Kaliningrado, o enclave russo que quer sair do isolamento com a Copa do Mundo
Ignacio Ortega.
Kaliningrado (Rússia), 2 set (EFE).- O enclave russo de Kaliningrado, situado entre a Polônia e a Lituânia, dois países que integram a Otan, pretende sair do isolamento com a Copa do Mundo de 2018, já que receberá quatro partidas do torneio.
"O objetivo é criar as condições para que o mundo saiba que há um lugar no mapa que se chama Kaliningrado, que é interessante, agradável e seguro", comentou à imprensa internacional Alexandr Rolbinov, vice-presidente do governo local.
Vítima das tensões geopolíticas entre o Kremlin e a Otan, Kaliningrado não tem fronteira terrestre com o restante da Rússia e seus habitantes só podem viajar ao país por avião ou estrada, neste caso com um salvo-conduto.
Com a exceção das quatro cidades que sediaram a Copa das Confederações (Moscou, São Petersburgo, Kazan e Sochi), este enclave báltico é o que está mais antecipado nas obras de construção do estádio e nas infraestruturas adjacentes.
Com capacidade para mais de 35 mil pessoas, o Estádio de Kaliningrado se encontra em Oktiabrski, uma ilha situada no coração da cidade que teve de ser drenada porque o local era um grande pântano.
Como puderam comprovar os jornalistas que participam da excursão organizada pela Fifa pelas cidades-sedes da próxima Copa do Mundo, a grama já foi colocada e está em perfeito estado, algo que não ocorre em outros estádios que receberão as oitavas e quartas de final da competição.
Em 20 minutos, os torcedores podem chegar ao estádio andando, após atravessarem as pontes sobre os canais que unem a ilha ao restante desta cidade de 500 mil habitantes.
"Vai ser possível chegar de carro, ônibus, bicicleta, patins e cadeira de rodas", ressaltou Rolbinov. De acordo com as autoridades locais, a inauguração pode acontecer já em março do ano que vem, enquanto os outros estádios terão que esperar até maio.
Um dos motivos é o clima, já que este pequeno território banhado pelo mar Báltico tem verões suaves e chuvosos, motivo pelo qual o calor não será um problema para os jogadores.
"Se você não gosta do tempo em Kaliningrado, espere 15 minutos", conta o dito popular, em referência ao caprichoso clima báltico. Essa é uma das vantagens da cidade, já que nas outras sedes do torneio, com a exceção de São Petersburgo, as temperaturas devem beirar os 30 graus em junho.
Várias equipes, entre elas Brasil e Suécia, já inspecionaram as instalações para fazer sua concentração em Kaliningrado durante a competição.
Kaliningrado, que é visitada anualmente por mais de um milhão de pessoas, espera receber mais cem mil visitantes durante a Copa do Mundo, entre eles muitos alemães, poloneses e cidadãos dos três países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia), independentemente das sanções e dos temores dos países vizinhos ao expansionismo russo.
Este enclave foi território alemão até o fim da Segunda Guerra Mundial, quando a União Soviética anexou o território e mudou seu nome de Königsberg pelo Kaliningrado, em homenagem ao revolucionário Mikhail Kalinin.
Foi em Königsberg que nasceu (1724), viveu e morreu (1804) o famoso filósofo alemão Immanuel Kant, cujo túmulo pode ser visitado pelos turistas junto à catedral local.
Para sair do isolamento, as autoridades de Kaliningrado explicaram que reataram os voos de Varsóvia, ao mesmo tempo que aumentaram as conexões com Berlim, Praga, São Petersburgo e Moscou.
Também é possível chegar em estrada através da Polônia - três horas de Gdansk - ou em barco pelo sul da Europa, do Reino Unido ou da Escandinávia.
O governador de Kaliningrado, Anton Alijanov, o mais jovem da Rússia aos seus 30 anos, destacou que também espera atrair muitos torcedores latinos, motivo pelo qual as agências de turismo estão preparando pacotes especiais e orientando tradutores.
Alijanov explicou que tudo se deve à profunda pegada deixada pelos chilenos na última Copa das Confederações, na qual milhares de torcedores do Chile acompanharam fielmente a equipe durante as mais de duas semanas do torneio.
Quanto a possíveis atentados terroristas, uma ameaça muito latente ultimamente em diferentes eventos esportivos, as autoridades destacaram que a frota russa do Báltico e seus caças garantem a segurança das fronteiras e dos visitantes.
A cidade, que foi praticamente varrida do mapa durante a guerra, conserva o seu passado alemão misturado com o legado soviético, ainda que as autoridades tentem recuperar agora a arquitetura típica prussiana.
Kaliningrado é famosa por ser a capital do âmbar, uma resina fóssil que se tornou a identidade do enclave e que pode ser encontrada em cada esquina. Entre os jogos, os visitantes poderão se banhar nas espetaculares praias de areia branca, algumas delas situadas no litoral compartilhado com a Lituânia.
Kaliningrado (Rússia), 2 set (EFE).- O enclave russo de Kaliningrado, situado entre a Polônia e a Lituânia, dois países que integram a Otan, pretende sair do isolamento com a Copa do Mundo de 2018, já que receberá quatro partidas do torneio.
"O objetivo é criar as condições para que o mundo saiba que há um lugar no mapa que se chama Kaliningrado, que é interessante, agradável e seguro", comentou à imprensa internacional Alexandr Rolbinov, vice-presidente do governo local.
Vítima das tensões geopolíticas entre o Kremlin e a Otan, Kaliningrado não tem fronteira terrestre com o restante da Rússia e seus habitantes só podem viajar ao país por avião ou estrada, neste caso com um salvo-conduto.
Com a exceção das quatro cidades que sediaram a Copa das Confederações (Moscou, São Petersburgo, Kazan e Sochi), este enclave báltico é o que está mais antecipado nas obras de construção do estádio e nas infraestruturas adjacentes.
Com capacidade para mais de 35 mil pessoas, o Estádio de Kaliningrado se encontra em Oktiabrski, uma ilha situada no coração da cidade que teve de ser drenada porque o local era um grande pântano.
Como puderam comprovar os jornalistas que participam da excursão organizada pela Fifa pelas cidades-sedes da próxima Copa do Mundo, a grama já foi colocada e está em perfeito estado, algo que não ocorre em outros estádios que receberão as oitavas e quartas de final da competição.
Em 20 minutos, os torcedores podem chegar ao estádio andando, após atravessarem as pontes sobre os canais que unem a ilha ao restante desta cidade de 500 mil habitantes.
"Vai ser possível chegar de carro, ônibus, bicicleta, patins e cadeira de rodas", ressaltou Rolbinov. De acordo com as autoridades locais, a inauguração pode acontecer já em março do ano que vem, enquanto os outros estádios terão que esperar até maio.
Um dos motivos é o clima, já que este pequeno território banhado pelo mar Báltico tem verões suaves e chuvosos, motivo pelo qual o calor não será um problema para os jogadores.
"Se você não gosta do tempo em Kaliningrado, espere 15 minutos", conta o dito popular, em referência ao caprichoso clima báltico. Essa é uma das vantagens da cidade, já que nas outras sedes do torneio, com a exceção de São Petersburgo, as temperaturas devem beirar os 30 graus em junho.
Várias equipes, entre elas Brasil e Suécia, já inspecionaram as instalações para fazer sua concentração em Kaliningrado durante a competição.
Kaliningrado, que é visitada anualmente por mais de um milhão de pessoas, espera receber mais cem mil visitantes durante a Copa do Mundo, entre eles muitos alemães, poloneses e cidadãos dos três países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia), independentemente das sanções e dos temores dos países vizinhos ao expansionismo russo.
Este enclave foi território alemão até o fim da Segunda Guerra Mundial, quando a União Soviética anexou o território e mudou seu nome de Königsberg pelo Kaliningrado, em homenagem ao revolucionário Mikhail Kalinin.
Foi em Königsberg que nasceu (1724), viveu e morreu (1804) o famoso filósofo alemão Immanuel Kant, cujo túmulo pode ser visitado pelos turistas junto à catedral local.
Para sair do isolamento, as autoridades de Kaliningrado explicaram que reataram os voos de Varsóvia, ao mesmo tempo que aumentaram as conexões com Berlim, Praga, São Petersburgo e Moscou.
Também é possível chegar em estrada através da Polônia - três horas de Gdansk - ou em barco pelo sul da Europa, do Reino Unido ou da Escandinávia.
O governador de Kaliningrado, Anton Alijanov, o mais jovem da Rússia aos seus 30 anos, destacou que também espera atrair muitos torcedores latinos, motivo pelo qual as agências de turismo estão preparando pacotes especiais e orientando tradutores.
Alijanov explicou que tudo se deve à profunda pegada deixada pelos chilenos na última Copa das Confederações, na qual milhares de torcedores do Chile acompanharam fielmente a equipe durante as mais de duas semanas do torneio.
Quanto a possíveis atentados terroristas, uma ameaça muito latente ultimamente em diferentes eventos esportivos, as autoridades destacaram que a frota russa do Báltico e seus caças garantem a segurança das fronteiras e dos visitantes.
A cidade, que foi praticamente varrida do mapa durante a guerra, conserva o seu passado alemão misturado com o legado soviético, ainda que as autoridades tentem recuperar agora a arquitetura típica prussiana.
Kaliningrado é famosa por ser a capital do âmbar, uma resina fóssil que se tornou a identidade do enclave e que pode ser encontrada em cada esquina. Entre os jogos, os visitantes poderão se banhar nas espetaculares praias de areia branca, algumas delas situadas no litoral compartilhado com a Lituânia.
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