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Rei de Copas, Independiente empata com o Flamengo e é bi da Sul-Americana

13/12/2017 23h58

Rio de Janeiro, 13 dez (EFE).- Conhecido pelo apelo de 'Rei de Copas' pelos sete títulos de Taça Libertadores que já conquistou, o Independiente honrou o apelido nesta quarta-feira e impediu a festa da torcida rubro-negra ao empatar com o Flamengo em 1 a 1 no Maracanã e obter o bicampeonato da Sul-Americana.

Derrotado por 2 a 1 na ida, em Avellaneda, há uma semana, o Fla até saiu à frente no placar no Rio de Janeiro, com gol de Lucas Paquetá. Entretanto, ainda no primeiro tempo, Cuéllar cometeu pênalti, Barco converteu e marcou aquele que viria ser o gol do título.

Na etapa final, o Rubro-Negro carioca até pressionou, mas perdeu algumas chances, incluindo uma no último minuto, enquanto o 'Rojo' soube segurar o placar favorável com velocidade nos contra-ataques e alguma catimba.

Maior vencedor da história da Libertadores, o Independiente, que em 2010 superou o Goiás na decisão, também passa a reinar na Sul-Americana, com dois troféus, mesmo número do Boca Juniors. De quebra, ainda reviveu uma página honrosa em sua história, voltando a ser campeão no Maracanã 22 anos depois de ter batido o próprio Flamengo na final da Supercopa da Libertadores.

Para o time carioca, o revés representa a manutenção de dois tabus: o de não obter um título internacional desde a Copa Mercosul de 1999 e o de nunca ter dado uma volta olímpica em casa em um torneio com clubes do exterior. Todas as conquistas foram obtidas fora de seus domínios.

O resultado no Maracanã influenciou na Libertadores do ano que vem. O Independiente, que ainda não tinha vaga, se classificou; o Vasco, que iria para a fase de grupos em caso de título do rival, terá de encarar a fase preliminar; e o Atlético-MG, apesar da comemoração após a última partida pelo Campeonato Brasileiro, contra o Grêmio, acabou de fora.

No segundo jogo da final, o Fla teve apenas uma mudança no time titular em relação à derrota em Avellaneda. Recuperado de lesão na coxa esquerda, o meia-atacante Everton recuperou a posição, mas, por opção de Reinaldo Rueda, em lugar de Éverton Ribeiro, e não de Lucas Paquetá. O atacante Paolo Guerrero, suspenso por doping, ficou fora mais uma vez.

No Independiente, Amorebieta ganhou o lugar de Silva, o que fez com que Tagliafico, que vinha atuando no miolo de zaga, voltasse à lateral esquerda. Além disso, Sánchez Miño saiu para a entrada de Domingo.

Antes de a bola rolar, houve bastante confusão na parte externa do estádio, e dezenas de torcedores conseguiram invadir o estádio sem serem barrados pela segurança. Durante a última madrugada, vândalos causaram confusão nas zonas sul e oeste do Rio de Janeiro na tentativa de atrapalhar o sono dos atletas do time argentino.

Ao contrário do que se poderia esperar pelo clima tenso que cercou a decisão, a partida começou bem jogada, com o Fla partindo para cima. Aos quatro minutos do primeiro tempo, Everton cruzou por baixo e Felipe Vizeu não pegou em cheio e cedeu tiro de meta.

Aos 12, Everton teve tudo para abrir o placar, mas perdeu chance clara. O camisa 22 recebeu ótimo passe de Vizeu e, em impedimento não marcado, saiu na cara de Campaña, mas arrematou em cima do goleiro. Mais tarde, aos 18, Diego cruzou e Juan cabeceou para fora.

O Independiente até se lançava ao ataque, mas quem assustava era o time da casa. Aos 25 minutos, Pará ganhou na raça e deixou com Everton, que passou para Diego. O meia demorou a definir e até cortou dois adversários, mas mesmo assim foi bloqueado.

O maior ímpeto do Rubro-Negro foi recompensado aos 29. Diego cobrou falta e novamente encontrou Juan, que desviou. Réver cruzou para o meio, Domingo falhou na tentativa de afastar, e Paquetá, dentro da pequena área, completou para a rede.

A situação pareceu piorar para a equipe argentina aos 33, quando o meia Benítez sentiu um problema físico e teve de ser substituído pelo centroavante Albertengo. Entretanto, aos 36 depois, Cuéllar derrubou Meza dentro da área, e Wilmar Roldán, com confirmação do árbitro de vídeo, marcou pênalti. Após demora de três minutos de reclamações e análises, Barco, de apenas 18 anos, cobrou como um veterano, deslocando César, e empatou.

A segunda etapa começou com uma linda jogada individual de Paquetá, que aliando força e habilidade foi abrindo espaço na defesa do Independiente, invadiu a área e, mesmo caído, fez o arremate. Campaña espalmou e a zaga rechaçou. Em seguida, aos seis, Pará cruzou a meia altura e ninguém chegou para completar.

Rueda preferiu não esperar e colocou o Flamengo para frente com a entrada de Vinicius Júnior substituindo Trauco, deixando Everton improvisado na lateral. A troca deu maior volume de jogo, mas deixou os donos da casa expostos. Aos 13, em contra-ataque, Gigliotti partiu livre e encobriu César com um lindo toque, mas Juan cortou em cima da linha e evitou a virada.

Não faltava disposição ao atual campeão carioca, que fez de tudo para desempatar aos 19. Pará cruzou outra da direita, Vinicius Júnior recolheu na esquerda e foi bloqueado. Paquetá emendou de qualquer jeito e pegou mal, mas Arão resvalou de cabeça e tirou tinta da trave.

Apreensiva até então, a torcida rubro-negra voltou a cantar com tudo na tentativa de empurrar o time, que correspondeu. Aos 33, Éverton Ribeiro, em seus primeiros toques na bola, limpou a marcação pela direita e fez o chuveirinho. Réver subiu bem, mas cabeceou para fora. Chateado, ele tirou a touca de natação que vinha usando por ter recebido pontos ainda na primeira etapa.

Pouco depois, aos 38, Gigliotti tentou o chamado "gol que Pelé não fez" ao perceber César adiantado e arriscar do meio de campo. O goleiro se recuperou a tempo e segurou. O próprio camisa 9 ganhou de Juan, mas chutou pela linha de fundo, aos 42.

Para desespero dos flamenguistas, Roldán deu apenas três minutos de acréscimo. Houve tempo para uma última oportunidade, com Réver, que emendou de pé esquerdo depois de bate-rebate, mas encobriu o travessão.



Ficha técnica:.

Flamengo: César; Pará, Réver, Juan e Trauco (Vinicius Júnior); Cuéllar (Éverton Ribeiro) e Willian Arão; Lucas Paquetá (Lincoln), Diego e Everton; Felipe Vizeu. Técnico: Reinaldo Rueda.

Independiente: Campaña; Bustos (Silva), Franco, Amorebieta e Tagliafico; Domingo e Rodríguez; Benítez (Albertengo), Meza (Sánchez Miño) e Barco; Gigliotti. Técnico: Ariel Holan.

Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia), auxiliado pelos compatriotas Alexander Guzmán e Cristian de la Cruz.

Cartões amarelos: Everton, Vinicius Júnior e Juan (Flamengo); Albertengo, Meza, Campaña e Barco (Independiente).

Gols: Lucas Paquetá (Flamengo); Barco (Independiente).

Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.