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Neymar diz a juiz que se limitava a assinar o que o pai pedia

02/02/2016 20h26

Madri, 2 fev (EFE).- O atacante Neymar afirmou nesta terça-feira ao juiz da Audiência Nacional espanhola José de la Mata que, em sua contratação pelo Barcelona junto ao Santos, limitou-se a assinar os documentos apresentados por seu pai, que por sua vez isentou o filho de culpa diante do magistrado.

Segundo informações fornecidas à Agência Efe por fontes ligadas ao caso, Neymar declarou a De la Mata que quando jogava pelo Santos tinha o desejo de defender o Barça, mas não participou da negociação, deixando tudo nas mãos do pai.

Por sua vez, o pai afirmou ao juiz que toda a transferência foi feita corretamente e tentou se desvincular do assunto, alegando tratar-se de contrato firmado entre os dois clubes.

"Neymar não tem culpa de nada, ele se limitava a jogar futebol", declarou Neymar da Silva, pai do atacante, após prestar depoimento durante três horas sob acusações de fraude e corrupção como parte de uma denúncia do fundo de investimentos brasileiro DIS, que se sente enganado por não ter recebido o que lhe cabia pela contratação pelos direitos federativos do jogador.

O atacante começou a jogar no Barcelona em 2013, e o clube catalão informou na época que a contratação tinha custado 17 milhões de euros. Porém, em outra investigação na Audiência Nacional espanhola sobre os mesmos fatos - e que está pendente de julgamento -, a direção revelou que pagou 83 milhões de euros pela transferência.

Segundo Neymar pai, seu filho lhe disse que só queria jogar no Barcelona, e ele então fez todo o possível para que o desejo se concretizasse.

Para o pai do jogador, o procedimento judicial conduzido pelo juiz De la Mata é um assunto entre DIS, Barcelona e Santos, e que nem ele ou seu filho têm algo a ver.

"Não merecemos isto", "não fiz nada de errado", disse o pai e representante do jogador, acrescentando que ficou "muito incomodado" por ter que comparecer a um tribunal para depor porque que seu filho tem mais coisas para fazer.

Neymar pai explicou que os dois não devem nenhum dinheiro à Receita pela contratação e que não pensam em chegar a nenhum tipo de acordo com o fundo DIS para compensá-lo financeiramente.

O pai do atacante deixou o tribunal por volta das 22h (hora local, 18h de Brasília), quase quatro horas depois que seu filho, que permaneceu uma hora e meia perante o juiz.

O atacante chegou às 16h50 locais à Audiência Nacional, onde era esperado por cerca de cem jornalistas espanhóis, brasileiros e de outros países.

Também estavam presentes alguns fãs, como Santi, um menino de 12 anos que usava uma camisa do Barcelona e carregava um cartaz que dizia "Neymar, sou seu amigo", e um grupo de quatro adolescentes brasileiros que conseguiram um autógrafo do ídolo.