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Los Angeles pretende levar Jogos Olímpicos a uma nova era

13/09/2017 16h22

Fernando Gimeno

Lima, 13 set (EFE).- Aprovada nesta quarta-feira como sede dos Jogos Olímpicos de 2028, Los Angeles pretende revolucionar o megaevento e levá-lo a uma nova era, segundo informaram os integrantes da candidatura da cidade californiana diante do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Com o lema "Follow the Sun" ("Siga o sol", em inglês), a cidade incentivou o movimento olímpico a olhar em direção ao futuro para repensar os Jogos, de modo que se baseiem nos valores do esporte e na união entre pessoas de diferentes culturas e origens.

Nas palavras do prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, "é necessário mudar", como soube fazer a candidatura americana, que aceitou não competir com Paris para os Jogos Olímpicos de 2024 em troca de sediar a edição de 2028 em acordo feito com o COI.

"Há apenas dois anos, nunca pensávamos que estaríamos neste palco, mas sabíamos que o objetivo de Los Angeles era fazer o correto para o movimento olímpico. Não pensávamos em mudar a data, mas mudamos", reconheceu o governante.

Garcetti indicou que o lema escolhido não é uma referência ao maravilhoso clima da Califórnia, e sim que, "ao seguirmos o sol, podemos chegar ao amanhã para melhorar o que fizemos hoje, e essa é a essência do esporte: poder ser melhores".

O prefeito, cuja cidade sediará pela terceira vez os Jogos, relembrou as experiências olímpicas de 1932 e 1984 para repeti-las em 2028 e assim poder "transformar o movimento olímpico".

O presidente da candidatura de Los Angeles 2028, Casey Wasserman, reiterou a apresentação da cidade californiana de repensar o modelo tradicional dos Jogos Olímpicos: "depende nós mesmos aproveitar estes 11 anos", expressou.

Angela Ruggiero, representante dos Estados Unidos no COI, antecipou que os americanos trabalharão todos os dias durante a próxima década para criar uma edição que redefina a sustentabilidade e inove os Jogos Olímpicos.

"(Esta edição) colocará os atletas no centro dos Jogos", disse Ruggiero antes dos discursos da velocista Allyson Felix e da ex-nadadora Janet Evans.

Felix destacou que o megaevento é uma grande demonstração de respeito e tolerância, como os dias passados na vila olímpica, onde convivem 10 mil atletas, como ocorrerá na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), onde ela treina habitualmente.

"A interação humana é a maior defesa contra a intolerância. Nada faz com que a humanidade esteja mais perto disso que os Jogos Olímpicos. O esporte se baseia em amizade e fair play, não cor de pele ou crença", lembrou Felix.

Na opinião da ex-nadadora Janet Evans, ganhadora de quatro medalhas de ouro olímpicas, os Jogos de 2028 mudarão a vida de milhares de crianças, como os de 1984, quando ela tinha 12 anos e tomou a decisão de se tornar atleta.

A ex-remadora americana Anita DeFrantz, bronze em Montreal 1976 e integrante do Conselho Executivo do COI, avaliou que o acordo feito em julho entre Paris e Los Angeles para a definição das sedes dos Jogos Olímpicos de 2024 e 2028, respectivamente, e confirmado nesta quarta-feira em Lima "é uma decisão perfeita para todos".

Para o presidente do Comitê Olimpico Americano, Larry Probst, sediar com os Jogos de 2028 é uma recompensa para os Estados Unidos pelo compromisso demonstrado com o movimento olimpico.

Em meio a mensagens de união, solidariedade e tolerância, a apresentação de Los Angeles 2028 não contou com a participação do presidente americano, Donald Trump. A França teve a presença de Emmanuel Macron, que discursou em vídeo durante a apresentação da candidatura de Paris para os Jogos de 2024.