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Seleção brasileira sobra em 2017, e Tite consolida time ideal para Copa

29/12/2017 21h18

Bruno Guedes.

Rio de Janeiro, 29 dez (EFE).- A seleção brasileira, que viveu um 2016 de ascensão do inferno ao céu, com a chegada de Tite, o título olímpico e a liderança das Eliminatórias, teve em 2017 um "voo de cruzeiro", sem turbulências, com classificação para a Copa do Mundo e a consolidação de uma escalação conhecida pela torcida.

De maneira excepcional, o ano começou para os pentacampeões com compromisso em janeiro por causa nobre: ajudar as famílias das vítimas da tragédia com a Chapecoense. Em amistoso no Estádio Olímpico João Havelange, no Rio de Janeiro, uma equipe formada por jogadores que atuavam no país, bateu a Colômbia por 1 a 0, com gol de Dudu, do Palmeiras.

Em março, vieram os primeiros compromissos pelas Eliminatórias em 2017. A princípio, os matemáticos apontavam para a necessidade de três vitórias para carimbar o passaporte à Rússia. No lendário Estádio Centenário, em Montevidéu, a seleção passou pelo Uruguai por sonoros 4 a 1, com direito a três gols de Paulinho.

O ex-jogador do Corinthians, que começou o ano com a bola toda, voltou a balançar as redes mais duas vezes na temporada, em que foi artilheiro em jogos oficiais. Neymar também marcou em cinco oportunidades - uma em amistoso -, e ficou ao lado do volante na tabela geral de goleadores.

Além disso, a ascensão de Paulinho o levou do Guangzhou Evergrande, da China, para o poderoso Barcelona, da Espanha. Após chegar sob muita desconfiança, o brasileiro vestiu a camisa 'blaugrana' com personalidade e se firmou como peça importante do elenco comandado pelo espanhol Ernesto Valverde.

Após superar o Uruguai, os pentacampeões receberam o Paraguai na Arena Corinthians, em São Paulo, e venceram por 3 a 0, com gols de Philippe Coutinho, Neymar e Marcelo. Horas depois, os peruanos superaram a Celeste por 2 a 1, carimbando o passaporte do Brasil para a Rússia com quatro rodadas de antecedência.

Com isso, a seleção se credenciou para disputar a Copa do Mundo pela 21ª vez na história, sendo assim o única com presença em todas as edições já realizadas.

Na sequência, os comandados por Tite levaram a melhor sobre Equador e Chile, em casa, e empataram com Colômbia e Bolívia, nos dois últimos compromissos como visitante, fechando a campanha com 41 pontos, dez a frente do Uruguai, segundo colocado. Ao todo, foram 12 vitórias, cinco empates e uma derrota.

O revés na competição classificatória, aliás, foi sofrido ainda na segunda passagem de Dunga pela seleção. Neste ano, no entanto, o técnico sucessor perdeu a invencibilidade na seleção com a derrota para a Argentina por 1 a 0, em amistoso realizado em Melbourne, na Austrália, em 9 de junho.

Quatro dias depois, os brasileiros passaram pelos 'Socceroos' por 4 a 0. Em novembro, vieram os dois últimos compromissos de 2017, em duelos com o Japão, vencido por 3 a 1, em Lille, na França, e com a Inglaterra, em sonolento empate em 0 a 0, no estádio de Wembley, em Londres.

As partidas eram aguardadas como chances para Tite dar oportunidade para jogadores que tiveram poucas oportunidades no ano, como Pedro Geromel, do Grêmio, Jorginho, do Napoli - que acabou o ano defendendo a Itália -, Jô, do Corinthians, Richarlison, do Watford, entre outros.

Nenhum, no entanto, figurou na última lista do treinador, que deu chance para Giuliano, do Fenerbahçe, Taison, do Shakhtar Donetsk, e Diego Souza, do Sport Recife. Só o primeiro, no entanto, teve chance de começar jogando uma partida, contra os japoneses.

Assim, o time titular formado por Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Marcelo; Casemiro, Paulinho e Renato Augusto; Phillipe Coutinho, Neymar e Gabriel Jesus se firmou como base para a disputa da próxima edição da Copa do Mundo.

O único que chegou a "balançar" no 11 inicial foi o meia do Liverpool, que se viu envolvido em possível transferência para o Barcelona, ficou afastado da equipe inglesa, e perdeu posição, momentaneamente, para Willian, do Chelsea, para depois recuperá-la.

Em dezembro, a seleção brasileira viveu o último capítulo de 2017, conhecendo os rivais que encontrará na Rússia, nas três primeiras partidas. Cabeças de chave do grupo E, os pentacampeões pegarão, Suíça, Costa Rica e Sérvia.

A estreia será contra os suíços, no dia 17 de junho, às 15h (de Brasília), em Rostov. Na sequência, será a vez de encarar a principal surpresa da Copa do Mundo de 2014, em 22 de junho, às 9h, em São Petersburgo. O último compromisso será contra os sérvios, em 27 de junho, às 15h, em Moscou.

O sorteio, realizado no Palácio do Kremlin, pode ter colocado a Alemanha na frente do Brasil, já nas oitavas de final. Para isso, basta que uma das seleções lidere sua chave - o atual detentor do título está no grupo F, com México, Coreia do Sul e Suécia -, e o outro fique na segunda colocação.

Se conseguir o primeiro lugar e também avançar nas oitavas, Bélgica, Inglaterra, Colômbia ou Polônia são alguns rivais que podem estar no caminho da seleção nas quartas. Nas semis, França, Espanha, Portugal despontam como possíveis adversários. Na decisão, a própria Alemanha, se avançar como líder, e Argentina podem aparecer no caminho.