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Funeral de Muhammad Ali será em Louisville, sua cidade natal

04/06/2016 17h27

(Atualiza com detalhes do funeral).

Washington, 4 jun (EFE).- O funeral da lenda do boxe Muhammad Ali será realizado em sua cidade natal de Louisville, no estado de Kentucky, onde neste sábado os moradores lembram o mito entre flores, poemas, luto e bandeiras a meio mastro.

A informação sobre o funeral foi confirmada pelo porta-voz da família de Ali, Bob Gunnel, ao informar da morte do mito, falecido ontem à noite aos 74 anos de idade por problemas respiratórios em um hospital de Phoenix (Arizona).

Em entrevista coletiva no Arizona, Gunnel explicou que nas próximas 24 ou 48 horas o corpo de Ali voltará a sua cidade natal para na quinta-feira ser recebido por sua família em cerimônia privada.

Segundo Gunnel, na sexta-feira uma procissão levará o corpo do tricampeão mundial em um carro fúnebre pelas ruas de Louisville, primeiro pelo museu e centro cultural de Muhammad Ali e depois pelo bulevar que leva seu nome até chegar ao cemitério Cave Hill.

"O funeral, a procissão, lhe levará pelas ruas e permitirá a todo o mundo dizer adeus", afirmou Gunnel.

Já a cerimônia do enterro será privada, apenas com a presença da família e dela participarão o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, o comediante Billy Crystal e o jornalista Bryant Gumbel, detalhou o porta-voz.

Depois da morte do pugilista na sexta-feira, o prefeito de Louisville, Greg Fischer, participou nesta manhã de uma cerimônia em sua homenagem e ordenou que as bandeiras americanas ficassem a meio mastro em todos os edifícios governamentais da cidade até que Ali seja enterrado.

"Os valores de trabalho duro, convicção e compaixão que Muhammad Ali desenvolveu enquanto crescia em Louisville ajudaram-no a se transformar em um ícone mundial. Como um boxeador, se transformou no maior, mas suas vitórias mais duradouras ocorreram fora do ringue", destacou Fischer.

Desta forma, o prefeito de Louisville fez referência à importância da figura de Ali, que rejeitou o serviço militar e lutou pela igualdade de todas as pessoas sem importar sua religião, condição social e cor de pele durante os convulsos anos 1960, em plena luta pelos direitos civis dos afro-americanos.

Enquanto as bandeiras ondeavam a meio mastro, os moradores de Louisville se aproximaram com flores, poemas, balões e bichos de pelúcia do museu e centro cultural de Muhammad Ali, aberto em 2005 para prestar homenagem à lenda do esporte mundial por seu compromisso político e social.

Segundo seus biógrafos, a chegada ao boxe de Ali aconteceu com 12 anos, pouco depois que lhe roubaram a bicicleta e quando um policial de Louisville e treinador amador, Joe Martin, o convidou para um ginásio onde aprendeu a utilizar as luvas de boxe.

Enquanto Louisville continua com suas homenagens ao herói local, no resto dos Estados Unidos se multiplicaram as reações à morte de Ali, retirado do boxe desde 1981 e que travou uma dura batalha contra a doença de Parkinson em seus últimos anos.

"Muhammad Ali morreu aos 74 anos. Um grande campeão e um menino maravilhoso. Sentiremos saudades!", escreveu em sua conta no Twitter Donald Trump, virtual candidato presidencial republicano que, entre suas polêmicas propostas, quer proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.

Nascido Cassius Clay, Ali se tornou muçulmano e foi membro da organização religiosa Nação do Islã, da qual também fez parte Malcolm X, símbolo do movimento mais radical pelos direitos civis dos anos 60.

Bill Clinton e sua esposa Hillary Clinton, pré-candidata presidencial democrata, também prestaram homenagem à lenda do boxe, que viveu "uma maturidade cheia de convicções políticas e religiosas que lhe levaram a tomar decisões difíceis e viver com as consequências".

Outro ex-presidente, George W. Bush (2001-2009), descreveu Ali como um "lutador feroz" e "um homem de paz" e lembrou em comunicado como lhe entregou em 2005 a Medalha da Liberdade, a máxima honra civil dos Estados Unidos.