Topo

Özil revela que quase agrediu Mourinho, mas que depois lhe agradeceu

02/03/2017 16h13

Berlim, 2 mar (EFE).- O meia Mesut Özil relatou em sua autobiografia que durante sua passagem pelo Real Madrid teve uma forte discussão com o técnico José Mourinho e que esteve perto de agredi-lo, mas ressaltou que depois agradeceu ao português por sua provocações e inclusive por tê-lo chamado de covarde.

No livro, do qual o jornal alemão "Bild" antecipa alguns trechos, Özil relata uma discussão na qual Mourinho esbravejou com todo o elenco, mas com especial ênfase em sua direção.

"Você acha que basta que você dê um ou outro passe bom, você é fraco demais para lutar por bolas divididos. Você se sente tão bom que acha que é suficiente dar 50%", disse Mourinho ao meia alemão durante o intervalo de uma partida, que não foi identificada pelo jogador.

Özil disse que respondeu com um grito: "Que diabos você quer?" e depois se queixou em voz baixa com o zagueiro Sergio Ramos que Mourinho nunca estava satisfeito.

"Quero que você jogue da melhor maneira possível, que ponha o pé nas bolas divididas", gritou o treinador, que depois, segundo o relato de Özil, perguntou: "Você sabe o que parece quando você entrar em uma disputa de bola?". Depois, o técnico começou a saltar na ponta dos pés pelo vestiário.

Como resposta, o atleta atirou sua camisa de jogo nos pés de Mourinho e lhe disse para ir a campo e mostrar como se faz. O português então perguntou se ele estava desistindo e o chamou de covarde.

Nesse momento, Özil esteve perto de partir para a agressão e afirmou que queria mesmo era atirar as chuteiras. O treinador, hoje no Manchester United, então reagiu: "Sabe, Mesut? Por que você não começa a chorar? Você é um bebê chorão, vá para o banho. Não precisamos de você".

Após isso, o alemão pegou sua toalha e entrou no chuveiro sem falar com ninguém. Na sequência, se desculpou com Sergio Ramos, capitão da equipe, e com os outros companheiros por seu comportamento.

"Depois entendi por que Mourinho se comportou assim. No fundo, era fácil de entender, ele queria que eu o desse tudo de mim, que saísse da minha zona de conforto, queria me impulsionar dessa maneira para que minha evolução não parasse nunca", escreveu.

"Em sentido estrito, Mourinho tinha razão. Quando cheguei a Madri tendia a acreditar que bastava um pouco de jogo bonito e a me dar por satisfeito muito rapidamente. Ele me tirou essa atitude e mais tarde agradeci a ele", completou.