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'Cowboy' faz balanço após um ano de retorno ao interior: "Coração tranquilo"

Felipe Paranhos, de Salvador (BA)

Ag. Fight

25/04/2019 09h00

Alex 'Cowboy' fez três lutas no UFC desde que rompeu com a equipe TFT e voltou de vez para Três Rios (RJ), onde passou a treinar permanentemente na ATS, academia que o revelou. Neste período, foram duas vitórias e uma derrota, mas, para o meio-médio (77 kg), isso não é o mais importante. Em conversa com a reportagem da Ag. Fight, o lutador, que enfrenta Mike Perry no UFC Miami, neste sábado (27), afirmou que o retorno definitivo para casa o ajuda mentalmente.

A decisão de 'Cowboy' foi na contramão da tendência atual de os atletas brasileiros migrarem para fora do país em busca de uma preparação diferente. Mas Alex não se encaixa exatamente no estereótipo de lutador. Criado na zona rural, Alex tinha o sonho de ser peão de boiadeiro, e só com 21 anos passou a treinar artes marciais. Por isso, preferiu a vida com seus animais à agitação dos Estados Unidos ou da capital fluminense.

"Poxa, eu sempre treinei lá (em Três Rios), fui criado lá. A gente não fica na zona de conforto. Tenho um treinador só pra mim, um personal só pra mim. A coisa é mais voltada para mim. Se for para ficar bom, o cara vai ficar bom do jeito que ele é, na raiz. E eu sou muito raiz, muito original, muito cria. Então, foi o que eu falei com meu mestre: água e óleo não se misturam. Aprendi muito com isso. E no mundo da luta você não sabe quem é quem. Com certeza, você já entrevistou várias pessoas com casos de altos e baixos, problemas com empresário, com treinador, com isso e com aquilo. Não gosto dessas coisas, não. Gosto de ficar na minha, trabalhar, fazer o meu, e dar o que tem que dar para o empresário, para o treinador", disse.

Embora não tenha mais uma boa relação com os treinadores da TFT, 'Cowboy' contou que com a American Top Team, academia na qual chegou a treinar por pouco tempo, nada mudou. Mas, no caso da equipe norte-americana, há um outro fator que pesa: os custos em dólar, hoje avaliado em quase R$ 4.

"Lá a galera me abraçou, até hoje vou lá, mas com certeza, cara: gastar em dólar você gasta muito. Gastar em real é bem melhor, que você gasta pouco. E é mais confortável: estou em casa, tranquilo, tenho hoje em dia graças a Deus minha fazenda, meu sítio, meus bichos para cuidar... tenho que estar em casa. E tem tudo pertinho: treino, malho, então para mim é mais tranquilo. Vejo meus filhos, minha família. A mente fica mais confrtável, o coração mais tranquilo. Querendo ou não, a gente é pai de família, e eu tnho essa preocupação desde criança com a minha família", falou.

'Cowboy' é um dos sete brasileiros que marcarão presença no UFC Miami. Além dele, estão no card Ronaldo 'Jacaré' - que faz o combate principal contra Jack Hermansson -, Glover Teixeira, John Lineker, Augusto Sakai, Virna Jandiroba e Dhiego Lima.