Topo

Nadal, Federer, Marelo Melo e Serena brilham em ano "vintage" do tênis

29/12/2017 21h18

Douglas Rocha.

Redação Central, 29 dez (EFE).- O velho esteve na moda na temporada do tênis: atletas experientes como o espanhol Rafael Nadal, o suíço Roger Federer, a americana Serena Williams e o brasileiro Marcelo Melo foram alguns dos destaques de 2017, ano marcado também pela ascensão de outra representante do país, Beatriz Haddad Maia.

Longe dos holofotes durante o segundo semestre do ano passado devido a problemas físicos, Nadal e Federer deram a volta por cima e reviveram aquela que para alguns é a maior rivalidade da história da modalidade, e os dois tiveram motivos para comemorar.

O 'Touro Miúra' reencontrou seu melhor jogo e fechou o ano como líder do ranking da ATP, tornando-se o primeiro atleta com 30 anos ou mais a realizar o feito. Contribuíram para isso, entre outros resultados, o vice do Aberto da Austrália, a conquista do US Open, seu primeiro título em quadra dura em mais três anos, e uma gira de saibro praticamente perfeita.

Em seu piso preferido, o espanhol foi o vencedor de quatro dos cinco torneios que disputou: Masters 1000 de Monte Carlo e de Madri, ATP 500 de Barcelona e Roland Garros, em que se sagrou decacampeão. A única derrota nessa superfície ocorreu nas quartas de final do Masters 1000 de Roma para o austríaco Dominic Thiem.

O ponto fraco de Nadal foram os jogos contra Federer, outrora seu freguês. Houve quatro duelos, nas finais do Aberto da Austrália, do Masters 1000 de Indian Wells e do Masters 1000 de Xangai e nas oitavas do Masters 1000 de Miami, e o suíço levou a melhor em todos eles.

O tenista da Basileia se sagrou pentacampeão em Melbourne e octocampeão de Wimbledon, aumentando para 19 o número de troféus de Grand Slam em sua galeria, e acabou a temporada na vice-liderança do ranking.

Mas nem só de rivalidade foi feito o ano de Nadal e Federer. Os dois formaram, junto com outros cinco tenitas, o Time Europa, que venceu a primeira edição da Copa Laver, desafio por equipes contra o Time Mundo em setembro. O auge do evento foi a vitória do espanhol e do suíço, jogando duplas juntos pela primeira vez, sobre os americanos Sam Querrey e Jack Sock.

O fim de ano dos dois primeiros colocados da lista da ATP não foi dos melhores. Nadal sequer disputou o ATP Finals devido a uma lesão de joelho, enquanto Federer foi surpreendido nas semifinais pelo belga David Goffin. Quem levantou a taça foi Grigor Dimitrov, realizando o maior feito de sua carreira até agora.

Melhores do circuito ao final de 2016, o britânico Andy Murray e o sérvio Novak Djokovic passaram por problemas físicos e encerraram a temporada mais cedo, assim como outros nomes de peso, como o suíço Stan Wawinka, o japonês Kei Nishikori e o canadense Milos Raonic.

Se esse número de atletas lesionados passou a impressão de o circuito estar envelhecido, jovens atletas pediram passagem para iniciar uma renovação. O destaque foi o alemão Alexander Zverev, que conquistou dois títulos de Masters 1000, em Roma e em Montreal.

A ATP ainda inovou ao realizar o Next Generation ATP Finals, com os oito melhores tenistas sub-21. A associação testou algumas novidades no torneio, como os sets com melhor de nove games, e não 13, a ausência do 'let' quando a bola toca a fita de rede no saque, do iguais em 40-40, e de juízes de linha (a marcação de dentro ou fora foi toda feita por computador), o uso de um cronômetro vigiando o intervalo de 25s entre os pontos e a comunicação entre jogadores e seus treinadores.

Sem Zverev, que estava focado no ATP Finals, o campeão foi o sul-coreano Hyeon Chung, que derrotou o russo Andrey Rublev na final.

Sem tenistas no top 10, já que seu melhor representante, Jo-Wilfried Tsonga, aparece em 15º, a França reinou nas competições por equipes. Bateu a Bélgica na final da Copa Davis, quebrando um jejum de 16 temporadas sem conquistas, e os Estados Unidos na decisão da Copa Hopman, competição ocorrida em janeiro e que marcou o retorno de Federer ao circuito.

Para os brasileiros em simples, o ano não foi dos melhores, e o país ficou sem um representante sequer no top 100 pela primeira vez desde 2013. O melhor ao final de 2017 é Rogério Dutra Silva, em 102º lugar. Thomaz Bellucci foi o segundo, na 113ª colocação, e Thiago Monteiro o terceiro, em 124º.

Nas duplas, por outro lado, o ano foi novamente de vitórias. Marcelo Melo, com um novo parceiro, o polonês Lukasz Kubot, conquistou seis títulos, entre eles o de Wimbledon. Com isso, terminou a temporada como número 1 tanto no ranking de parcerias quanto no individualizado.

Para o agora "cabeludo" Bruno Soares, que virou assunto no circuito por um implante capilar, 2017 não foi tão bom quanto 2016, quando faturou o Aberto da Austrália e o US Open, mas também houve motivos para comemorar. Ele o britânico Jamie Murray obtiveram três troféus e foram o terceiro melhor time do circuito, atrás também do finlandês Henri Kontinen e o australiano John Peers.

Outros três brasileiros também figuram entre os 100 melhores na lista individualizada: Marcelo Demoliner (34), Rogerinho (90) e André Sá (94). Os dois últimos venceram juntos o Brasil Open, em fevereiro, em São Paulo.

A maior evolução entre os tenistas do país, entretanto, foi de uma mulher. Beatriz Haddad Maia começou 2017 na 173ª colocação do ranking da WTA e, após um título de ITF 100K (Cagnes-Sur-Mer), um de ITF 50K (Clare), além de um vice do WTA International de Seul, iniciará 2018 em 71º lugar.

A melhor do ano foi a romena Simona Halep, que mesmo sem conquistar um título de Grand Slam chegou ao topo do ranking, deixando a espanhola Garbiñe Muguruza, vencedora de Wimbledon, na segunda colocação.

Nos outros 'Majors', as vencedoras protagonizaram histórias peculiares. Serena Williams obteve o troféu do Aberto da Austrália competindo grávida, gestação que foi divulgada apenas posteriormente pela americana, e superou a alemã Steffi Graf e tornou a dona do maior número de títulos de Slams na Era Aberta, com 23. Na decisão em Melbourne, ela superou a irmã mais velha, Venus.

Em Roland Garros, a letã Jelena Ostapenko repetiu o feito de Gustavo Kuerten e conquistou no saibro parisiense o primeiro título da carreira com uma vitória sobre Halep na decisão. Já no US Open, Sloane Stephens levou a melhor em uma final 100% caseira diante de Madison Keys apenas cinco semanas depois de estar na 957ª da lista da WTA. Ela esteve afastado das competições de agosto do ano passado, nos Jogos Olímpicos, até Wimbledon, em julho, por problemas físicos.

O ano marcou o retorno de um ícone e a despedida de outro. Suspensa por 15 meses por doping, a russa Maria Sharapova teve resultados discretos na volta, ocorrida em abril, mas conquistou um troféu, o do WTA International de Tianjin, na China, em outubro.

Já a suíça Martina Hingis, que vinha competindo apenas em duplas e fechou a temporada como número 1, se aposentou pela terceira vez, após as despedidas de 2002 e 2007.

Na Fed Cup, os Estados Unidos, maiores campeões da história da competição, quebraram um jejum de 17 anos e ficaram com seu 18º troféu ao derrotarem Belarus na final.

As bielorrusas não puderam contar com seu principal nome, Victoria Azarenka, que até voltou às quadras após ter dado à luz, mas não conseguiu se manter no circuito devido a uma briga judicial pela guarda do filho.