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Presidente da federação russa de futebol anuncia afastamento por 6 meses

25/12/2017 17h49

Moscou, 25 dez (EFE).- O presidente da União de Futebol da Rússia (UFR), Vitaly Mutko, anunciou nesta segunda-feira durante a reunião da executiva da organização em Moscou que está de saída do cargo de maneira provisória, por seis meses, período em que será substituído pelo diretor-geral Aleksandr Alaev.

O dirigente explicou que precisa desse prazo para recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) da decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de bani-lo dos Jogos Olímpicos devido às denúncias de doping de Estado.

Mutko é considerado pela imprensa internacional o principal responsável do esquema de encobrimento de resultados positivos para o consumo de substâncias proibidas durante os Jogos de Inverno de 2014, em Sochi. Ele anunciou que apresentará recurso na CAS já nesta terça.

O presidente licenciado da UFR voltou dizer que há politização das denúncias dos atletas russos e lembrou que a Agência Mundial Antidoping (Wada) não apresentou provas conclusivas.

A princípio, Mutko continuará à frente do comitê organizador da Copa do Mundo do ano que vem. Ele admitiu que esse seria o caminho natural, mas ressaltou que a última palavra é do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

"Enquanto o presidente confiar em mim, continuarei trabalhando como vice-presidente e supervisionando os preparativos para o Mundial. Inclusive, pode ser que retorne antes (dos seis meses) ao cargo de chefe da UFR", disse.

O dirigente preferiu não comentar sobre as recentes denúncias do relatório McLaren de que até 34 jogadores de futebol russos, incluindo todo o elenco que disputou a Copa de 2014, no Brasil, também estariam envolvidos em um esquema de doping.

No último dia 1º, dias antes do sorteio dos grupos do Mundial no Palácio do Kremlin, Mutko negou em entrevista coletiva conjunta com o presidente da Fifa, Gianni Infantino, que os atletas da seleção consomem substâncias proibidas.

Em outubro do ano passado, o presidente afastado da UFR deixou o cargo de ministro de Esportes após o escândalo de doping que deixou o país de fora das competições de atletismo dos Jogos Olímpicos e de todo o programa dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.

Colaborador de Putin há mais de 20 anos e ex-presidente do Zenit São Petersburgo, Mutko foi mencionado no diário do principal denunciante da Wada, Grigori Rodchenkov, ex-diretor do laboratório antidoping de Moscou.