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Na contramão do MMA atual, Glover explica como realiza seu treinamento para o UFC

Fábio Oberlaender, no Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

25/04/2019 06h00

Depois de disputar o cinturão dos meio-pesados (93 kg) do UFC contra Jon Jones em 2014, Glover Teixeira resolveu sair da 'American Top Team' - uma das maiores academias de MMA do planeta - e passou a preparar apenas em seu próprio centro de treinamento. Desde então, ele, que estava invicto no Ultimate até enfrentar 'Bones', venceu apenas seis dos dez desafios que travou. Apesar disso, o lutador mineiro garante que não se arrepende da escolha que fez e que altos e baixos fazem parte do esporte.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Glover também explicou que, ainda que todo o seu treinamento seja feito na 'Teixeira MMA', ele conta com a ajuda do Instituto de Performance do UFC na sua preparação física. Com isso, o ex-desafiante ao título dos meio-pesados pretende retomar a sequência de vitórias que não consegue desde 2016, quando nocauteou Rashad Evans após derrotar Patrick Cummins.

"Depois da luta contra o Jon Jones eu só treino lá (no próprio CT). Estou me sentindo bem treinando lá, eu peguei algumas coisas para a preparação física com o Instituto de Performance do UFC. (...) Você tem que fazer o seu próprio time. Tem bastante tempo que comecei a fazer isso, desde a luta contra o Jon Jones, e aí eu tive altos e baixos, mas isso fortalece a tentar dar a volta por cima", contou.

Outro ponto destacado por Glover, é que, aos 39 anos, ele está cada vez mais próximo do final de sua carreira. Deste modo, a academia localizada em Bethel, Connecticut (EUA), poderá servir como sua fonte de renda quando ele se aposentar, além de também ser um instrumento para ele passar adiante os mais de 17 anos de experiência como lutador profissional de MMA.

"Quero continuar treinando e buscando essas vitórias aí, mas claro que não vai ser por muito tempo mais. Estou com 39 anos, vou lutar mais alguns anos. Poucos anos. Não vou te falar dez anos, não vou lutar mais dez anos, talvez nem cinco. Estou lutando no UFC, com os melhores do mundo, no melhor evento do mundo e estou aqui ainda. (...) É a minha paixão, sou lutador e o que eu quero fazer quando parar de lutar é treinar as crianças, passar para frente o que eu sei, o que eu aprendi, ensinar a galera... E é um jeito também de eu ganhar dinheiro depois da luta", projetou.

Agendado para enfrentar Ion Cutelaba no próximo sábado (27), na Flórida (EUA), Glover pretende utilizar os quase 15 anos de idade a mais em relação a seu oponente a seu favor. Com 35 duelos profissionais no cartel, Teixeira tentará usar de sua experiência para anular o jogo do atleta da Moldova, que, com 14 vitórias em 18 lutas, possui quase a metade da quantidade de confrontos do brasileiro.
"A experiência acho que vai ganhar esta luta. Técnica, calma, explosão na hora certa. (...) Nunca digo não para nenhuma luta. Um cara novo, que está subindo no ranking, às vezes é mais difícil do que um cara ranqueado. Tem cara ranqueado que está no caminho de sair do UFC e tem cara novo que está querendo chegar ao ranking, ao topo. (...) Eu miro o top 5 da categoria por agora. Miro ganhar esta luta e voltar ao topo da categoria, lutar com um top 10, e depois vamos ver se eu terei tempo para disputar o cinturão", concluiu.

Perto de completar 40 anos, Glover chegou a auge da carreira em abril de 2014, quando disputou o cinturão contra Jon Jones após vencer cinco lutas consecutivas no UFC. Depois da derrota por decisão unânime, ele continuou a figurar entre os primeiros colocados da categoria, mas não conseguiu repetir a sequência de vitórias de outros tempos. Ao longo da carreira profissional como atleta de MMA, o mineiro somou, até então, 28 triunfos e sete reveses no cartel.