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"Não permitirei que falem de mim", diz Gatlin após acusação de doping

19/12/2017 15h46

Londres, 19 dez (EFE).- O velocista americano Justin Gatlin, atual campeão mundial dos 100 metros, reagiu com firmeza às informações do jornal britânico "The Telegraph" que o vinculam a um novo escândalo de doping.

"Não permitirei que ninguém fale de mim. Não estou utilizando nem usei produtos de doping. Fiquei comovido e surpreso ao saber que meu treinador pode ter algo a ver com o surgimento destas acusações. Eu o demiti logo quando descobri isto", explicou em comunicado o atleta, sucessor do jamaicano Usain Bolt no título dos 100 metros.

Gatlin também ameaçou tomar medidas judiciais contra as pessoas que o acusam de doping.

"Todas as alternativas estão sobre a mesa porque não permitirei que ninguém fale de mim desta forma. Não tenho mais nada a dizer. Terão notícias do meu advogado", afirmou.

Repórteres do "Telegraph" se passaram por representantes de uma empresa cinematográfica que buscava atletas, aos quais pessoas próximas ao atleta ofereceram substâncias ilegais para um ator treinar.

De acordo com a publicação, os jornalistas visitaram o centro de treinamento que Gatlin frequenta na Flórida. No local, o treinador do atleta, Dennis Mitchell, e seu agente, Robert Wagner, ofereceram testosterona e hormônios de crescimento por US$ 250 mil.

Mitchell e Wagner se propuseram a conseguir esses produtos através de um médico na Austrália, ao mesmo tempo que defenderam o doping como uma prática muito disseminada e disseram que Gatlin ingeriu essas substâncias em alguma ocasião.

O atleta de 35 anos, que negou as acusações, e o seu entorno estão sendo investigados pela Unidade de Integridade do Atletismo (AIU), estabelecida neste ano pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF).

Os advogados de Gatlin, que ficou quatro anos suspenso por doping a partir de 2006, anunciaram a demissão de Mitchell, enquanto o velocista, que garante estar limpo, enfrenta um novo escândalo.

No Campeonato Mundial de Londres, disputado em agosto passado, Gatlin foi vaiado após derrotar Usain Bolt na final da prova dos 100 metros.