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Olhar Olímpico

Fratus faz melhor tempo nos 50m livre e avisa: "Estou de volta"; Cielo avança em nono

Demétrio Vecchioli

28/07/2017 05h44

(Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Era só as eliminatórias dos 50 metros livre no Mundial, pouco depois das 9h30 da manhã em Budapeste, mas Bruno Fratus já mostrou a que veio. Ainda deixando a impressão de que pode render mais, fez não só a melhor marca dele na temporada como foi o mais rápido entre os 118 que nadaram: 21s51. Cesar Cielo se poupou no fim e avançou à semifinal em nono, com 21s99.

"Tá legal, né? Não quer dizer muita coisa ficar em primeiro. Importante é passar entre os 16, assim como à tarde o objeto é ficar entre os oito", disse Bruno, quando informado que havia avançado em primeiro. O Olhar Olímpico perguntou se o 21s51 diz alguma coisa. Ele riu, e avisou: "Estamos de volta, né? Que bom. Tipo: voltamos".

Em 2016, Fratus teve uma temporada muito abaixo do que estava acostumado, complicada por uma lesão nas costas. Ele ficou apenas em sexto na final olímpica dos 50m livre e ficou frustradíssimo. Agora, voltou a nadar em altíssimo nível. Fez 21s70 no Troféu Maria Lenk, seletiva brasileira, e depois repetiu diversas vezes o 21s7 na temporada europeia, ainda pesado.

Deixou grande expectativa pelo que poderia fazer no Mundial e a resposta começou a vir nesta manhã. Com 21s51, ele deixou para trás, entre outros, o norte-americano Caeleb Dressel (21s61), que foi segundo, e o britânico Benjamin Proud (21s95), líder do ranking mundial. "Nadei a melhor prova que eu tinha essa manhã. O que eu tenho às 9h e pouco é isso aí", avisou Fratus.

Já Cesar Cielo, que nadou na mesma bateria e empatou em quarto lugar, também reclamou de competir tão cedo, mas garantiu que não forçou o máximo que poderia. "Acho que foi uma prova boa agora para a manhã. Para mim é difícil desenvolver alguma coisa as 9h30 da manhã. Importante era entrar na semifinal. Deu para tirar um pouco o pé no final, dar uma respirada. A tarde tem que trazer uma prova mais explosiva no começo e segurar esse pulmão", comentou Cielo.

Fora de série – Os brasileiros terão um rival fortíssimo na busca pelo título mundial. Caeleb Dressel está voando. O norte-americano bateu o recorde nacional dos 100m livre no revezamento 4x100m livre, no domingo, e ontem repetiu a dose, ganhando o ouro na prova individual com 47s17.

Nesta sexta, poucas horas de sono depois, fez a segunda melhor marca dos 50m livre e, dali meia hora, voltou para a eliminatória dos 100m borboleta. Quem esperava que Dressel estivesse cansado viu ele completar a distância em 50s08, quarto melhor resultado da história dos 100m borboleta, apenas atrás de três marcas feitas no Mundial de Roma, em 2009, com trajes tecnológicos. Como comparação, no ano passado o ouro olímpico saiu para 50s39.

Henrique Martins nadou a eliminatória ao lado de Dressel e fez o oitavo melhor tempo geral, avançando a semifinal. A marca de 51s48 é a melhor da carreira do nadador brasileiro, que há foi finalista dos 50m borboleta, na segunda-feira. Ainda que não seja um candidato real ao pódio nos 100m borboleta, um bom desempenho de Henrique é importante pensando no revezamento 4x100m medley, que terá ele, Guilherme Guido (finalista dos 100m costas), Marcelo Chierighini (quinto nos 100m livre) e João Luiz Gomes Jr (prata nos 50m peito).

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.