Topo

César pega pênalti, Vizeu decide de novo e Fla vai à final da Sul-Americana

01/12/2017 00h57

Barranquilla (Colômbia), 30 nov (EFE).- Com atuações impecáveis de Felipe Vizeu, autor dos gols rubro-negros nesta quinta-feira e herói nas semifinais, e César, que defendeu um pênalti, o Flamengo resistiu à pressão, venceu o Junior Barranquilla por 2 a 0 fora de casa e se classificou pela primeira vez para a decisão da Copa Sul-Americana, na qual enfrentará o Independiente, da Argentina.

Decisivo no primeiro jogo, quando marcou o gol da vitória por 2 a 1 no Maracanã, Vizeu voltou a brilhar no comando do ataque cirúrgico do Fla, que poucas vezes levou perigo ao time da casa, mas se mostrou eficiente nas oportunidades criadas.

O goleiro César, que não jogava uma partida oficial há quase dois anos e foi escalado no lugar de Alex Muralha, fez defesas importantes, sentiu cãibra, continuou em campo e pegou um pênalti cobrado por Yimmi Chará quando o placar estava em 1 a 0, evitando um gol que poderia colocar fogo no jogo.

Bastava um empate em meio à pressão adversária para o Flamengo conseguir a classificação em Barranquilla, mas faltou pontaria ao Junior e a estratégia de esperar os contra-ataques foi bem executada.

O adversário agora será o Independiente, que na terça-feira eliminou o Libertad, do Paraguai. A primeira partida da decisão será em Avellaneda, na próxima quarta-feira. O jogo de volta está marcado para 13 de dezembro, no Maracanã, a mesma data em que, no ano de 1981, o Flamengo venceu o Liverpool por 3 a 0 na final do Mundial.

Após fazer mistério e deixar a torcida rubro-negra apreensiva sobre quem seria o goleiro titular nesta quinta-feira, o técnico Reinaldo Rueda optou por escalar César, promessa da base, e deixou na reserva Thiago, recém-recuperado de fratura no punho esquerdo.

Muito contestado pelos torcedores, Alex Muralha, que falhou nos dois gols do Santos na derrota por 2 a 1 no último domingo, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, e que viajou junto com a equipe para a Colômbia, assistiu o jogo do camarote.

Outra mudança no time titular precisou ser feita minutos antes do início do jogo. Réver sentiu dores na coxa durante o aquecimento e não pôde jogar. Com o desfalque de última hora, Rhodolfo foi escalado para compor a zaga ao lado de Juan.

Precisando da vitória, o Junior partiu para cima e testou César logo aos cinco minutos de partida. Em cobrança de falta na entrada da área, Chará rolou para Mier soltar uma bomba rasteira, mas o goleiro se esticou para fazer uma defesaça.

Focado nos contra-ataques, o Flamengo poucas vezes teve a bola no primeiro tempo. A melhor chance veio em cruzamento rasteiro de Lucas Paquetá para Felipe Vizeu, que só não balançou a rede porque Viera esticou o pé para pegar no cantinho.

Apesar de ter sido envolvido pela boa troca de passes do time da casa, o rubro-negro não levou tantos sustos devido à falta de pontaria do Junior. Aos 43, González cruzou na área e Juan cortou com o braço, mas o árbitro deu continuidade ao lance.

O início do segundo tempo contou com outra jogada polêmica, novamente na área do clube carioca. Ao receber de Téo Gutiérrez, Yony González invadiu a área, foi segurado por Pará e caiu junto com o lateral rubro-negro, mas nada foi marcado.

O mesmo González quase empatou o placar agregado aos cinco minutos, quando Téo avançou pela esquerda e cruzou rasteiro. A bola atravessou a zaga inteira, mas o atacante não chegou a tempo para completar no segundo poste.

Repetindo o protagonismo do jogo de ida, quando marcou o gol da vitória no Maracanã, Vizeu brilhou mais uma vez aos seis minutos. Após passe de Trauco ainda no meio de campo, o atacante arrancou, deixou Pérez e Cantillo para trás e chutou por baixo das pernas do goleiro para aumentar a vantagem.

A pressão do time colombiano diminuiu temporariamente após o gol, e o Flamengo encontrou mais espaços para tocar a bola na frente, mas não optou por não se arriscar muito no ataque. Pouco depois, o Junior voltou a dominar o jogo, mas encontrou uma zaga sólida.

César voltou a ser exigido aos 30 minutos, ao usar o pé para defender finalização de Téo na pequena área. O goleiro, que já havia reclamado de cãibra anteriormente, caiu pouco antes da cobrança do escanteio e uma rápida discussão teve início, com direito a um tapa de Barrera, sobrinho do ex-craque Carlos Valderrama, em Rhodolfo.

Após inúmeras chances perdidas, o Junior teve a oportunidade de finalmente sair do zero aos 42 minutos, quando Barrera foi derrubado na área e o árbitro marcou a penalidade máxima. Chará chutou no canto direito, mas César pulou no canto certo e evitou o gol.

Pouco depois, já nos acréscimos, Rodinei subiu em velocidade pela direita, cruzou na área e Vizeu apareceu sozinho para chutar à queima-roupa e sacramentar a classificação rubro-negra para a final inédita contra o Independiente.



Ficha técnica:.

Junior Barranquilla: Viera; Murillo, Pérez, Arias e Germán Gutiérrez (Barrera); Narváez, Cantillo, Chará, Mier (Ovelar) e Yony González (Díaz); Téo Gutiérrez. Técnico: Julio Comesaña.

Flamengo: César; Pará, Rhodolfo, Juan e Trauco; Cuéllar, Willian Arão, Éverton Ribeiro (Márcio Araújo), Diego e Lucas Paquetá (Rodinei); Felipe Vizeu. Técnico: Reinaldo Rueda.

Árbitros: Roberto Tobar (Chile), auxiliado pelos compatriotas Claudio Ríos e José Retamal.

Gols: Felipe Vizeu (2) (Flamengo).

Cartão amarelo: Barrera (Junior); Rhodolfo (Flamengo).

Estádio: Metropolitano Roberto Meléndez, em Barranquilla (Colômbia).