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Jogador argentino é condenado a 6 anos e meio de prisão por abuso sexual

18/09/2017 17h54

(Atualiza com declarações do jogador)

Buenos Aires, 18 set (EFE).- O lateral-direito Alexis Zárate, de 23 anos, que atua no Temperley e tem passagens pelas seleções argentinas de base, foi condenado nesta a seis anos e meio de prisão por abuso sexual, conforme sentença lida nesta segunda-feira no tribunal criminal de Lomas de Zamora, na província de Buenos Aires.

Depois do julgamento, Zárate se disse inocente em entrevista à imprensa local e afirmou que a relação com a vítima foi consentida.

"Está na cara tudo o que quiseram fazer com isso. Tudo ainda será esclarecido", disse o atleta, de 23 anos, sobre o julgamento à imprensa local, fazendo um sinal de positivo com a cabeça quando questionado se era inocente e se a relação tinha sido consentida.

O jogador, que foi revelado pelo Independiente, foi julgado por violentar Giuliana Peralta, que agora tem 22 anos, em 2014. Por enquanto, Zárate não será preso, já que poderá esperar em liberdade os resultados de recursos em instâncias superiores.

Agora, o lateral-direito disse que irá reformular sua carreira e agradeceu pelo apoio que sua família está dando em todo o caso.

"Desde o primeiro dia, estive muito tranquilo e sempre confiei em Deus, que não me permite que isso me faça nenhum mal", afirmou.

"Espero que se faça justiça. Foi feita justiça por mim e por todas as outras jovens que podem sofrer a mesma situação", disse a vítima, logo após a divulgação da sentença.

O Ministério Público, inicialmente, pediu que lateral-direito tivesse que cumprir sete anos e meio de prisão. Além disso, que a detenção fosse imediata, após a leitura da decisão do juiz, o que não acontece, frustrando Raquel Hermida, advogada da vítima.

"O que esperávamos, realmente, era a prisão. Porque a vida dela foi paralisada por três anos e meio, enquanto esse homem não ficou nem meia hora na delegacia", afirmou a defensora.

Giuliana Peralta, na época do abuso, era namorada de Martín Benítez, que jogava no Independiente com o agora condenado. Segundo a advogada da vítima, ela saiu para dançar com o namorado, que o levou para a casa de Zárate.

Lá, a jovem teria mantido relação sexual com Benítez e, em seguida, adormeceu, acordando ao sentir que estava sendo violentada.

"Ela conta que resistiu a Zárate e que começou a gritar para que Benítez acordasse, mas que ele parecia seguir dormindo", contou, antes do julgamento, a Raquel Hermida.

No julgamento, o advogado do condenado, Gonzalo Falco, garantiu que o namorado da vítima nada escutou, pois, não houve violência, já que a jovem consentiu a relação.

"Se ela manteve relações forçadas durante três minutos com uma pessoa que a está violentando, teriam que existir lesões genitais, algum outro tipo de lesão, alguma sequela ou arranhão no agressor. E não havia, absolutamente nada", disse o representante de Zárate.

Falco questionou a sentença, afirmando se basear em um depoimento sem credibilidade, já que não existiria qualquer prova que comprovasse o abuso sexual.