador de Anderson Silva lembra adaptação boxe-MMA e cita 'Cigano' como exemplo de sucesso

Ag. Fight

21/04/2019 14h57

Luiz Dórea é atualmente um dos treinadores mais conceituados do MMA, mas nem sempre foi assim. Referência no mundo do boxe, o técnico relembrou como foi sua adaptação do esporte olímpico para as artes marciais mistas. E um dos maiores exemplos de sucesso dessa transição é Júnior 'Cigano', como o próprio citou.

Durante entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, Dórea afirmou que sua vasta experiência no boxe foi fundamental para migrar para o MMA com sucesso. E talvez o principal exemplo dessa adaptação tenha sido 'Cigano', ex-campeão peso-pesado do Ultimate - que teve suas habilidades em pé lapidadas pelo treinador. Júnior começou no jiu-jitsu, sob o comando do mestre Yuri Carlton, mas logo conheceu o trabalho de Luiz, fruto de uma parceria que os dois técnicos tinham à época.

"Usei toda a metodologia do boxe, a experiência que eu tenho com seleção olímpica - oito anos, dois ciclos -, fui campeão mundial profissional com o (Acelino) 'Popó'. Então toda essa experiência eu adaptei para o MMA. Fiz adaptações e acabou dando certo. E está dando certo. 'Cigano' é fruto disso. 'Cigano' tem um boxe de primeira linha, carro-chefe dele, e nunca fez uma luta de boxe. Preparei o 'Cigano' com toda a metodologia do boxe para o MMA e deu certo. Conseguiu ser campeão do mundo sem nunca ter feito uma luta de boxe", relembrou Luiz, que também treina Anderson Silva e está preparando o 'Spider' para o duelo contra Jared Cannonier, no UFC 237, que será realizado em 11 de maio, no Rio de Janeiro (RJ).

O técnico, inclusive, comemorou o bom momento de Júnior. Após um período de alternância de resultados negativos e positivos, o peso-pesado emplacou uma sequência de três triunfos consecutivos no Ultimate e, caso vença Francis Ngannou em julho, estará novamente próximo de disputar o cinturão da organização.

"Graças a Deus, ele está voltando, resgatando suas origens, superou problemas, contusões, essa situação que teve da USADA com ele ('Cigano' foi flagrado em um teste antidoping, mas conseguiu provar sua inocência). E hoje já está com três vitórias seguidas e passou a ter mais confiança. Agora, com o Ngannou, vai ser uma grande luta. Ngannou é um grande atleta, forte, com poder de nocaute, mas a habilidade e a movimentação do Cigano fazem a diferença. Dificilmente um peso-pesado se move como o 'Cigano'. Todos têm poder de nocaute, mas poucos têm habilidade natural de deslocamento, de entrar e sair. Isso faz ele ser diferenciado", analisou Dórea, em conversa com a Ag Fight.

Cigano e Ngannou medem forças no UFC 239, em Las Vegas (EUA), no dia 6 de julho. Além do confronto entre os pesos-pesados, o evento conta com a disputa de dois cinturões. Jon Jones lidera o card e defende seu reinado nos meio-pesados (93 kg) contra o desafiante Thiago 'Marreta', enquanto, no 'co-main event', Holly Holm tenta destronar a brasileira Amanda Nunes na categoria dos pesos-galos (61 kg).