Topo

Alemanha supera Chile e conquista Copa das Confederações pela 1ª vez

02/07/2017 17h02

São Petersburgo (Rússia), 2 jul (EFE).- "O futebol é um esporte jogado por 11 contra 11, em que a Alemanha sempre ganha". A frase, cunhada pelo astro inglês Gary Lineker há quase 30 anos, se mostrou verdadeira mais uma vez neste domingo, com a vitória dos atuais campeões mundiais sobre o Chile por 1 a 0, que valeu o inédito título da Copa das Confederações.

Três anos depois de erguerem o troféu no Brasil, com direito a goleada sobre os anfitriões do torneio por 7 a 1, nas semifinais, os germânicos levaram um elenco renovado, cheio de jovens e sem estrelas como Manuel Neuer, Jérome Boateng, Mats Hummels, Sami Khedira, Toni Kroos, Mesut Ozil, Thomas Müller, entre outros, e ainda assim voltarão com a taça para casa.

Hoje, no Estádio Krestovsky, em São Petersburgo, quando o Chile mais pressionava, a Alemanha foi precisa como o usual, e abriu o placar aos 20 minutos do primeiro após falha defensiva do adversário, com o meia-atacante Lars Stindl, que se igualou aos companheiros Timo Werner, responsável pela assitência, e Leon Goretzka, os três artilheiros desta edição do torneio.

Esta é a primeira vez na história que os alemães vencem a Copa das Confederações, que também disputaram em 1999 e 2005. A conquista fecha uma semana de ouro para o futebol do país, que na sexta-feira foi campeão do Campeonato Europeu sub-21, na Polônia, com vitória sobre a Espanha por 1 a 0.

Na disputa entre continentes, a Europa chega ao quarto título em dez edições - incluíndo as de 1992 e 1995, na ainda chamada Copa Rei Fahd, que não era organizada pela Fifa. No segundo torneio, a Dinamarca foi campeã, e, em 2001 e 2003, foi a vez da França.

A América do Sul ainda está na frente, pois tem cinco taças, com a Argentina, na edição inaugural, e o Brasil, que levou a melhor em 1997, 2005, 2009 e 2013. O México deu a única taça às Américas do Norte e Central (Concacaf), vencendo em 1999.

Para a decisão deste domingo, o técnico Juan Antonio Pizzi repetiu o 11 inicial utilizado pelo Chile nas semifinais, contra Portugal. Joachim Löw, por sua vez, só fez uma mexida na Alemanha qe bateu o México, com o zagueiro Shkodran Mustafi no lugar de Benjamin Henrichs, o que fez Joshua Kimmich retornar à ala-direita.

Com a bola rolando, o bicampeão da Copa América partiu para cima, fazendo muita pressão na marcação, mantendo a posse de bola por mais tempo. Logo aos 3 minutos, Aránguiz apareceu livre, quase na pequena área foi travado por Rudiger, e, na sobra, Vidal bateu e obrigou Ter Stegen a fazer ótima defesa à queima-roupa.

Aos poucos, os alemães conseguiram conter o ímpeto do rival, embora, aos 10, Vidal tenha assustado em chute de longe. Quatro minutos depois, os campeões mundiais chegaram com perigo pelo primeira vez, em contra-ataque, que terminou com cabeçada de Ginter sobre o travessão.

A resposta chilena veio pouco depois, aos 19, de novo com Vidal, que fez bela jogada e acertou uma bomba da intermediária. Ter Stegen defendeu, mas deu rebote e teve que se esticar todo para "dividir" bola com Sánchez, que não conseguiu finalizar para o gol.

Pressionada, a Alemanha mostrou que não estava acuada e deu mais um exemplo para respaldar a frase de Lineker. Aos 20, após vacilo de Díaz, que perdeu a bola na intermediária, Werner ficou frente a frente com Bravo e só rolou para Stindl, com gol aberto, marcar.

Os chilenos acabaram perdendo um pouco da força após a abertura do placar, com muitos erros no setor ofensivo. Aos 36, após belo lançamento do campo de defesa, os campeões mundiais chegaram bem de novo, com Goretzka recebendo e batendo cruzado, à direita do gol.

A Alemanha chegou bem de novo aos 40, quando Werner fez boa jogada pela esquerda, achou Draxler, que finalizou para fora. Três minutos depois, em nova cochilada da zaga da 'Roja', Goretzka recebeu na área e obrigou Bravo a fazer ótima defesa.

No segundo tempo, diante da dificuldade de ameaçar o adversário, Pizzi mudou a formação tática do Chile, colocando o atacante Valencia no lugar de Díaz logo aos 8. Dois minutos depois, no entanto, quem ameaçou foram os alemães, com Draxler batendo para o gol, em bola que Jara conseguiu cortar e salvar.

O jogo, aos poucos, foi tendo protagonistas com ânimos mais exaltados. Companheiros de Bayern de Munique, Kimmich e Vidal chegaram a trocar empurrões. Aos 18, Jara acertou cotovelada em Werner, e, depois de consultar o vídeo, o árbitro sérvio Milorad Mazic deu cartão amarelo para o chileno.

Embora sem a disposição apresentada na primeira etapa, os campeões da Copa América voltaram a levar perigo nos 15 minutos finais. Vargas foi o primeiro a assustar, ao obrigar Ter Stegen a fazer grande defesa. Ainda na sequência do mesmo lance, Vidal pegou sobra e bateu por cima do travessão, após desvio na zaga.

Aos 35, o dono da meta do Barcelona brilhou de novo, em grande intervenção após chute de Aránguiz, que sairia em seguida, para dar lugar a Sagal, enquanto Puch substituiu Vargas. Isso, minutos depois de Löw ter fechado um pouco mais a Alemanha, com Can entrando na vaga de Werner.

Nos instantes finais, o clima esquentou, mas não com jogadas de perigo, e sim com mais empurra-empurra. O técnico campeão mundial fechou ainda mais a equipe, com Sule na vaga de Goretzka. Aos 47, até mesmo o goleiro Claudio Bravo arriscou, cobrando falta linha central.

A última oportunidade chilena veio aos 49 minutos do segundo tempo, quando Sánchez soltou uma bomba, em cobrança de falta executada do lado esquerdo ofensivo, e obrigou a Ter Stegen trabalhar bem mais uma vez, garantindo a vitória por 1 a 0.



Ficha técnica:.

Chile: Bravo; Isla, Medel, Jara e Beausejour; Díaz (Valencia), Aránguiz (Sagal), Hernández e Vidal; Vargas (Puch) e Sánchez. Técnico: Juan Antonio Pizzi.

Alemanha: Ter Stegen; Ginter, Mustafi e Rudiger; Kimmich, Rudy, Goretzka (Sule) e Hector; Stindl, Draxler e Werner (Can). Técnico: Joachim Löw.

Árbitro: Milorad Mazic (Sérvia), auxiliado pelos compatriotas Milovan Ristic e Dalibor Durdevic.

Gol: Stindl (Alemanha).

Cartões amarelos: Vidal, Jara, Vargas e Bravo (Chile); Kimmich Can e Rudy (Alemanha).

Estádio: Krestovsky, em São Petersburgo (Rússia).