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Romário jamaicano e talento de campo de refugiados se destacam na Copa Ouro

17/07/2017 15h56

Carlos Andrés Valverde.

Redação Central, 17 jul (EFE).- Os pais de Romário não podiam imaginar quando batizaram o filho na Jamaica que ele seguiria os passos de uma das grandes estrelas do futebol, uma situação tão inimaginável quanto a do menino que nasceu há 16 anos em Gana ter se tornado a maior esperança do Canadá na disputa da Copa Ouro.

No fim de 2000, Alphonso Davis nasceu em um campo de refugiados em Gana porque seus pais fugiam da segunda guerra civil na Libéria. Após cinco anos no país, a família se mudou para a América do Norte. Foram recebidos em Windsor, em Ontário, e mais tarde em Edmonton. Foi onde Davis começou o caminho para o destino que a vida lhe tinha preparado: o futebol.

Em 2015, o filho de refugiados chegou às categorias de base de equipes locais, como o Edmonton Internationals e o Edmonton Strikes. Talentoso, rápido e com grande capacidade física, ele chamou a atenção do Wancouver Whitecaps, da MLS, que o contratou. Um ano depois, ele chegou à seleção canadense sub-17 e foi convocado para uma partida com a seleção sub-20.

O técnico da seleção principal do Canadá, o equatoriano Octavio Zambrano, o levou para a Copa Ouro de 2017. E ele começou com o pé direito ao marcar dois gols contra a Guiana Francesa na estreia do grupo A e um contra a Costa Rica na partida seguinte.

Essa história de uma criança que teve uma infância difícil, mas que a base de talento e apoio da família vai fazendo seu caminho no futebol se repete nesta Copa Ouro com um ingrediente brasileiro.

Romário, outro dos destaques do torneio, ganhou seu nome em uma homenagem ao atacante que fez história no futebol brasileiro. Com 23 anos, o atacante joga no Atlanta United, da MLS, e marcou um golaço contra Curaçao

Com o gol e as boas atuações, o Romário jamaicano ajudou sua seleção a chegar às quartas de final da Copa Ouro, assim como seu adversário ganês-canadense.

Sonhar em ser o novo Romário, Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo está na cabeça de todos jovens que gostariam de ter uma carreira no futebol, mas às vezes o caminho não é tão longo como uma viagem de Gana ao Canadá ou tão predestinado como ganhar no batismo o nome de um craque.