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Warriors buscam bi, mas terão que superar Cavs e rivais reforçados no Oeste

16/10/2017 18h10

Houston (EUA), 16 out (EFE).- O Golden State Warriors iniciará sua campanha na nova temporada da NBA como a equipe a ser batida e em busca de seu sexto título da liga (e o segundo consecutivo), podendo assim se tornar uma nova dinastia no basquete americano, mas terá pela frente rivais de peso, como o remodelado Cleveland Cavaliers, de LeBron James, o Boston Celtics liderado por Kyrie Irving e vários times da Conferência Oeste que também se reforçaram.

Com o elenco praticamente inalterado em relação ao que levou os anéis de campeão nas finais contra os Cavs, os Warriors são apontados pela crítica como os principais favoritos. Kevin Durant, decisivo e Jogador Mais Valioso (MVP) da última decisão, estará mais uma vez ao lado de Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green. E o time reforçou o banco de reservas com bons jogadores como Nick Young, ex-Los Angeles Lakers.

Recuperado dos problemas nas costas que quase o tiraram da última temporada, o técnico Steve Kerr é outra motivação para os Warriors, que tentarão chegar ao terceiro título em quatro anos - além da conquista do ano passado e da derrota nas finais da temporada 2015-2016, sagrou-se campeão em 2014-2015.

Mas, antes de chegar à decisão da NBA, o Golden State terá que superar muitos adversários difíceis na Conferência Oeste. Sempre favorito, o San Antonio Spurs manteve a base e foi ao mercado para buscar novos jogadores para posições pontuais.

Kawhi Leonard e Tony Parker começam a temporada lesionados, mas logo estarão em quadra ao lado de Rudy Gay - principal contratação da franquia -, de LaMarcus Aldrige e do experiente Pau Gasol, mais acostumado com o esquema de jogo do técnico Gregg Popovich. Manu Ginobili, aos 40 anos, também segue na franquia por mais um ano após os rumores de que se aposentaria depois da última temporada.

Duas equipes do Oeste foram atrás de grandes contratações para montar supertimes capazes de bater de frente com os atuais campeões. O Oklahoma City Thunder, que perdeu Durant para o rival na última temporada, se reforçou com os alas Paul George, ex-Indiana Pacers, e Carmelo Anthony, ex-New York Knicks. Ao lado do armador Russell Westbrook, atual MVP da NBA, eles formarão um dos trios mais poderosos da liga.

O mesmo ocorreu no Houston Rockets, que tirou Chris Paul dos Los Angeles Clippers para fazer uma dupla explosiva com James Harden.

A dupla terá a companhia de um elenco de apoio de bastante qualidade, com Trevor Ariza e Clint Capela entre os titulares, e o pivô Nenê, em sua 16ª temporada, em vindo do banco de reservas.

Com exceção de Nenê, o papel dos brasileiros na liga será pequeno. Primeiro, porque o país registrou uma queda no número de atletas na NBA. Apenas cinco estão com contratos atualmente, contra nove da última temporada. O número ainda pode subir com a definição das situações de Leandrinho, Thiago Splitter e Anderson Varejão.

Cristiano Felício é quem deve ter mais oportunidades além de Nenê. O jogador cresceu no fim da última temporada e teve o contrato com o Chicago Bulls renovado por quatro anos. A equipe reformulada para o torneio, com as saídas de nomes como Rajon Rondo, o próprio Wade e Jimmy Butler, mas o pivô segue como reserva de Robin López.

Os demais jogadores do país precisarão provar que podem se manter na liga de basquete mais importante do mundo. Raulzinho, por exemplo, entra na temporada com o Utah Jazz com o contrato parcialmente garantido, podendo ser dispensado a partir de janeiro. O grande problema é a concorrência. Rick Rubio é titular absoluto na armação. O brasileiro terá que lutar por minutos com Dante Exum.

Já Lucas Bebê e Bruno Caboclo vivem situações distintas no Toronto Raptors. O primeiro teve um bom início na última temporada, mas acabou perdendo espaço na rotação da equipe e praticamente não jogou na reta final. Em seu último ano de contrato, o pivô precisa mostrar serviço para se estabelecer como reserva de Jonas Valanciunas, titular da posição.

Caboclo, por sua vez, deve ficar mais um ano na G-League, a liga de desenvolvimento da NBA. O brasileiro depende de boas atuações para chamar a atenção do técnico Dwane Casey e ganhar uma vaga no elenco principal da franquia canadense.

Na Conferência Leste, o Boston Celtics, que se reforçou com Kyrie Irving - que deixou Cleveland após o vice-campeonato da última temporada - surge como maior ameaça a LeBron e cia na busca pela vaga nas Finais. O time, que usou Isaiah Thomas na troca pelo armador, também buscou Gordon Hayward no mercado.

Já os Cavs, ainda favoritos ao título da conferencia, foram atrás de nomes como Dwyane Wade e Derrick Rose e parecem ainda mais fortes, apesar da perda de Kyrie.

O Toronto Raptors parece ser a única equipe do Leste capaz de incomodar os dois pesos pesados na conferência. O núcleo da equipe foi mantido, com Kyle Lowry e DeMar DeRozan como destaques, e ainda terá o reforço do ala-pivô Serge Ibaka.

Outros quatro times que podem mostrar um bom basquete no Leste são o Washington Wizards - graças ao trio formada pelo armador John Wall, o ala-armador Bradley Beal e o pivô Marcin Gortat -, o Milwaukee Bucks - que terá Giannis Antetokounmpo, Khris Middleton e Jabari Parker - e o Philadelphia 76ers.

Os Sixers, em especial, dão sinais de que enfim farão uma boa temporada, terminando um longo período batizado como "o processo" pela torcida da Filadélfia. Markelle Fultz, Ben Simmons e Joel Embiid, promessas do time, terão a inexperiência compensada pelo veterano J.J. Reddick, contratado nesta temporada.

A briga por vagas nos playoffs no Oeste promete também ser bastante acirrada apesar da força de Warriors, Rockets, Thunder e Spurs. O Minnesota Timberwolves, que trouxe Jimmy Butler do Chicago Bulls, aparece como equipe que pode surpreender. Já os Clippers souberam encontrar nomes interessantes no mercado para suprir a perda de Chris Paul. Blake Griffin terá como companheiros nomes interessantes como Danilo Gallinari, Milos Teodosic, Patrick Berveley e Lou Williams.

As transferências para a temporada que se inicia também chamam a atenção. As equipes investiram US$ 3,2 bilhões, um valor que inclui os US$ 205 milhões da extensão de contrato assinada por Westbrook, que prorrogou seu vínculo com o Thunder por cinco anos.

Entre os novatos, o centro das atenções será o armador Lonzo Ball, draftado pelo Los Angeles Lakers. Apesar da juventude, ele terá a missão de recolocar a equipe no caminho dos títulos.

Ball tem o apoio de ninguém menos que Magic Johnson, principal armador da história dos Lakers, e que agora está como presidente de operações da franquia. Mas precisa saber lidar com as declarações excêntricas de seu pai, Lavar Ball, que diz que o filho seria capaz de bater Michael Jordan em uma disputa de um contra um.

A NBA, se antecipando ao que ocorreu na NFL e gerou grande polêmica após as críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proibiu qualquer protesto durante o hino nacional. Os jogadores que desafiarem a regra serão punidos.

Outra mudança na temporada está no All-Star Game, que deixa o tradicional formato que separava as equipes do Leste e do Oeste para ser formada pelos capitães que tiverem o maior número de votos em uma eleição popular. Através de uma espécie de sorteio, eles escolherão seus companheiros de time, um sistema que recebeu todo o tipo de crítica de torcedores e da imprensa.