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Áustria e Hungria escrevem novo capítulo do clássico na estreia da Eurocopa

13/06/2016 17h16

(Atualiza com mais informações).

Marselha, 13 jun (EFE).- Áustria e Hungria escrevem nesta terça-feira, no estádio Matmut Atlantique, em Bordeaux, mais um capítulo da história deste clássico, o segundo mais disputado depois de Argentina e Uruguai, na busca de um triunfo que passa abrir o caminho para assegurar a vice-liderança do Grupo F da Eurocopa, já que ambos consideram que Portugal ficará com a ponta da chave.

Vizinhos, com uma história comum durante muitos anos, austríacos e húngaros se enfrentaram em 137 oportunidades, em alguns casos de forma surpreendente, como as 19 partidas realizadas entre 1914 e 1918, em plena Primeira Guerra Mundial. No entanto, apenas em uma ocasião, em durante a Copa do Mundo de 1934, o jogo era oficial, e terminou com vitória da Áustria, por 2 a 1.

São duas seleções que vivem da nostalgia de um passado glorioso. Na Áustria, o "Wunderteam", prévio à Segunda Guerra Mundial, liderado por Matthias Sindelar, segue idolatrado por ter vencido a Alemanha nazista. Já na Hungria, a equipe liderada por Ferenc Puskás, vice-campeão mundial de 1954, após ter eliminado o Brasil nas quartas de final, sempre será lembrada.

Agora, a Eurocopa será uma oportunidade para o renascimento deste clássico, depois de as duas equipes passarem dez anos sem se enfrentar. A Áustria, porém, é ampla favorita para vencer.

A equipe de Marcel Koller fez uma excelente eliminatória para a Eurocopa, com nove vitórias e um empate, mas o rendimento caiu desde então, com derrotas nos três amistosos antes do torneio.

Isso, porém, não diminuiu a euforia em um país que confia na classificação para fase final pela primeira vez na história.

Koller utiliza o principal jogador da equipe, David Alaba, como volante, em vez de escalá-lo como no Bayern de Munique, como lateral-esquerda ou zagueiro, como na última temporada.

"Todos ficarão loucos se vencermos a Hungria na primeira partida. E queremos que nosso país siga eufórico", destacou Alaba.

O técnico, porém, tem dúvidas para montar a equipe. Martin Harnik normalmente faz o setor direito do meio-campo, mas pode perder espaço para o jovem Marcel Satbizer, de 22 anos.

Outro fato que marcou a concentração austríaca para o jogo foi a morte do pai do meia Gyorgy Garics, aos 62 anos, na última quinta-feira. Apesar do fato, o jogador decidiu seguir com a equipe e cumprir um desejo dele, que sonhava ver o filho na Eurocopa.

"Agora só me resta cumprir o que ele desejava mais: que eu estivesse na Eurocopa. Vou fazer tudo o possível para que ele possa estar orgulhoso de mim", disse o jogador.

Pelo lado húngaro, a atração é o goleiro Gabor Kiraly, que pode bater o recorde de jogador mais velho da história a entrar em campo na Eurocopa, com 40 anos e 75 dias. A marca atual é do alemão Lothar Matthäus, com 39 anos e 91 dias. Além disso, ele estabelecerá o feito diante da Áustria, seleção contra a qual estreou há 18 anos.

Com 22 anos na época, Kiraly se emocionou ao ouvir seu nome sendo cantado pela torcida após defender um pênalti. Quase duas décadas depois, enfrenta o mesmo rival, após ter sido decisivo na repescagem e ter levado a seleção do país à primeira Eurocopa em 44 anos.

O goleiro voltará a vestir suas tradicionais calças compridas cinzas, fato que o transformou em uma figura histórica do futebol. "Sou um goleiro, não uma top model. É, essencialmente, uma questão de conforto. Joguei em campos gelados no inverno, nos quais doem as pernas. Portanto, usar calça comprida é uma questão óbvia", brincou Kiraly em declarações ao site da Uefa.

O técnico da Hungria, Bernd Stock, terá problemas para escalar a equipe. O atacante Gergo Lovrencsics está com um problema no joelho esquerdo e deve ser substituído por Tamás Priskin.

Já o lateral-esquerdo Tamas Kadar, com um problema muscular, também é dúvida. Mihály Korhut é o possível substituto.



Prováveis escalações:

Áustria: Almer; Klein; Prödl, Dragovic e Fuchs; Baumgartlinger, Alaba, Harnik (Satbizer), Junuzovic, e Arnautovic; Janko. Técnico: Marcel Koller.

Hungria: Kiraly; Fiola, Lang, Guzmics e Kadar (Kornut); Nagy, Gera, Dzsudzsak, Kleinheisler e Nemeth; Szalai. Técnico: Bernd Stock.

Árbitro: Clément Turpin (França), auxiliado pelos compatriotas Frédéric Cano e Nicolas Danos.

Estádio: Matmut Atlantique, em Bordeaux (França).