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Antigo funcionário da Fifa, português denuncia pressão por Mutko no Conselho

13/09/2017 13h16

Londres, 13 set (EFE).- Ex-presidente do Comitê de Governança da Fifa, o português Miguel Maduro denunciou nesta quarta-feira ter recebido pressão para mudar a decisão de vetar a candidatura do russo Vitaly Mutko para o Conselho da entidade internacional.

Durante um evento sobre esporte na Câmara dos Comuns do Reino Unido, o político revelou que a senegalesa Fatma Samoura, secretária-geral da Fifa, o advertiu que rejeitar Mutko poderia fazer a Copa do Mundo de 2019 ser "um desastre", colocando em risco a presidência do suíço Gianni Infantino.

"A secretária-geral foi muito clara. Disse que seria sumariamente problemático, e que teríamos que buscar uma solução para fazer com que o senhor Mutko fosse apto", explicou o português.

Maduro, foi destituído do Comitê de Governança em maio deste ano, foi um dos mais firmes opositores a candidatura do ex-vice-primeiro ministro russo, que é presidente da Federação Russa e membro do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2018.

O português entendia que se trataria de uma intromissão política, violando regra da Fifa, de ser neutra.

De acordo com o português, contratado para ajudar a melhorar a imagem da Fifa, após os casos de oposição que se tornaram públicos em 2015, o próprio Infantino demonstrou "uma grande preocupação com a postura tomada", de vetar Mutko.

A possível presença de Mutko no Conselho da Fifa, vetada definitivamente em março deste ano, também vinha sendo criticada pelas acusações de envolvimento em escândalo de doping na Rússia, que, segundo o Relatório McLaren, produzido a pedido da Agência Mundial Antidoping (Wada), seria patrocinado pelo estado.