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Brasil embarca com 36 atletas para Mundial, mas sem grandes protagonistas

02/08/2017 20h39

Rio de Janeiro, 28 jul (EFE).- O Campeonato Mundial de Atletismo, que será aberto nesta sexta-feira, em Londres, contará com uma delegação brasileira com poucas chances de conseguir medalhas, especialmente depois das lesões do campeão olímpico do salto com vara, Thiago Braz, e de Núbia Soares, esperança no salto triplo.

No aspecto geral, a grande expectativa desta edição da competição gira em torno da participação do velocista jamaicano Usain Bolt. Esta será a última vez que o público poderá ver "O Raio" competindo - no caso, nos 100m rasos e no revezamento 4x100m -, já que ele anunciou aposentadoria do esporte, possivelmente, para se dedicar ao futebol.

A delegação do Brasil chega a Londres sem sua última medalhista, Fabiana Murer, que foi campeã mundial do salto com vara em 2011, em Daegu, e vice quatro anos depois, em Pequim. A paulista de Campinas se despediu do esporte logo após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Inicialmente, Braz despontava como a grande atração brasileira, graças ao duelo espetacular com o francês Renaud Lavillenie no Rio 2016, quando conquistou o ouro.

Neste ano, no entanto, o único medalhista do Brasil no atletismo nos Jogos não conseguiu estabelecer boas marcas, aparecendo apenas em 43º no ranking da temporada, com 5m60. O americano Sam Kendricks está no topo da classificação de 2017, com 6m00.

A uma semana do Mundial, no entanto, foi anunciado que Braz não disputará a competição. Segundo o Pinheiros, clube do atleta, por ainda estar em processo de recuperação de uma lesão em uma das panturrilhas.

Outra brasileira que desfalca a delegação é Núbia Soares, que, diferente do campeão olímpico do salto com vara, atravessava grande fase. A mineira é quarta colocada no ranking da temporada, graças à marca de 14m56, estabelecida no Troféu Brasil.

A atleta, que só saltou menos em 2017 do que a venezuelana Yulimar Rojas, com 14m96m, a colombiana Caterine Ibargüen, com 14m86, e a cazaque Olga Rypakova, com 14m64, ficou fora da disputa por causa de lesão em um dos pés.

Com as ausências, o melhor ranking que o Brasil leva para o Mundial é o de Andressa Oliveira, que tem a oitava marca de 2017 no lançamento de disco, com 64m68. A líder é a croata Sandra Petkovic, com 71m41.

O mais forte candidato a principal destaque do país na competição é Darlan Romani, quinto colocado no arremesso de peso nos Jogos Olímpicos do Rio, com a marca de 21m02. Neste ano, o catarinense é o nono do ranking, com 21m82, novo recorde sul-americano. Além disso, venceu pela sexta vez o Troféu Brasil e foi campeão do Campeonato Sul-Americano.

Outra brasileira que está em nono lugar no ranking da temporada é a também catarinense Nair da Rosa, da marcha atlética de 50 quilômetros, com tempo de 4h39min28s.

Além disso, entre as mulheres, há expectativa pela participação de Geisa Arcanjo, nona colocada no arremesso de peso dos Jogos Olímpicos, e pela de Érica de Sena, bronze na Copa do Mundo de Marcha Atlética e que ficou em sétimo no Rio 2016 nos 20km.

Quem busca uma recuperação e pode surpreender é o revezamento 4x100m feminino, que decepcionou no Rio de Janeiro ao cair nas eliminatórias, após erro em uma das passagens.

Entre os homens, Talles Silva espera surpreender no salto em altura, já que tem a 12ª melhor marca de 2017. A situação é a mesma de Wagner Domingos, do lançamento do martelo, que está em 15º no ranking desse ano.

Outro nome que merece atenção é o de Caio Bonfim, que disputará apenas os 20km da marcha atlética. Na prova escolhida para a participação no Mundial, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o brasiliense terminou na quarta posição, apenas cinco segundos distante do pódio.

O Campeonato Mundial de Atletismo será disputado a partir desta sexta-feira e até o dia 13 de agosto.