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Revanche da final do Europeu feminino é suspensa por conflito trabalhista

12/09/2017 18h50

Copenhague, 12 set (EFE).- A Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU) anunciou nesta terça-feira a suspensão do amistoso marcado para a sexta-feira entre a seleção do país e a Holanda, uma revanche da última final do Campeonato Europeu feminino, por um conflito trabalhista com o sindicato de jogadores.

As atletas se negaram a treinar ontem até que federação e sindicato, que estão negociando há meses, fechem um acordo sobre a situação. A DBU então respondeu com a suspensão da partida. Todos os 8 mil ingressos para o jogo estavam esgotados.

Os dirigentes da federação afirmaram que ofereceram manter o convênio atual elevando em 46% o pagamento de salários, de extras e de parte das rendas de bilheteria. No entanto, o sindicato exige um reajuste de 342% e que as jogadoras sejam consideradas como contratadas pela DBU enquanto estiverem concentradas com a seleção.

"A situação é muito problemática, tanto do ponto de vista esportivo como econômico, e também para todo o futebol feminino dinamarquês", indicou a DBU em comunicado no qual informou à Federação Holandesa e à UEFA da suspensão do amistoso.

A Dinamarca enfrenta a Hungria na próxima terça-feira pelas Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo feminina, mas a situação ainda não está clara, segundo a federação, que está dialogando com a Fifa e a Uefa sobre a possibilidade de escalar uma equipe sem profissionais na partida.

O sindicato de jogadores, que não quis falar sobre os números da proposta, disse não ter compreendido a decisão de suspender o amistoso e reiterou a vontade de seguir negociando para chegar a um acordo.

"Lamentamos que a DBU tenha tomado essa decisão, claro que não era o nosso desejo. Nos parece que foi totalmente desnecessário", disse em comunicado a capitã da seleção, Pernille Harder.

A DBU já teve conflitos anteriores com o sindicato, sobretudo na hora de negociar um convênio com os jogadores da seleção masculina. Apesar disso, as partes se entenderam antes dos jogos, evitando um problema ainda.

O capitão da seleção dinamarquesa masculina, Simon Kjaer, do Sevilla, acusou a federação de criar divisão ao rejeitar assinar acordos coletivos e ameaçar os atletas.

A partida seria uma homenagem à seleção feminina da Dinamarca que, apesar de ter perdido a final do Europeu para a Holanda por 4 a 2, se transformou em um fenômeno no país.