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Eurocopa foi criada em meio a divergências e com desfalques na 1ª edição

08/06/2016 19h53

Redação Central, 8 mai (EFE).- A Eurocopa é um gigante tanto em âmbito esportivo quanto econômico que não para de crescer desde sua criação, em 1957, e que nos gramados teve por muito tempo a Alemanha como seleção dominadora, com três títulos, mas que nas últimas edições viu a Espanha igualar esse número com duas conquistas consecutivas.

A criação de um torneio continental de seleções foi uma ideia lançada pelo francês Henri Delaunay, primeiro secretário-geral da Uefa e secretário do Comitê de Regras de Jogo da Fifa, na qual colaborou estreitamente com Jules Rimet, mesmo que a princípio não encontrasse o respaldo suficiente.

Embora estivesse muito doente, Delaunay conseguiu que a Uefa enviasse um antigo regulamento elaborado por ele mesmo para que as Federações nacionais opinassem sobre sua viabilidade. A morte do dirigente não acabou com essa pretensão, porque seu filho Pierre, com o qual tinha trabalhado durante os dois últimos anos de sua vida, o substituiu no cargo e tocou o projeto.

A Uefa criou uma comissão para estudar o assunto, e os integrantes da entidade se reuniram em 27 de fevereiro de 1957, em Colônia (Alemanha), para apresentar propostas. As divergências colocaram o futuro do projeto em risco.

Em 28 de junho desse ano, em Copenhague, foram coletadas as impressões das federações nacionais. Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Dinamarca, Espanha, França, Grécia, Hungria, Luxemburgo, Polônia, Portugal, Romênia, Suíça, Turquia, União Soviética e Iugoslávia se mostraram a favor do torneio continental, enquanto Alemanha Ocidental, Áustria, Bélgica, Finlândia, Holanda, Itália e Noruega se opuseram. Bulgária, Escócia, Inglaterra, Irlanda, Irlanda do Norte e Suécia se abstiveram.

A Uefa, com o respaldo de 17 federações nacionais, chegou a um acordo em Estocolmo para a criação do torneio, após uma votação para o sistema de competição. Ficou definido que haveria uma eliminatória em partidas de ida e volta que não poderia durar mais de dois anos, e que quatro seleções disputariam a primeira edição, em 1960.

No congresso na capital sueca, ficou definido que o novo torneio teria o nome de Copa Henri Delaunay e foi formado um primeiro Comitê Organizador para pôr em prática o projeto. O grupo era formado por Ebbe Schwarz (Dinamarca), presidente; Pierre Delaunay (França), secretário; e os porta-vozes Agustín Pujol (Espanha), Stanley Rous (Inglaterra), Gusztáv Sebes (Hungria), Joseph Orchey (Bélgica), Alfred Erey (Áustria); Constantin Constantaras (Grécia) e Leszek Rylski (Polônia).

O Comitê se reuniu em Paris e decidiu iniciar a competição na temporada de 1959/1960 - as seleções estavam envolvidas nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958 - com 17 nações inscritas e desfalques importantes, como Alemanha Ocidental, Itália e Inglaterra.

O sorteio, dirigido por Sebes, definiu os confrontos entre o vencedor de Irlanda e Tchecoslováquia contra a Dinamarca; União Soviética contra Hungria; Polônia contra Espanha; Alemanha Oriental contra Portugal; Iugoslávia contra Bulgária; Romênia contra Turquia; França contra Grécia e Noruega e Áustria.

Nasceu, assim, a Copa da Europa de Nações, sob o nome de seu propulsor, Copa Henri Delaunay, com a proposta da Federação Francesa, que organizou a primeira edição, com quatro seleções.

Desde então, o torneio evoluiu em todos os aspectos, esportivamente, em número de participantes, inclusive nas Eliminatórias, e economicamente, até se tornar praticamente a competição mais rica do planeta, exceção feita à Copa do Mundo.

A Europa foi o último continente a criar seu torneio. Sua antiguidade, portanto, é muito inferior, por exemplo, à Copa América, que em 2016 comemora o centenário de sua edição de estreia.

Algumas novidades serão vistas na Eurocopa em breve. Já neste ano, o número de equipes sobe de 16 para 24, e em 2020 o torneio terá 13 países sedes, em um novo conceito da organização.