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Bravo pega 3 pênaltis, Chile supera Portugal e vai à final em São Petersburgo

28/06/2017 18h08

Kazan (Rússia), 28 jun (EFE).- Com atuação decisiva do goleiro Claudio Bravo, o Chile venceu nesta quarta-feira Portugal nos pênaltis, após 120 minutos de uma partida sem gols na Kazan Arena, e se garantiu na final da Copa das Confederações, disputada na Rússia.

O camisa 1 voltou a brilhar em disputa de tiros da marca fatal - que já renderam dois títulos de Copa América para a 'Roja' - ao defender os pênaltis de Ricardo Quaresma, João Moutinho e Nani. Arturo Vidal, Charles Aránguiz e Alexis Sánchez balançaram as redes para os chilenos, que fecharam o placar das cobranças em 3 a 0.

Agora, o Chile está a apenas uma vitória de erguer seu primeiro troféu de um torneio organizado pela Fifa. Há dois anos, a seleção quebrou um jejum de jamais ter vencido uma competição sequer ao conquistar a edição da Copa América que sediou. E a 'Roja' parece ter tomado gosto, já que, em 2016, faturou o título da edição especial de centenário da competição, disputada nos Estados Unidos.

A seleção adversária dos chilenos na final da Copa das Confederações sairá do duelo entre Alemanha e México, amanhã (às 15h de Brasília), no Estádio Olímpico Fisht, em Sochi.

Com a vitória de hoje, o Chile manteve a sequência de presença da América do Sul na final da Copa das Confederações. O Brasil foi a três decisões (2005, 2009 e 2013) e conquistou todas. Em 2003, França e Camarões fizeram, em Saint-Denis, a última disputa por título sem representantes do continente, com os anfitriões levando a melhor por 1 a 0, na prorrogação.

Para a semifinal desta quarta-feira, Portugal não contou com o zagueiro Pepe, suspenso pelos cartões amarelos que recebeu nos jogos contra Rússia e Nova Zelândia. Com isso, Bruno Alves e José Fonte formaram a dupla de defensores dos lusitanos. O meia Bernardo Silva, recuperado de uma torção no tornozelo direito, também foi para o jogo.

No Chile, o técnico argentino Juan Antonio Pizzi contou com força máxima, e, na escalação, optou pelo meia Pablo Hernández na disputa com José Pedro Fuenzalida. A grande aposta do comandante da 'Roja' foi escalar Arturo Vidal mais avançado, dando suporte a Eduardo Vargas e Alexis Sánchez.

Nos primeiros minutos, o jogo teve muita emoção, com os dois goleiros trabalhando muito. Aos 6, Sánchez deu lindo passe para Vargas, que ficou de frente para o gol e tocou de leve, parando em ótima defesa de Rui Patrício.

A reação dos lusitanos foi imediata. Aos 7, Cristiano Ronaldo deu passe certeiro, encontrando André Silva livre na área. O atacante, recém-contratado pelo Milan, bateu de primeira, mas Bravo mostrou muita agilidade e conseguiu evitar o gol.

O ritmo frenético dos primeiros instantes não foi seguido, e as oportunidades claras foram sendo reduzidas. Aos 30, após cruzamento da esquerda, Vidal tentou finalizar de maneira acrobática, furou, e a sobra ficou com Aránguiz, que bateu bisonhamente para fora.

O segundo tempo começou com ritmo ainda mais lento do que o do fim da etapa inicial. Só aos 8 houve um lance de maior perigo, quando Beausejour cruzou bem e achou Vidal, que ganhou da zaga portuguesa no alto, mas acabou errando o alvo, testando por cima do gol.

A resposta veio aos 12, quando Cristiano Ronaldo recebeu na esquerda, acelerou e soltou uma bomba, rebatida por Bravo. O craque apareceu mais uma vez aos 26, desta vez em ação pela direita, em que chutou, a bola desviou em Jara e saiu por cima do gol. Aos 40, tentou em cabeçada, que saiu à direita.

Depois de últimos minutos jogados quase em câmera lenta no tempo normal, a partida foi para a prorrogação. Aos 5 minutos da etapa inicial, Sánchez passou para Isla, que cruzou com precisão da direita, encontrando o próprio atacante na área, que cabeceou muito perto da trave direita de Rui Patrício.

O lance foi o de maior emoção dos primeiros 15 minutos extras, já que as duas seleções adotaram postura cautelosa, para evitar dar espaços ao adversário. Os chilenos foram mais presentes no campo ofensivo, e Portugal continha o adversário com muitas faltas.

Aos 8 do segundo tempo, houve reclamação de pênalti dos jogadores da 'Roja', quando Silva, que havia acabado de substituir Hernández, caiu após disputa de bola com Fonte. O árbitro iraniano Alireza Faghani sequer apelou para o recurso de vídeo (VAR) e mandou o jogo seguir.

Nos instantes finais da prorrogação, a trave portuguesa balançou duas vezes, primeiro em finalização de Vidal, e depois no rebote, quando Rodríguez, outro que saiu do banco, bateu meio desajeitado e carimbou o travessão. A pressão chilena ainda rendeu uma chance de Vargas, aos 14, que explodiu na zaga e saiu à esquerda do gol.

Nos pênaltis, Vidal, Aranguíz e Sánchez mostraram sangue frio e colocaram a bola no fundo da rede. Mas a grande estrela chilena foi Bravo, que defendeu as cobranças de Quaresma, Moutinho e Nani - todos que saíram do banco no decorrer do duelo - e foi o grande responsável por garantir a vaga na final.



Ficha técnica:.

Portugal: Rui Patrício; Cédric, Bruno Alves, Fonte e Eliseu; Adrien Silva (Moutinho), William Carvalho, Bernardo Silva (Quaresma) e André Gomes (Gelson Martins); André Silva (Nani) e Cristiano Ronaldo. Técnico: Fernando Santos.

Chile: Bravo; Isla (Fuenzalida), Medel, Jara e Beausejour; Marcelo Díaz, Aránguiz, Hernández (Silva) e Vidal; Vargas (Rodríguez) e Sánchez. Técnico: Juan Antonio Pizzi.

Árbitro: Alireza Faghani (Irã), auxiliado pelos compatriotas Reza Sokhandan e Mohammadreza Mansouri.

Cartões amarelos: William Carvalho, André Silva, Fonte, Bruno Alves e Cédric (Portugal); Jara e Hernández (Chile).

Nos pênaltis: Erraram: Quaresma, Moutinho e Nani (Portugal); Acertaram: Vidal, Aránguiz e Sánchez (Chile).

Estádio: Kazan Arena, em Kazan (Rússia).