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Grêmio vai atrás do bi mundial e pode complicar ainda mais fim de ano do Real

05/12/2017 17h45

Redação Central, 5 dez (EFE).- O Mundial de Clubes da Fifa terá início nesta quarta-feira, com o Grêmio lutando por seu primeiro título no atual formato e o segundo na história do clube, e com o Real Madrid atraindo os holofotes na busca pelo hexacampeonato e tentando superar o momento irregular, principalmente, do setor ofensivo.

O torneio será disputado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, e o pontapé inicial acontecerá com o duelo entre o Al Jazira, representante local, e o Auckland City, da Nova Zelândia, campeão da Oceania, no estádio Hazza bin Zayed Stadium, às 15h (de Brasília).

O vencedor do confronto avança às quartas de final para enfrentar o Urawa Red Diamonds, do Japão, vencedor da Liga dos Campeões da Ásia. No outro lado da chave, pela mesma fase, duelarão Pachuca, do México, e Wydad Casablanca, do Marrocos. Um deles será o primeiro rival do Grêmio, na etapa seguinte.

O Tricolor Gaúcho será o primeiro vencedor da Taça Libertadores a disputar o Mundial - no formato iniciado em 2004 - menos de um mês após o título. A equipe conquistou o torneio continental em 29 de novembro, ao vencer pela segunda vez o Lanús, e estreará em Abu Dhabi, em 12 de dezembro.

Com isso, o técnico Renato Gaúcho terá praticamente força máxima para a competição. Os desfalques são o volante Arthur, por causa de uma lesão no tornozelo esquerdo, e o meia Cícero, que não foi liberado, por ter atuado em dois clubes nesta temporada (Fluminense e São Paulo).

O zagueiro Geromel, por sua vez, preocupa por causa de dores no ombro esquerdo. No retorno ao Brasil, após a conquista do título na Argentina, o jogador era tratado como dúvida para a primeira partida na competição intercontinental.

A principal atração do Grêmio, contudo, está no banco. Mais conhecido pelos gaúchos como Renato Portaluppi, o treinador foi o protagonista do título da Copa Intercontinental, conquistado em 1983, fazendo os dois gols da vitória sobre o Hamburgo, da Alemanha, por 2 a 1, no Estádio Nacional, em Tóquio, no Japão.

Caso volte a ser campeão, o ex-atacante se juntará a um seleto time que tem o uruguaio Luis Cubilla (venceu em 1961, com o Peñarol, e em 1971 e 1979, treinando Nacional-URU e Olimpia, respectivamente), o uruguaio Juan Martín Mujica (1971 como jogador e 1980 como treinador, ambos com o Nacional-URU), o italiano Carlo Ancelotti (pelo Milan, jogando em 1989 e treinando em 2007, e pelo Real Madrid, em 2014) e o francês Zinedine Zidane (pelo Real, atuando em 2002 e comandando em 2016).

O título, em outubro, foi reconhecido pela Fifa como conquista equivalente a do Mundial, indo de encontro ao que os torcedores e dirigentes já consideravam. Vice em 1995, derrotado pelo Ajax, o Tricolor poderá igualar Santos (1962 e 1963) e Corinthians (2000 e 2012), ficando atrás só do São Paulo ((1992, 1993 e 2005).

O Real Madrid, com a unificação dos resultados das competição, se tornou o maior campeão, com seis taças, erguidas em 1960, 1998, 2002, 2014 e 2016. O time, se voltar a sair de campo com a taça, abrirá duas de diferença para o Milan, que conquistou o título quatros vezes, em 1969, 1989, 1990 e 2007.

O badalado time do português Cristiano Ronaldo, do galês Gareth Bale, e também de Marcelo e Casemiro, no entanto, chega no pior momento desde a chegada do técnico francês Zinedine Zidane, em janeiro do ano passado, para substituir o espanhol Rafa Benítez.

Após dois títulos europeus, um mundial, outro espanhol, além de uma Supercopa da Espanha e duas Supercopas Europeias, os resultados nesta temporada vem gerando críticas. A equipe não conseguiu a liderança do grupo H da Liga dos Campeões, ficando atrás do Tottenham, além de ser quarta colocada no campeonato nacional.

O próprio CR7 vem sofrendo com críticas, apesar de ter marcado 11 gols em 17 partidas na temporada.O atacante francês Benzema, por sua vez, balançou as redes cinco vezes, enquanto Bale só anotou três gols, além de seguir sofrendo com recorrentes lesões.

O Real Madrid estreará em 13 de dezembro, contra Urawa Red Diamons, Al Jazira ou Auckland City, no estádio Zayed Sports City.

O time da Nova Zelândia, aliás, ampliará a liderança no ranking de participações do Mundial de Clubes, ao entrar na disputa pela nona vezes. O Al Ahly, do Egito, que ficou fora neste ano, vem atrás, com cinco presenças.

O Auckland, no entanto, só se destacou em 2014, quando despachou o Moghreb Tétouan, do Marrocos, o ES Sétif, da Argélia, caindo apenas nas semifinais, ao perder para o San Lorenzo, da Argentina, por 2 a 1, na prorrogação. Em seguida, a equipe bateu o Cruz Azul, do México, nos pênaltis, e fecho ua disputa em terceiro lugar.

Adversário do representante da Oceania, o Al Jazira tentará ser o primeiro time dos Emirados Árabes a alcançar as semifinais, pelo menos. Na primeira participação no torneio, a equipe contará com o atacante brasileiro Romarinho, ex-Corinthians, e o volante francês Lass Diarra, ex-Chelsea, Real Madrid, entre outros.

O Urawa, do atacante Rafael Silva, ex-Coritiba, e do zagueiro Maurício, ex-São Paulo, volta ao Mundial após dez anos, querendo repetir o terceiro lugar de 2007, quando vendeu caro derrota para o Milan, em partida que definiu o rival do Boca Juniors na final e acabou com placar de 1 a 0, com gol do meia holandês Clarence Seedorf.

Na outra chave, o Pachuca entra como favorito para enfrentar o Grêmio nas semis. O time que conta com o meia japonês Keisuke Honda, vai para a quarta aparição, tentando superar pela primeira vez o quarto lugar, alcançado em 2008.

O Wydad Casablanca, por sua vez, chega para a estreia em Mundiais embalado pelo segundo título continental. A equipe marroquina superou, na decisão da Liga dos Campeões da África, o Al Ahly, do Egito, verdadeira potência do continente, com empate em 1 a 1, fora, e vitória por 1 a 0, em casa.

Assim como aconteceu no ano passado, o Mundial de Clubes será mais uma oportunidade da Fifa colocar o sistema de vídeo para auxílio aos árbitros (VAR). O sistema, na última edição, gerou muita polêmica, com demora em marcações e erros de avaliação.

Em Abu Dhabi, o goiano Wilton Pereira Sampaio faz parte do time que atuará na avaliação das imagens, enquanto o mineiro Sandro Meira Ricci será um dos que estarão em campo, no comando das partidas, em dobradinha que deverá se repetir na Copa do Mundo de 2018, na Rússia.